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Ibovespa cai mais de 20% desde o pico de 2022, há pouco mais de 100 dias

Por Redação em 15/07/2022 às 12:55:26
Apenas três empresas têm retorno maior que 10% desde o dia 1º de abril, quando o índice chegou ao ponto mais alto do ano, aos 121.570 pontos. Bolsa de valores de São Paulo, B3, opera em queda nesta sexta-feira, na casa dos 95 mil pontos.

SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO

Apenas três meses e meio depois de chegar ao auge deste ano, o Ibovespa está a caminho de renovar sua pior pontuação do ano nesta sexta-feira (15).

No dia 1º de abril, o principal índice da bolsa de valores de São Paulo, a B3, alcançou os 121.570 pontos. Nesta sexta, navega na casa dos 95 mil. Trata-se de uma queda de 21% em 105 dias.

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Das empresas do índice, apenas sete acumulam saldo positivo nesse intervalo de tempo, segundo levantamento da provedora de informações financeiras Economatica com base no fechamento de mercado desta quinta (14).

São elas: Cielo, Eletrobras (ações PN e ON), Minerva, CPFL Energia, BB Seguridade, Petrobras (ações PN e ON) e Hypera Pharma. Subindo a linha de corte para uma alta acumulada de 5% ou mais, apenas as três primeiras permanecem na lista. (veja a lista no fim da reportagem)

A bolsa amarga mais um período ruim por conta de uma mistura de fatores internos e externos da economia. Por aqui, o principal fator recente é a aprovação de PEC Kamikaze, que agrava a situação das contas públicas do país e é considerada pelo mercado como mais um drible no teto de gastos.

A medida adicionou um custo de R$ 41,2 bilhões fora do teto para a criação de benefícios sociais em ano eleitoral. Como mostrou reportagem do g1, essa foi a quinta alteração da âncora fiscal do país, que, juntas, somam um impacto extra de R$ 213 bilhões.

No exterior, há a sequência de aumento nas taxas de juros de economias desenvolvidas, a começar pelos Estados Unidos. Em mais um avanço que surpreendeu especialistas, a inflação dos Estados Unidos chegou a 9,1% na janela de 12 meses, o que deve forçar o Federal Reserve a acelerar a taxa básica do país.

Em geral, uma alta dos juros americanos leva a uma desvalorização de moedas emergentes e fortalecimento do dólar, que foi um dos grandes motores da inflação por aqui. Além disso, os investidores internacionais costumam dar preferência aos títulos do Tesouro americano, considerados os ativos mais seguros do mundo.

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Por fim, uma alta de juros disseminada pelas maiores economias traz o risco de uma recessão espalhada pelas economias globais, o que intensifica a aversão aos investimentos de risco.

Segundo Fernando Siqueira, chefe de research da Guide Investimentos, essa cadeia de eventos traz de volta a discussão sobre a economia global estar entrando em um processo de “estagflação”. O jargão significa o período em que a inflação de uma economia segue em alta, enquanto o crescimento desacelera.

“Os dados de inflação ainda não têm sinal claro de queda, mas a atividade econômica já dá sinais ruins, de enfraquecimento. Há uma desaceleração e os Bancos Centrais continuam tendo que aumentar os juros”, diz Siqueira.

O especialista lembra ainda que essa desaceleração de atividade já se reflete em uma diminuição do preço das commodities, produtos com peso alto nos resultados de empresas brasileiras. “Uns 30% da bolsa foram impactados por isso. Sofremos mais que o mercado internacional por conta desse fator”, afirma.

Fonte: G1

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