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Fila por vaga em UTI infantil: bebê de 1 mês aguarda há dias por leito e mãe denuncia falta de cirurgião pediátrico em hospital no Recife

Por Redação em 23/05/2022 às 09:16:17
Ravi foi diagnosticado com complicações respiratórias e está na emergência do Hospital Barão de Lucena em UTI 'improvisada', sem acesso venoso, segundo a mãe dele. Bebê de 1 mês aguarda leito de UTI há dias e mãe faz apelo por cirurgião para fazer acesso

A espera por um leito de Unidades de Terapia Intensiva (UTI) para bebês e crianças em Pernambuco continua longa. Algumas famílias passam dias na esperança de conseguir uma vaga. Até a sexta-feira (20), eram mais de 100 menores nessa situação. Entre eles, Ravi Van Egmond Silva, de pouco mais de 1 mês (veja vídeo acima).

A pedagoga Gicely Van Egmond Silva, mãe de Ravi, contou que está, desde a quinta-feira (19), aguardando um leito de UTI para o filho, diagnosticado com problemas respiratórios.

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Ravi está no Hospital Barão de Lucena, que fica no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste da capital, e é referência em pediatria. Ainda segundo a mãe dele, desde o sábado (21) não havia cirurgião no local para fazer o acesso venoso central para que o bebê pudesse receber os medicamentos necessários.

“Nós estamos com urgência de um médico plantonista cirurgião pediatra para que ele possa fazer acesso venoso nas crianças. Muitas crianças, por serem bebês, não conseguem o acesso e não estão tomando a medicação, correndo risco de vida”, disse Gicely.

No caso de Ravi, a dificuldade é que o menino se move e perde o acesso chamado periférico. A mãe contou que precisa ficar segurando a mão do filho.

Gicely Van Egmond Silva segura a mão do filho, Ravi, internado no Hospital Barão de Lucena, no Recife

Gicely Van Egmond/Arquivo pessoal

Nascido em 14 de abril, Ravi deu entrada na Unidade de Pronto-Atendimento (UPA) da Caxangá, na Zona Oeste do Recife, na segunda-feira (16), mas precisou ser transferido para o Hospital Barão de Lucena.

“Ele teve pneumonia e transferiram ele de emergência nessa promessa de que ele viria para uma UTI aqui no Barão de Lucena, mas não tinha vaga”, disse Gicely.

Desde então, a mãe e o bebê estão na emergência pediátrica da unidade. No sábado (21), a família acionou o Ministério Público de Pernambuco (MPPE). No documento ao qual o g1 teve acesso, a médica responsável aponta que Ravi foi diagnosticado com um quadro de bronquiolite viral aguda complicada com infecção do trato respiratório bacteriana associada.

Além disso, o documento já apontava que ele estava sem o acesso venoso no sábado (21) e estava em estado crítico de saúde.

“Ele está aguardando, ele e todas as crianças que estão aqui. Atualmente temos 14 crianças na emergência, que se transformou em uma UTI. [...] Meu foco não é julgar equipe médica. Meu foco é que os hospitais coloquem uma equipe completa”, declarou a mãe.

Gicely também contou que viu crianças, que estão internadas perto do filho, tendo complicações devido à ausência da medicação via venosa. “A minha luta não é só pelo Ravi, é por outras crianças. [...] O que não aguento é ver várias crianças assim, o tempo todo, serem reanimadas”, relatou.

Até as 8h20 desta segunda-feira (23), Ravi ainda não tinha sido atendido por um cirurgião para que fosse feito o acesso venoso, segundo a família. Em nota, a Secretaria Estadual de Saúde (SES) explicou que o cirurgião pediátrico que iria no domingo (22) teve um problema de saúde e desfalcou a escala de plantão da unidade.

O pai do menino, o advogado Tim Van Egmond, contou que o filho caçula ficou doente após o irmão, de quase 2 anos, gripar na escola. "Não é só por Ravi que estamos lutando. Tem até um bebê de lado da gente que já teve umas quatro ou cinco vezes paradas respiratórias", afirmou Tim.

"São os piores dias da minha vida. Ver um bebê assim, intubado, lutando pela vida, literalmente, é horrível", disse o pai.

Sobre o caso de Ravi, a SES informou que "o paciente está sendo assistido e monitorado pela equipe do serviço, recebendo medicação por meio de acesso venoso periférico" e que o procedimento para colocação de um acesso venoso central deve ocorrer na manhã desta segunda (23).

Quanto às outras crianças, a direção do Hospital Barão de Lucena ressaltou que todas são assistidas pela equipe multiprofissional e recebem atendimento médico. "A unidade continua a operar com sua capacidade total e esclarece, ainda, que não recusa nenhum paciente", apontou.

O g1 questionou a SES e o MPPE sobre a fila de espera por UTI nesta segunda-feira (23), mas não recebeu resposta até a última atualização desta reportagem.

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Fonte: G1

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