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Quem é o membro da associação de produtores de soja preso por furtar pneus para incendiar rodovias de MT e trocar tiros com a polícia

Por Redação em 26/11/2022 às 14:34:44
Vilso Gabriel Brancalione tem 25 anos, é produtor rural formado em agronomia e delegado suplente da Aprosoja desde 2021. Ele foi preso em flagrante com outras duas pessoas. Defesa nega os fatos descritos pela polícia em boletim de ocorrência. Vilso Gabriel Brancalione tem 25 anos, é produtor rural, formado em agronomia e delegado suplente da Aprosoja.

Produtor rural, formado em Agronomia e delegado suplente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT) desde 2021, Vilso Gabriel Brancalione, 25 anos, segue preso preventivamente pela suspeita de integrar o grupo que furtou uma borracharia às margens da BR-163, em Nova Mutum, a 269 km de Cuiabá, incendiar pontos da estrada e trocar tiros com a polícia.

Vilso apoiava as manifestações antidemocráticas feitas por bolsonaristas que não concordam com a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na eleição. Em uma rede social, que atualmente é privada aos seus 3 mil seguidores, sua última postagem foi um vídeo com um compilado de imagens de atos, alguns em Mato Grosso.

Ao g1, o advogado de Brancelione, Leonardo Bernazzolli, informou que nega os fatos descritos pela Polícia Militar no boletim de ocorrência, que a defesa segue a liturgia do processo e se resguarda a prestar os esclarecimentos à Justiça. O g1 tenta contato com os representantes dos demais suspeitos. (Leia nota da Aprosoja ao fim da reportagem)

Em uma das fotos postadas, Vilso aparece segurando uma bandeira da Aprosoja em frente ao Palácio do Planalto, em Brasília. Na legenda, escreveu: "Academia de Liderança Aprosoja".

Ele foi preso com outros dois homens: João Pedro de Lima Ceolin, de 25 anos, e Felipe Carvalho Dreffeck, de 28 anos. A prisão em flagrante deles foi convertida em preventiva pela Justiça na quinta-feira (24).

Associação dos produtores de soja

Vilso é delegado-suplente da Aprosoja desde 2021. A associação é uma entidade sem fins lucrativos formada desde 2005 por produtores rurais ligados à cultura de soja e milho em Mato Grosso com o objetivo de unir e valorizar a classe e representar direitos, interesses e deveres dos produtores.

A associação informou ao g1 que os delegados são voluntários escolhidos como representantes pelos produtores de cada núcleo da Aprosoja e são responsáveis por transmitir à entidade as demandas da região em reuniões periódicas.

"[Os delegados] Não fazem parte da diretoria eleita e não exercem função deliberativa na entidade, exceto na posição de associados, por meio das assembleias ordinárias ou extraordinárias, mas com o mesmo direito a voto que tem os quase 8.000 associados que hoje integram a associação", explicou a Aprosoja em nota. (leia abaixo)

No boletim de ocorrência, consta que Vilso, João Pedro e Felipe foram presos depois de furtar pneus, incendiar trechos da BR-163 e trocar tiros com a PM. Um vídeo mostra os três e outras pessoas em uma borracharia, onde, segundo a polícia, o grupo ameaçou uma mulher com uma arma.

Após serem informados sobre o crime, os policiais começaram o patrulhamento e encontraram, ainda conforme o boletim de ocorrência, vários pontos da rodovia incendiados até conseguirem localizar os suspeitos, que entraram em uma caminhonete e, durante perseguição, atiraram contra a PM, que revidou.

O veículo foi encontrado em uma propriedade rural, onde o trio se entregou, após as negociações com a PM. Segundo a corporação, eles disseram que agiram por conta própria, mas a polícia investiga a participação de outras pessoas no crime, como mostra o vídeo da borracharia.

Os três devem responder por furto, disparo de arma de fogo, porte ilegal de arma de fogo de uso permitido, ameça, crimes contra a paz pública, direção perigosa, bloquear via com veículo, entre outros crimes.

