Segundo a Polícia Civil, os dois amigos foram abordados em uma exposição agropecuária do município e foram levados para uma região de mata, onde o crime ocorreu. A Polícia Civil indiciou, nessa quarta-feira (26) quatro pessoas envolvidas no assassinato de dois amigos que desapareceram de uma exposição agropecuária que ocorreu em julho deste ano, em Guarantã do Norte, a 771 km de Cuiabá. Um dos envolvidos foi preso preventivamente, enquanto três ainda estão foragidos.
Conforme a polícia, eles devem responder por homicídio qualificado e ocultação e destruição de cadáver.
Marcionílio Risello Machado, de 28 anos, e Haroldo Júnior Barboza de Souza, de 20 anos, desapareceram no dia 24 de julho, no final da exposição realizada no município. As vítimas eram amigos e não tinham registros criminais.
Conforme o delegado de Guarantã do Norte, Lucas Lelis, as investigações apontam que os quatro envolvidos no crime serão autuados por execução e ocultação dos corpos das vítimas.
As investigações apontam que Haroldo foi coagido a entrar no carro dos suspeitos e, em seguida, abordaram Marcionílio em frente a casa dele. Os suspeitos levaram as vítimas para um local deserto, às margens da BR-163, sentido ao estado do Pará. O grupo matou as vítimas após receber uma autorização de líderes de uma facção criminosa, segundo a polícia.
O crime
Haroldo estava em uma motocicleta, quando foi atraído para uma emboscada e coagido a entrar no veículo com os suspeitos, que depois buscaram Marcionílio. De acordo com os policiais, Marcionílio foi morto a golpes de picareta e Haroldo foi forçado a ingerir soda cáustica e entorpecentes em grande quantidade, além de ser agredido.
O corpo de Marcionílio foi descaracterizado com soda cáustica, enquanto Haroldo foi enterrado em uma cova rosa, segundo a polícia.
Ainda de acordo com a polícia, após matarem Haroldo, os suspeitos jogaram a motocicleta da vítima embaixo de uma ponte. O veículo foi encontrado pela polícia no mesmo dia em que as vítimas desapareceram.
Os corpos
O corpo de Marcionílio foi encontrado quatro dias após o crime, pelo funcionário de uma fazenda. Ele estava a caminho da construção de um curral, quando sentiu um forte odor. Ao entrarna mata, avistou o corpo já em estado de decomposição. Ele foi identificado preliminarmente, após familiares reconhecerem seus pertences.
A Polícia Civil e a Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) estiveram no local e constataram a morte.
Haroldo foi localizado no dia 30 de julho em uma cova rasa próxima a um sítio na Linha Santo Antônio. O corpo apresentava sinais de decomposição e no bolso da roupa estavam os documentos pessoais da vítima.
Motivação
Segundo o delegado Lucas Lelis, a investigação apontou que o crime foi motivado pelo fato de Haroldo estar comercializando drogas sintéticas no município, sem autorização da organização criminosa. A outra vítima foi executada por comprar drogas de Haroldo.
"Tais circunstâncias configuram a futilidade da motivação dos crimes, além de recurso que dificultou a defesa das vítimas, pois o grupo criminoso estava em superioridade numérica e, ainda, valeram-se disso para coagi-los a entrar no carro em que foram levados para serem mortos", disse o delegado.
A investigação apurou ainda que o crime foi premeditado, uma vez que os quatro indiciados foram para a exposição, com os instrumentos usados para cometer o crime dentro do carro.
