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Mãe aplica insulina vencida na filha com diabetes por falta de medicamento: "É a que tem"

Por Redação em 11/08/2021 às 02:38:57
Filha de 10 anos de Geisica Gomes foi diagnosticada com a doença há dois anos. Ela, que perdeu o emprego durante a pandemia, relata um gasto de R$ 800 por mês para tratamento da menina: "Se eu parar de dar insulina para ela hoje e não comprar mais ela morre." Mãe aplica insulina vencida na filha por falta medicamento

A rotina da família da corretora de seguros desempregada Geisica Gomes foi alterada há dois anos. A filha, Giulia, de 10 anos, foi diagnosticada com diabetes e passou a ter que aplicar insulina todos os dias. Mas com a pandemia, o medicamento que a menina recebia no posto de saúde começou a faltar.

Sem condiç?es financeiras para comprar a medicação, Geisica passou a fazer aplicaç?es de insulina vencida na filha. Ela mora em São Bernardo do Campo, São Paulo, com o marido e mais dois filhos.

Giulia, de 10 anos, foi diagnosticada com diabetes e passou a ter que aplicar insulina todos os dias

Profissão Repórter

“A gente está usando essa porque é a que tem”, diz Geisica, que passou a cuidar da casa e dos filhos desde que ficou sem emprego.

O Profissão Repórter desta terça-feira (10) mostrou histórias de quem não consegue seguir o tratamento médico por falta de remédios.

“Se eles não dão o medicamento, eu não tenho condições de comprar. Aí, ela morre. É frustrante para uma mãe ter que depender do governo para eles viverem. Se eu parar de dar insulina para ela hoje e não comprar mais ela morre. E todo mundo sabe disso.”

Geisica mostra a caneta de insulina que aplica na filha com data de validade vencida

Profissão Repórter

Giulia também toma remédio para tratar o transtorno do déficit de atenção com hiperatividade. Somados os gastos com o sensor de glicemia e a insulina de longa duração, a conta chega a mais de R$ 800 por mês. Geisica diz que não sobra dinheiro para comprar a insulina de ação rápida, que está em falta na farmácia de alto custo, e que por isso vai continuar utilizando o produto vencido.

Durante a pandemia, ao menos 15 estados ficaram sem acesso à insulina, medicamento responsável por controlar os níveis de açúcar no sangue.

A secretaria de Saúde de São Paulo disse em nota que distribui insulina asparte com data de validade quase vencida considerando a necessidade do tratamento dos pacientes, e que a segurança e eficácia são asseguradas pelo fabricante dentro do período de validade. Informou também que recebeu o lote de insulina com data de fabricação de janeiro de 2020 apenas em maio deste ano, com vencimento em 30 de junho.

Além de São Paulo, outros 14 estados registraram falta de insulina no primeiro semestre de 2021, porque não receberam medicamento do Ministério da Saúde. O Profissão Repórter questionou o ministério sobre o atraso no envio do medicamento para os estados, mas não obteve reposta.

Somados os gastos com o sensor de glicemia e a insulina de longa duração, a conta chega a mais de R$ 800 por mês

Profissão Repórter

Alerta sobre validade

Segundo a médica endocrinologista Denise Franco, é necessário que se respeite o prazo de validade do medicamento por uma questão de eficácia.

“É importante pensar o porquê de ter um vencimento. Se passar daquela data existe um risco daquele produto não fazer efeito. O risco que a pessoa corre é de ter uma hiperglicemia, o nível de açúcar mais alto, e ter que ir para o hospital com um quadro mais grave de excesso de açúcar no sangue”, diz.

Em casos como o da menina Giulia, Denise explica que a aplicação de insulina é uma necessidade diária na rotina de um paciente com diabetes.

“A pessoa que tem diabetes tipo 1 como ela, no momento em que tem o diagnóstico precisa tomar insulina porque o pâncreas deixa de produzir aquela insulina, e a gente tem que refazer o trabalho que o pâncreas fazia. Ela vai ter que fazer de cinco a seis aplicações de insulina por dia. Então, alguém que deixa de tomar insulina e não é orientada a o que fazer para substitui-la tem um risco de complicações e até ir a óbito se não tiver o atendimento adequado.”

Assista à reportagem completa abaixo:

Pacientes com diabetes relatam dificuldade para encontrar insulina nos postos de saúde em SP

Fonte: G1

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