STF expediu 8 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão. Um dos detidos é Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros, que incitou ações nas redes. Ramiro Alves, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros, em ginásio da PF
Instagram/Reprodução
Oito pessoas são alvos de prisão durante a primeira fase da operação Lesa Pátria, deflagrada pela Polícia Federal nesta sexta-feira (20), e que mira financiadores e participantes de atos terroristas ocorridos em Brasília, em 8 de janeiro.
Um dos alvos já preso é Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior, conhecido como Ramiro dos Caminhoneiros. Nas redes sociais, ele aparecia incitando os atos e pedindo dinheiro para a realização deles (veja mais abaixo). Outro é Randolfo Antonio Dias, detido em Minas Gerais.
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A ação foi ordenada pelo Supremo Tribunal Federal, que também expediu 16 mandados de busca e apreensão. As ordens estão sendo cumpridas nos seguintes locais:
Distrito Federal: 5 de busca e apreensão e 2 prisões
Goiás: 1 busca e apreensão
São Paulo: 7 busca e apreensão e 3 prisões
Rio de Janeiro: 1 busca e apreensão e 1 prisão
Minas Gerais: 1 busca e apreensão e 1 prisão
Mato Grosso do Sul: 1 busca e apreensão e 1 prisão
Quem são os alvos?
Ramiro dos Caminhoneiros:
Ramiro dos Caminhoneiros convoca para atos golpistas em Brasília
Instagram/Reprodução
Preso nesta sexta, Ramiro Alves Da Rocha Cruz Junior publicou imagens dos atos terroristas nas redes sociais. Ele também esteve em Brasília e, após o desmonte do acampamento golpista no Quartel-General do Exército, chegou a visitar detidos no ginásio da PF em que eram mantidos. Ele disse que conseguiu entrar no local "miraculosamente".
"Quando eu cheguei aqui, abriram a cancela miraculosamente. Eu não tenho palavras para descrever isso, coisa de Deus."
Ramiro, que é filiado ao PL, partido do ex-presidente Jair Bolsonaro, foi candidato a deputado estadual pelo estado de São Paulo. Segundo dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ele recebeu R$ 150 mil em recursos da sigla. No entanto, não se elegeu.
Nas redes sociais, onde tem mais de 70 mil seguidores, o golpista incitava atos antidemocráticos com frequência e é citado como um dos organizadores desses grupos.
No dia 3 de janeiro, ele publicou um vídeo convocando golpistas para irem a Brasília. Na gravação, disse que "a coisa vai começar nos próximos dias" e escreveu a legenda: "09/01/2023 em diante o Brasil vai parar".
Randolfo Antonio Dias
Investigação
Os alvos são investigados pelos seguintes crimes:
abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
golpe de Estado;
dano qualificado;
associação criminosa;
incitação ao crime;
destruição;
deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Segundo a corporação, as investigações continuam. A Polícia Federal pede para que, caso alguém tenha informações sobre pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os ataques do último dia 8, encaminhe a identificação para o e-mail
[email protected].
Salão térreo do Palácio do Planalto após atos de vandalismo
Adriano Machado/Reuters
Atos golpistas e criminosos em Brasília
Bolsonaristas radicais invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Supremo Tribunal Federal (STF) e o Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, em Brasília, no dia 8 de janeiro.
O ataque às sedes dos Três Poderes e à democracia foi sem precedentes na história do Brasil. Os terroristas quebraram vidraças e móveis, vandalizaram obras de arte e objetos históricos, invadiram gabinetes de autoridades, rasgaram documentos e roubaram armas.
Bolsonaristas golpistas invadem Planalto, Congresso e STF
AP Photo/Eraldo Peres
O prejuízo ao patrimônio público, de todos os brasileiros, ainda não foi calculado. Ao todo, mais de 1,8 mil foram detidas e 1,4 mil permaneceram presas.
Liberados
Nesta quinta-feira (19), Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF) começou a instalação das tornozeleiras eletrônicas nos bolsonaristas radicais soltos após determinação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Até esta quarta-feira (18), 200 pessoas tinham sido liberadas por decisão do ministro, relator do caso na Corte. Outras 354 tiveram a prisão convertida em preventiva, e vão ficar detidas por tempo indeterminado. Segundo a última atualização, faltavam analisar 885 casos.
De acordo com a decisão, as pessoas que foram soltas continuam sendo investigadas e são consideradas suspeitas. Além do uso de tornozeleira eletrônica, Alexandre de Moraes determinou ainda que os bolsonaristas soltos cumpram as seguintes medidas:
Proibição de ausentar-se da comarca;
Recolhimento domiciliar no período noturno e nos fins de semana;
Obrigação de se apresentar à Justiça quando forem convocados e todas as segundas-feiras;
Proibição de sair do país
Cancelamento de todos passaportes emitidos no Brasil;
Suspensão de qualquer documento de porte de arma de fogo e de certificados de registro para realizar atividades de colecionamento de armas;
Proibição do uso de redes sociais;
Proibição de se comunicar com outros investigados por qualquer meio.
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