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Governo quer mudança em lei para não ter que compensar corte de tributo sobre combustĂ­veis

Por Redação em 17/03/2022 às 16:26:20
Na semana passada, em meio à disparada nos preços, Congresso aprovou e Bolsonaro sancionou projeto que zera cobrança de PIS/Cofins sobre diesel, biodiesel e gĂĄs de cozinha. O governo federal encaminhou nesta quinta-feira (17) ao Congresso Nacional um projeto de lei para alterar a Lei de Diretrizes OrçamentĂĄrias (LDO) de 2022 e permitir que a redução de tributos sobre combustĂ­veis, aprovada pelo Legislativo, não tenha de ser compensada.

Pela proposta, essa redução, jĂĄ sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro, não precisaria mais ser acompanhada de "medida compensatória que anule o efeito da redução da receita no resultado primĂĄrio, por meio do aumento de receita corrente ou da redução de despesa" — um dispositivo da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

Saiba de onde o governo pretende tirar dinheiro para compensar a alta de preço dos combustĂ­veis

De acordo com o Ministério da Economia, proposta de alteração da LDO enviada ao Congresso Nacional "facilita a redução dos tributos incidentes sobre a comercialização do diesel, gĂĄs de cozinha e gĂĄs natural".

Bolsonaro sanciona projeto que muda ICMS de combustĂ­veis

"A alteração abre uma exceção aos requisitos para realização da redução de receita referente a tributos sobre esses produtos", informou o Ministério da Economia.

"Dessa forma, a perspectiva é que a LDO passe a oferecer condições para a avaliação e aprovação de medidas atualmente em discussão no Congresso Nacional, de modo a suavizar a alta de preços desses produtos, decorrentes do cenĂĄrio internacional", acrescentou o governo.

Quanto o governo deixarĂĄ de arrecadar?

Segundo o Ministério da Economia, o governo federal deixarĂĄ de arrecadar, entre março a dezembro deste ano, R$ 16,59 bilhões com o corte de tributos sobre os combustĂ­veis, sendo:

R$ 15,18 bilhões da redução a zero do Pis/Pasep e da Cofins do diesel;

R$ 710,11 milhões da redução do biodiesel;

R$ 274,73 milhões da redução do querosene da aviação civil;

R$ 428,12 milhões da redução do gĂĄs liquefeito de petróleo e de gĂĄs natural.

De acordo com cĂĄlculos da Instituição Fiscal Independente (IFI), órgão ligado ao Senado Federal, o impacto da isenção do PIS-Cofins para combustĂ­veis deve ser de R$ 17,6 bilhões para a União neste ano.

O cĂĄlculo considera as alĂ­quotas vigentes em março de 2022 e as quantidades de consumo estimadas para o perĂ­odo de março a dezembro, utilizando a média dos Ășltimos trĂȘs anos.

Parte dos governadores afirma que a tendĂȘncia é haver perda de arrecadação dos estados com a criação de uma alĂ­quota Ășnica sobre os combustĂ­veis. A estimativa para essa perda, porém, ainda não foi divulgada.

Os entes federados (União, estados, Distrito Federal e municĂ­pios) ainda vão definir qual serĂĄ essa alĂ­quota. TĂȘm até 31 de dezembro para isso.

Até a regulamentação da nova alĂ­quota, os estados ficam obrigados a cobrar ICMS do diesel sobre uma base de cĂĄlculo que resulta da média do preço nos Ășltimos cinco anos.

O impacto fiscal dessa regra transitória também não foi divulgado pelo ComitĂȘ Nacional de SecretĂĄrios Estaduais de Fazenda (Comsefaz), que reĂșne secretĂĄrios de Fazenda dos estados.

Segundo a Instituição Fiscal Independente, se considerada a média de preço dos Ășltimos cinco anos, haveria uma redução de R$ 0,27 por litro de diesel, o que resultaria em uma perda de R$ 13,3 bilhões, dos quais R$ 10 bilhões para os estados e R$ 3,3 bilhões para os municĂ­pios.

Fonte: G1

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