Motoristas eram contratados em plataforma online por preços mais baratos que os praticados no mercado. Força-tarefa apurou que foram 32 falsas comunicação de crime em três estados. Quinze caminhoneiros são presos por desviar cargas de soja e aço em Goiás
As Polícias Civil, Militar e Rodoviária Federal (PRF) prenderam 15 pessoas em uma operação que investiga roubos de cargas de aço e soja. A força-tarefa descobriu que motoristas contratados para fazer o transporte, na verdade, desviavam o carregamento e entregavam para receptadores em Goiás, São Paulo e Minas Gerais. Prejuízo chega a R$ 30 milhões. A história contada pelos motoristas era sempre a mesma: a polícia era chamada para atender ocorrência de roubo nas estradas, mas eram os suspeitos se passando por vítimas depois de entregar a carga roubada aos receptadores.Segundo o tenente-coronel Ricardo Ferreira Bastos, comandante do Grupo de Radiopatrulha Aérea (Graer) da Polícia Militar, os suspeitos chegavam nas delegacias ou nos postos da PRF com a versão de que tinham sido roubados. Em alguns casos, eles ligavam para o número 190, como se tivessem sido abandonados na estrada. "Eles contavam histórias que ficaram muito parecidas. Então foi onde começou o trabalho para investigar esses crimes", comentou o oficial. Segundo a investigação, os donos das cargas, que são verdadeiras vítimas, acessavam uma plataforma online de frete, que oferecia preços mais baratos que os serviços de mercado. O delegado Alexandre Bruno de Barros disse que a força-tarefa percebeu aumento no número dessas ocorrências em que os motoristas utilizam a plataforma digital para serem contratados por vítimas, que não tinham a cautela de verificar os antecedentes dos fretistas."Os motoristas carregavam as cargas e acabavam desviando para receptadores certos em alguns estados", pontuou Barros. InvestigaçãoA polícia confirma que a mesma associação é responsável pelo roubo de 32 cargas. Outro dado chamou a atenção dos investigadores. Em 80% dos carregamentos, os donos transportavam soja ou aço sem a contratação de seguro. "Eles escolhiam cargas que eram fáceis de serem comercializadas devido ao alto valor. Isso que dava essa extensividade nessas ações que foram descobertas pela força-tarefa", explicou o inspetor da PRF Newton Morais.Ainda segundo o inspetor, os caminhoneiros falavam que eram amarrados e mantidos em cativeiro por assaltantes e diziam onde o caminhão foi encontrado.
"Geralmente o caminhão era encontrado em local bem distante de onde a carga havia sido deixada. A história era toda arquitetada por eles", esclareceu.
Fonte: G1