João Carlos Bacelar (PL-BA) foi denunciado pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Segundo a Procuradoria, parlamentar recebeu R$ 400 mil em propina. A TV Globo procurou a assessoria do deputado, mas ainda não obteve resposta. A Procuradoria-Geral da RepĂșblica (PGR) denunciou nesta sexta-feira (8) ao Supremo Tribunal Federal (STF) o deputado João Carlos Bacelar (PL-BA) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
Segundo a Procuradoria, o parlamentar recebeu R$ 400 mil em propina, entre os anos 2010 e 2014, para atuar em benefĂcio do grupo Odebrecht no Congresso.
A TV Globo procurou a assessoria do deputado, mas não obteve resposta até a Ășltima atualização desta reportagem.
A denĂșncia assinada pela vice-procuradora-geral da RepĂșblica, Lindôra AraĂșjo, afirma que uma das movimentações de Bacelar para favorecer a Odebrecht ocorreu durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigou denĂșncias de corrupção na Petrobras, em 2015, na Câmara.
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A Procuradoria diz que o parlamentar repassou informações sigilosas e interferiu em depoimento de empresĂĄrio para enfraquecer acusações contra empresas do grupo Odebrecht.
"Os fatos imputados nesta denĂșncia caracterizam corrupção da função pĂșblica. De um lado, o deputado federal João Bacelar solicitou da empreiteira Odebrecht o pagamento de propina para beneficiar o mencionado grupo em razão do cargo que ocupava", diz a acusação.
Lindôra AraĂșjo afirmou ainda que a relação do deputado com os executivos do grupo era "de confiança, própria da prĂĄtica sistĂȘmica de esquemas sofisticados de corrupção".
"As investigações revelaram que as tratativas entre João Bacelar e os executivos do grupo Odebrecht não eram pontuais nem recentes, de modo que havia uma relação de confiança, própria da prĂĄtica sistĂȘmica de esquemas sofisticados de corrupção, resultando daĂ que a função pĂșblica estava sempre à disposição dos interesses da Odebrecht", disse a vice-procuradora.
Além do deputado outras quatro pessoas foram denunciadas. A Procuradoria pediu que Bacelar seja condenado a perda do mandato e tenha que pagar uma indenização aos cofres pĂșblicos de R$ 400 mil.
Agora, o Supremo deve notificar os acusados para que apresentem defesa. Na sequĂȘncia, a denĂșncia deve ser analisada pelo plenĂĄrio do Supremo. Ainda não hĂĄ data para julgamento.