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'Que possam dar mais atenção às mulheres que fazem polĂ­tica', diz Tebet em despedida do Senado

Por Redação em 14/12/2022 às 21:41:13
A senadora Simone Tebet (MDB-MS) fez nesta quarta-feira (14) seu discurso de despedida do Senado. A parlamentar foi candidata à PresidĂȘncia RepĂșblica pelo MDB e depois apoiou, na campanha para o segundo turno, o presidente eleito Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT).

O mandato de Tebet no Senado, que teve inĂ­cio em 2015, se encerra em fevereiro de 2023. Ela pode assumir um ministério no governo Lula, mas ainda não foi definida qual pasta serĂĄ.

"Com muito orgulho, fui a primeira lĂ­der da bancada feminina do Senado. E aqui eu preciso pedir ao Brasil que me escute, que vocĂȘs possam, tomo a liberdade para dizer isso, dar mais atenção às mulheres que fazem polĂ­tica no Brasil. VocĂȘs vão descobrir talentos, competĂȘncia, ética, respeito e, acima de tudo, amor incondicional de mãe e de mulher por este paĂ­s e estas pessoas", disse.

"O que mais me incomodou como candidata à PresidĂȘncia foi ouvir 'como descobrimos vocĂȘ só agora, Simone?', isso as mulheres, as meninas falando. Peço ao Brasil que deem um olhar especial para cada uma das deputadas, das senadoras, das parlamentares, das mulheres que fazem polĂ­tica no Brasil", continuou.

Ela agradeceu ao MDB e pontuou que o Senado é um ambiente masculino, em que mulheres tĂȘm dificuldades de ocupar postos de relevância.

No ano passado, o MDB anunciou inicialmente a candidatura da senadora à PresidĂȘncia do Senado. Mas depois, de olho em vagas na Mesa Diretora e no comando de comissões, a bancada do partido abandonou Tebet para apoiar Rodrigo Pacheco (PSD-MG), que venceu a disputa.

O nome da parlamentar, quando anunciado na corrida presidencial, também sofreu resistĂȘncia de polĂ­ticos tradicionais da legenda.

Tebet agradeceu nominalmente ao presidente do MDB, Baleia Rossi, que participou da sessão do plenĂĄrio do Senado. Colegas de bancada, Eduardo Braga (MDB-AM) e Marcelo Castro (MDB-PI), a parabenizaram, assim como Soraya Thronick (União-MS), que também concorreu à PresidĂȘncia.

Tebet foi a primeira mulher a presidir a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), principal da Casa.

"Jamais imaginei chegar tão longe. Jamais imaginei ocupar espaços que durante dois séculos, 198 anos, sempre foram ocupados, dominados pelo timbre masculino [...] Fui a primeira presidente da comissão mais importante desta Casa, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ). Graças à bancada do meu partido, sempre e eterno meu partido MDB, por unanimidade fui a primeira mulher a liderar a maior bancada na época que é a nossa bancada do MDB", afirmou.

CPI da Covid

Apesar de não ser membro oficial, Tebet foi atuante na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou a omissão do governo Jair Bolsonaro no enfrentamento da pandemia de Covid.

"Uma palavra em relação à CPI da Covid, fiz da minha indignação, coragem ao constatar que 700 mil pessoas perderam as vidas. Muitas delas poderiam estar vivas não fosse uma polĂ­tica de saĂșde pĂșblica movida pela insensatez, insensibilidade e pela omissão", afirmou a senadora.

"Nos Ășltimos quatro anos, lutei com fiel propósito nesses tempos difĂ­ceis do atual governo para, junto com a bancada feminina, superar o ódio, as injustiças, a incĂșria polĂ­tica e administrativa, o descaso e a omissão que, infelizmente, marcaram nesses quatro anos a cena polĂ­tica brasileira", discursou.

Trajetória polĂ­tica

Nascida em TrĂȘs Lagoas (MS), Simone Tebet é filha do ex-governador, ex-senador sul-mato-grossense e ex-ministro da Integração Nacional Ramez Tebet. Mestre em direito do Estado, Tebet é professora universitĂĄria.

Confira a trajetória da senadora:

Em 1997, filiou-se ao MDB, Ășnico partido ao qual foi filiada;

Em 2001, foi eleita deputada estadual pelo Mato Grosso do Sul com 25.251 votos;

Em 2004, se candidatou a prefeitura de TrĂȘs Lagoas e foi a primeira mulher eleita para ocupar o cargo, com 29.244 votos (66,7%). Em 2008, foi reeleita com 36.228 votos (76,8%);

Em 2011, assumiu o cargo de vice-governadora do Mato Grosso do Sul, na chapa encabeçada por André Puccineli;

Em 2013, assumiu o cargo de SecretĂĄria de Governo no governo de André Puccineli;

Em 2014, candidatou-se ao Senado e foi eleita com 640.336 votos (52,6%), para o mandato até 2023;

Em 2016, compôs a comissão especial do Senado do impeachment da então presidente Dilma Rousseff (PT). Tebet votou a favor do afastamento da presidente sob o argumento de que ela havia cometido crime de responsabilidade;

Nas eleições de 2018 foi pré-candidata do MDB ao governo do Mato Grosso do Sul, mas desistiu por questões particulares;

Em 2019, Tebet foi a primeira mulher eleita para ocupar a presidĂȘncia da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado;

Em 2021, foi eleita como lĂ­der da bancada feminina no Senado;Também em 2021, integrou a comissão parlamentar de inquérito (CPI) da Covid no Senado. O colegiado tinha como objetivo investigar ações e omissões do governo federal no combate à pandemia;

Ainda em 2021, a senadora se candidatou à presidĂȘncia do Senado, contra outros quatro adversĂĄrios. O vencedor foi Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Fonte: G1

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