A semana termina com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fazendo elogios ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em Alagoas. Enquanto isso, no Senado, o ministro Fernando Haddad agradece ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e anuncia o fim de uma guerra entre os dois.
O clima melhora no Congresso, reforçando a expectativa de aprovação da regulamentação da reforma tributária até o fim deste ano. E a equipe ministerial pela primeira vez atuou totalmente sincronizada no socorro à população do Rio Grande do Sul.
Nas palavras de um assessor presidencial, este é o melhor momento da gestão Lula neste ano, marcado por brigas entre o governo e seus aliados na Câmara e no Senado e queda na aprovação da administração petista.
A expectativa, segundo assessores, é que esse bom momento tenha impactos positivos na avaliação do governo e ajude a elevar a aprovação do trabalho do presidente perante a população.
Além disso, do lado da economia, os indicadores seguem positivos, com o mercado revendo suas previsões do crescimento econômico para cima. O mercado de trabalho também segue com bons dados, indicando uma resiliência da economia neste início de 2024.
Segundo assessores, a gestão recuperou a paz e entrou em um novo ritmo.
No Palácio do Planalto, o que mais foi positivo nesta nova fase foi a integração da equipe ministerial para socorrer o Rio Grande do Sul. Lula avalia que esse modelo precisa acontecer em outras frentes, com sua equipe unida em torno de medidas para fazer o país crescer em ritmo mais acelerado.
O único revés foi a decisão do Copom que reduziu o tamanho do corte da taxa de juros. A equipe de Lula esperava que o Banco Central mantivesse os cortes de 0,50 ponto percentual.
Só que o Copom, dividido, decidiu por baixar para 0,25 ponto percentual, frustrando o Palácio do Planalto.
A equipe econômica reclama que o BC acabou não respeitando a guidance (orientação) da reunião anterior, que sinalizou um corte maior.
Economistas destacam, porém, que a direção da instituição fez questão de indicar a possibilidade de mudança, o que se concretizou com a taxa Selic caindo de 10,75% para 10,5% ao ano.
A redução menor acabou gerando reação negativa no mercado porque foi decidida num Copom rachado ao meio, 5 a 4, com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, desempatando.
De um lado ficaram os cinco integrantes indicados por gestões anteriores. Do outro, os quatro nomeados pelo presidente Lula.
Resultado: o mercado avalia que, a partir do próximo ano, com a saída Campos Neto ao fim de seu mandato, o Copom seria mais favorável à linha defendida pelo Palácio do Planalto. Ou seja, aceitaria uma inflação mais perto do teto da meta.