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Vida financeira é conversa pra criança?

Por Redação em 19/01/2022 às 19:08:24
Loni Batist, diretora da Guide Investimentos, explica como falar sobre dinheiro com os pequenos de um jeito simples e descontraído. Inteligência Financeira

Divulgação

Certa vez um pensador afirmou: “O que você faz soa tão alto que não consigo escutar o que você diz”. A frase, aplicável a várias situações no nosso dia a dia, parece cair como uma luva quando o assunto é finanças para crianças. Afinal, essas verdadeiras esponjinhas aprendem muito mais o que observam do que o que escutam, sobretudo nos primeiros anos de vida. Por isso, se você quer começar a falar de dinheiro com os pequenos (no futuro eles vão te agradecer, pode ter certeza), é bom afinar discurso e prática e começar desde já. E pra te dar aquela força habitual, nós convidamos Loni Batist, diretora da Guide Investimentos e responsável pela área de educação financeira da companhia, pra um papo muito interessante. Ela deu dicas sobre o tema sob o ponto de vista da profissional e mãe de um jovem investidor. Confere com a gente!

1. Como pais e cuidadores podem falar de finanças com as crianças?

Crianças aprendem pelo exemplo, antes de formarem o raciocínio lógico. Por isso, nenhum conselho irá substituir o exemplo: o “faça o que eu falo, mas não faça o que eu faço”, nunca vai dar certo para uma criança. Portanto, lares com uma consciência financeira formarão crianças com a mesma consciência.

2. Na prática, o que adultos podem fazer para que a criança perceba esses bons hábitos e replique seus comportamentos?

Para criar uma base sólida, é preciso pôr em prática o quanto antes a cultura de se evitar desperdício de água, energia, alimento. Próximo passo: a relação com dinheiro, ou seja, como ele é conquistado, o que pode proporcionar e a importância de poupar. Entregar na mão de crianças de 4 ou 5 anos a moedinha ou o dinheiro para pagar o atendente vai ajudá-la a ter consciência de que esses valores são ferramentas de troca. Depois, iniciar uma recorrência dessa prática, que pode ser semanal ou mensal. A partir dos 7 anos, a criança vai sentindo a liberdade de ter dinheiro na mão para poder comprar o que “ela quiser”. Junto com isso, se desperta a consciência de que cada produto tem seu preço e que para se comprar algo de maior valor, ela vai precisar economizar tudo ou uma parte. Logo, ela aprende a não gastar tudo o que ganha.

Ou seja, colocar o bom e velho cofrinho em prática...

Isso mesmo, o famoso cofrinho é a ferramenta ideal para estimular esse comportamento. Talvez no futuro esse aprendizado esteja no metaverso, mas por agora o cofrinho ainda pode ser usado para a educação básica.

Aos 11 anos, na pré-adolescência, é possível inserir a recompensa. Entender o que a criança deseja adquirir e criar tarefas para que ela execute e ganhe dinheiro. Nesse ponto, já vi divergências em se falar que tarefas de casa são obrigação, mas sempre há alguma que pode ser inserida e cada pai, conhecendo seu filho, vai saber como estabelecer. Quando os pais sentirem que o adolescente está pronto para dar um passo além em suas responsabilidades, eles podem abrir uma conta digital e transferir a mesada para ele. No caso do meu filho foi aos 15 anos e, com relação a investimentos, aos 16 estávamos juntos escolhendo ações de algumas companhias para comprar.

3. Como os pais e cuidadores podem orientar a criança em todo o processo?

O papel dos pais é introduzir o assunto e acompanhar o desempenho da criança quanto às economias de água e luz e quanto ao desperdício de comida. Se observar que ela não está guardando o dinheiro no cofrinho e tem gastado tudo o que ganha, é preciso chamar, orientar, fazer a conta junto com ela de quanto será preciso guardar por mês para conseguir comprar o que ela quer. Algo interessante também é inserir a criança na compra do supermercado, desde o planejamento até a seleção dos produtos e, por fim, o pagamento no caixa. Esse exercício ajuda a criança a se planejar e a se ater apenas às compras daquilo que está programado. Então, a regra é não comprar o que está fora da lista.

4. Quais seriam os benefícios de a rede pública de ensino incluir educação financeira em sua grade curricular?

Nem todos os pais têm essa educação financeira a ponto de serem reais exemplos para seus filhos. Quando a criança é inserida na sociedade, ela começa a ter novas referências de aprendizado que não apenas os pais. Se ela tiver acesso ao tema finanças na escola, ela certamente será beneficiada com isso. Ela terá uma nova referência - a sua professora -, e será incentivada a fazer uma atividade em comum com seus colegas de classe. Falar de educação financeira nas escolas ajudará as crianças a desenvolverem disciplina, organização, planejamento, gestão e inteligência financeira.

5. Depois de começar com o cofrinho, quais são os tipos de investimentos recomendáveis para os pequenos?

Cofrinho é uma ferramenta para desenvolver a importância de poupar para crianças mais novas, além de ser muito acessível e democrático. O passo seguinte é ensinar a investir esse dinheiro. Não digo que poupança seja ruim num primeiro momento, se o dinheiro for bem pequeno, como R$ 100. Esse valor menor talvez seja rapidamente resgatado, e para isso a poupança pode ser o caminho, já que é de fácil acesso e isenta de IR. Outra opção são as contas correntes remuneradas ao CDI, que já rendem mais que a poupança.

Se o dinheiro for realmente para não mexer, Tesouro SELIC, fundos de investimentos RF (D+0), CDB com liquidez diária, ou algo pensando mesmo em longo prazo: a previdência e as ações de companhias que se acredita que irão crescer no longo prazo. Agora, se estamos falando de investimentos que os pais fazem para os filhos, a conversa é outra: ações, previdência e Tesouro são opções.

6. Para você, inteligência financeira é...

A aplicação prática do conhecimento financeiro. É a forma como se lida com o dinheiro em relação ao orçamento pessoal e familiar, é a boa administração do dia a dia tendo o suficiente para viver e desfrutar, dentro do seu padrão de vida, e ainda manter uma sobra de caixa que será usada para construir patrimônio financeiro. Isso nos leva ao segundo passo da inteligência financeira, que é tomar decisões de investimentos adequadas. Mesmo que não haja conhecimento profundo sobre as alternativas existentes, o lado que cabe a quem investe é ter clareza daquilo que deseja conquistar ao longo da vida e quanto custa cada objetivo, seja uma casa, a faculdade dos filhos ou a independência financeira. Munido dessas informações, é possível contar com ajuda profissional, o que não quer dizer delegar 100% da responsabilidade. A educação financeira continuada é importante para se desenvolver senso crítico a ponto de entender se as recomendações de investimentos são realmente adequadas.

E aí, curtiu as dicas da Loni Batist? Então avalie se os seus hábitos são bons exemplos e mostre, desde cedo, que investir realiza sonhos. E pra se manter afiado em seus conhecimentos, acesse a Inteligência Financeira e descubra tudo o que preparamos pra você ser expert no assunto.

Fonte: G1

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