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Acusado de participar de chacina em fazenda de ex-bicheiro em MT é preso após 18 anos anos foragido

Por Redação em 11/02/2022 às 15:20:06
Suspeito apresentou documentos falso para tentar enganar a polícia. Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) em Cuiabá

Reprodução/TVCA

Um homem acusado de participar de uma chacina, em 2004, na fazenda do ex-bicheiro João Arcanjo Ribeiro, em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, foi preso pela Polícia Civil de Mato Grosso, nessa quarta-feira (9), em Rio Branco, no Acre, com o a apoio da polícia da região. O suspeito, de 55 anos, estava foragido há 18 anos.

À época do crime, quatro pessoas foram mortas. O caso ficou conhecido como a "Chacina da Fazenda São João".

O advogado de Arcanjo disse que quando o crime ocorreu na fazenda, o ex-bicheiro estava preso no Uruguai em sistema de isolamento e não tinha contato com ninguém. A fazenda estava arrendada para a administração de terceiros.

Ele cita ainda que João Arcanjo nunca foi indiciado ou denunciado por esse crime.

De acordo com a polícia, o homem preso nesta semana era investigado pelo Núcleo de Inteligência da Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa de Cuiabá (DHPP), que o monitorou e passou os dados do paradeiro dele aos policiais civis do Acre para ajudar na prisão.

No momento da abordagem, segundo a polícia, o foragido apresentou documentos falsos em nome do irmão dele.

Conforme a investigação, durante esses 18 anos, ele passou por Brasiléia e Plácido de Castro, ambas no interior do Acre.

Em abril de 2021, a polícia prendeu outro foragido da chacina, há 17 anos. Ele foi localizado na praia de Atalaia Nova, no município de Barra dos Coqueiros (SE), onde estava morando há quatro anos.

Com essa última prisão, todos os apontados como responsáveis pela chacina da Fazenda São João estão detidos.

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Chacina

A chacina ocorreu em março de 2004, na fazenda São João, localizada às margens da BR-163, próxima ao Trevo do Lagarto, em Várzea Grande.

Durante as investigações, foram identificados oito envolvidos no crime, todos funcionários da propriedade do ex-bicheiro. Os suspeitos foram indiciados por homicídio qualificado - cometido por motivo fútil, uso de meio cruel e sem chance de defesa -, ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia à Justiça ainda em 2004.

As vítimas, Pedro Francisco da Silva, José Pereira de Almeida, Itamar Batista Barcelos e Areli Manoel de Oliveira foram mortas pelos funcionários da fazenda.

Segundo a polícia, uma vítima foi morta a tiros e três delas foram amarradas e torturadas, antes de serem mortas por afogamento.

As versões constam na reprodução da chacina, realizada pela Polícia Civil em maio de 2004 a pedido do Ministério Público, da qual participaram dois dos investigados. Os dois envolvidos confirmaram que as vítimas foram amarradas e jogadas no lago em que pescavam e que demoraram pelo menos 20 minutos para morrer.

Depois de mortas, as vítimas tiveram os corpos jogados em uma área à margem da estrada da localidade de Capão das Antas, em diferentes pontos, a fim de dificultar o trabalho investigativo da polícia.

O inquérito conduzido pela equipe do delegado Wylton Massao Ohara, à época, apurou que as quatro vítimas foram à fazenda para pescar em um dos tanques de peixe da propriedade, na manhã do sábado de 20 de março.

Conforme a investigação, os amigos teriam ido ao local na intenção de pescar para consumo de suas famílias, quando foram surpreendidos pelos seguranças da fazenda e mortos.

Ainda de acordo com a polícia, como os quatro não retornaram para casa, no dia seguinte, as famílias procuraram a polícia e teve início a busca pelas vítimas. Ainda no domingo, a Polícia Militar localizou as quatro bicicletas próximas à cerca da fazenda.

Após diversas buscas, os corpos foram localizados em uma área fora da fazenda, onde foram jogados a fim de ocultar o crime e dificultar a investigação.

Conforme depoimentos prestados à DHPP durante as investigações, um dos funcionários confirmou que ele e outros dois seguranças da fazenda encontraram os quatro rapazes no final da tarde do sábado, pescando no tanque de piscicultura e atiraram contra as vítimas.

Uma delas correu para o mato para se esconder, mas foi morta com um disparo no abdômen feito por um dos seguranças.

A polícia informou que as outras três vítimas foram rendidas e então o segurança, que foi preso em Sergipe, teria ligado para o gerente da fazenda dizendo que "três capivaras estavam presas e uma estava morta e que aguardavam a faca para arrancar o coro das que estavam vivas".

Fonte: G1/MT

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