Além da caminhonete, foram apreendidos celulares e bebida alcoólica.

Crimes em Nova Mutum

No fim de semana passado, um posto de atendimento da Concessionária Rota do Oeste, entre Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, foi alvo de um atentado. Bandidos incendiaram uma ambulância e um guincho, atiraram em veículos da empresa, danificaram equipamentos de comunicação e renderam funcionários.

O ataque foi registrado pelas câmeras de segurança da unidade. Segundo a Polícia Rodoviária Federal, as investigações apontaram ligações entre o crime e as manifestações antidemocráticas registradas no estado desde o segundo turno das eleições.

PRF

Durante a semana, a PRF divulgou outros casos de violência relacionados aos atos antidemocráticos. Também na BR-163, entre Sinop e Itaúba, homens encapuzados renderam um funcionário da concessionária que administra a via e roubaram um veículo e o uniforme dele para incendiar dois caminhões.

Criminosos também tentaram derrubar uma ponte de madeira na BR-158, em Bom Jesus do Araguaia, a 983 km de Cuiabá. A polícia encontrou vários cortes na estrutura.

Já em Sapezal, a 473 km da capital, foram encontrados explosivos na BR-174. Eles seriam usados para explodir e bloquear a estrada.

Atos golpistas

Mato Grosso não registra bloqueios em rodovias federais desde quarta-feira (23), um dia depois que o governo estadual passou a coibir efetivamente as interdições com atuação das forças de segurança, como Polícia Militar e Corpo de Bombeiros, além da PRF, que encaminhou mais de 100 homens para ajudar nas ações, que também contaram com maquinários para desobstruir as vias.

Mato Grosso se tornou um dos principais focos das manifestações de bolsonaristas do país e a atuação não tem ocorrido apenas no estado. Conforme relatório da Polícia Civil do Distrito Federal, dos 116 caminhões flagrados em atos em Brasília, 51 eram de 28 empresas mato-grossenses.

Entre as empresas, 13 integram a lista de 43 pessoas jurídicas e físicas que tiveram as contas bloqueadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), por suspeita de financiar e organizas manifestações em Brasília e nos estados.

Nota enviada pela Aprosoja ao g1:

Os delegados são voluntários escolhidos como representantes pelos produtores de cada núcleo da Aprosoja e têm a função de transmitir para a entidade, através de reuniões periódicas, as demandas da sua região. Seu papel na entidade se assemelha ao de inúmeros outras agremiações sociais, como igrejas, ONGs, grupos sociais de apoio etc.

Não fazem parte da diretoria eleita e não exercem função deliberativa na entidade, exceto na posição de associados, por meio das assembleias ordinárias ou extraordinárias, mas com o mesmo direito a voto que têm os quase 8.000 associados que hoje integram a associação.

Apenas a título de informação, no ano de 2020, foram escolhidos pelos núcleos 151 delegados e 24 foram indicados pelos sindicatos rurais para representarem os produtores locais nos debates da entidade.

A Aprosoja reitera sua posição de defesa das garantias constitucionais, como a liberdade de expressão, a ampla defesa, o contraditório, o devido processo legal e a liberdade de ir e vir, assim como tantos outros direitos caros para a nossa democracia. Como entidade do terceiro setor a Aprosoja compartilha conhecimento, implementa projetos sociais e de melhoria contínua dentro das propriedades rurais no intuito de ampliar a sustentabilidade da nossa produção. Não há qualquer tipo de ingerência da entidade em relação as condutas dos seus associados, sendo cada um individualmente responsável pelos seus atos.

A Aprosoja agradece ao G1 Mato Grosso por propiciar este espaço para que sejam sanadas dúvidas sobre a forma de atuação da entidade e para que se restabeleça a verdade, hoje tão negligenciada por aqueles que não comunicam com responsabilidade.

Fonte: G1/MT

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