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Lucro líquido dos bancos sobe 1,6% em 2022, para R$ 139 bilhões, mas provisões sobem influenciadas por lojas Americanas, diz BC

Por Redação em 10/05/2023 às 08:57:20
Informações constam no relatório de estabilidade financeira, divulgado pelo BC nesta quarta-feira. O lucro líquido dos bancos subiu 1,6% em 2022 e somou R$ 139 bilhões, informou nesta quarta-feira (10) o Banco Central. Em 2021, as instituições financeiras lucraram R$ 136,8 bilhões.

Apesar do aumento na comparação com 2021, o lucro das instituições financeiras registrou queda frente ao patamar registrado no meio do ano passado. Em doze meses até junho de 2022 (número revisado), o lucro somou R$ 143,3 bilhões. Na ocasião, bateu recorde.

De acordo com o BC, as despesas com provisões (valores reservados para eventual inadimplência dos clientes) aumentaram ao longo de 2022 e, relativamente à carteira [de crédito], aproximaram-se dos níveis observados durante a pandemia.

"O crescimento do crédito em linhas de maior risco, o aumento do comprometimento de renda das famílias e a redução da capacidade de pagamento de micro e pequenas empresas explicam o aumento ao longo do ano", acrescentou a instituição.

Lojas Americanas e rentabilidade menor

Informou ainda que, no quarto trimestre do ano passado, o efeito das lojas Americanas, contribuiu para a elevação significativa das provisões [recursos separados para possível inadimplência) na ordem de 25% na comparação trimestral e respondeu por parcela relevante do recuo da rentabilidade do sistema no ano.

De acordo com o Banco Central, o retorno sobre o patrimônio líquido do sistema financeiro nacional, forma usada para medir a rentabilidade dos bancos, foi de 14,7% em 2022, com queda na comparação com os 15,7% registrado no ano anterior.

As lojas Americanas divulgaram em janeiro ter identificado "inconsistências em lançamentos contábeis" nos balanços corporativos, em um valor que pode chegar a mais de R$ 40 bilhões, e depois entrou com pedido de recuperação judicial.

A recuperação judicial serve para evitar que uma empresa em dificuldade financeira feche as portas. É um processo pelo qual a companhia endividada consegue um prazo para continuar operando enquanto negocia com seus credores, sob mediação da Justiça. As dívidas ficam congeladas por 180 dias e a operação é mantida.

"As provisões [dos bancos brasileiros], contudo, absorveram a maior parte da materialização de risco e seguem adequadas, acima das estimativas de perdas esperadas", acrescentou o Banco Central.

Cenário para 2023

O Banco Central avaliou, também, que o cenário para o sistema financeiro em 2023 é de "atividade econômica mais fraca, crescimento do crédito menor, inadimplência e inflação em níveis elevados. Assim, espera-se que a rentabilidade do sistema continue pressionada no médio prazo".

"Embora o crescimento da economia em 2022 tenha superado as expectativas iniciais, a trajetória ao longo do ano foi de arrefecimento [abrandamento]. Nos últimos dois anos, ocorreu forte recuperação da atividade econômica doméstica, no entanto, a economia encerrou 2022 em desaceleração", informou o Banco Central.

De acordo com a instituição, a percepção de desaceleração da economia e de resiliência do sistema financeiro nacional está em linha com a opinião dos agentes do mercado financeiro. A projeção dos economistas dos bancos é de que a economia brasileira terá uma expansão de 1% neste ano, contra uma alta de 2,9% em 2022 e de 5% em 2021.

"Essas instituições [financeiras] elevaram a preocupação com os riscos e ressaltaram a incerteza em relação à política fiscal, [alta nos gastos do governo] ao novo arcabouço fiscal [nova regra para as contas públicas] e à sustentabilidade da dívida pública", acrescentou o BC.

Estabilidade dos bancos

O Banco Central avaliou, ainda, que "não há risco relevante para a estabilidade financeira".

"Testes de estresse de capital e de liquidez [simulações de piora do cenário] demonstram que o sistema bancário mantém-se resiliente. A capitalização está confortável e as provisões estão adequadas às perdas esperadas", informou.

Em decorrência do caso Americanas, efetuou-se teste de estresse específico considerando eventual "default" (quebra) dessa empresa e da rede de fornecedores que dela dependem de forma relevante.

"O resultado desse teste [falência das Americanas] demonstra impacto irrelevante na solvência do sistema bancário. Exercício adicional realizado pelo BC demonstra que os bancos apresentam condições para carregarem títulos classificados como mantidos até o vencimento sem a necessidade de se desfazerem antecipadamente desses ativos, mesmo em cenários de estresse", acrescentou o BC.

Fonte: G1

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