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Tropas russas se movimentam ao sul da Ucrânia; acompanhe sexto dia de guerra

Por Redação em 01/03/2022 às 00:56:51
Quase uma semana após o primeiro ataque, tropas russas seguem cercando Kiev. Joe Biden também fará tradicional discurso ao Congresso americano; expectativa é que ele comente sobre a crise de segurança no leste europeu. Tanque russo é visto na cidade de Berdyansk, na costa sul da Ucrânia, no início da manhã desta terça-feira (1º).

Reprodução/BBC

A invasão da Ucrânia pela Rússia entrou nesta terça-feira (1) em seu sexto dia com destaque para a nova movimentação de tropas ao sul ucraniano. As imagens foram capturadas na cidade de Berdyansk no início da manhã local.

Ainda nesta terça está marcada para a acontecer a Assembleia da ONU que visa criar meios para acabar com o conflito. Mais de 110 países se inscreveram para discursar. Durante o primeiro dia de reuniões apenas 45 representantes conseguiram falar. A expectativa é de que os EUA falem na ONU nesta terça.

O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky disse que , nos primeiros cinco dias, a Rússia atacou a Ucrânia com 56 foguetes e 113 mísseis de cruzeiro. Ele afirmou ainda, em uma transmissão, que após o bombardeio de Kharkiv, no nordeste ucraniano, é necessário considerar esta uma zona de exclusão aérea.

Zelensky acusou a Rússia e disse que um Estado que comete crimes de guerra não deve ser membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Refugiados

Também nesta segunda-feira (28), a ONU divulgou que o número de refugiados da Ucrânia já passa de 500 mil. Com bagagens leves, principalmente mulheres e crianças têm chegado aos países fronteiriços de trem, de carro e, às vezes, a pé. Homens em idade de lutar não podem sair da Ucrânia.

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Em entrevista ao g1, o especialista em Estudos de Paz pela Universidade de Oslo, Alexandre Addor, disse que, ao menos desta vez, a União Europeia terá uma política diferente na abertura de fronteiras e recepção de refugiados. Isto porque os ucranianos são vistos como "coirmãos" — pessoas brancas, de olhos claros e que, fisicamente, se parecem muito com os europeus. É o que ele chama de "hierarquia dos refugiados" (leia mais sobre o assunto aqui).

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Além disso, a União Africana condenou publicamente a forma como os cidadãos de países africanos estão sendo tratados durante o processo de evacuação da Ucrânia. Segundo eles, muitos estão sendo dispensados, proibidos de embarcar em trens e ônibus para deixar o país do leste europeu.

Comboios

O porta-voz do Pentágono, John Kirby, disse em coletiva de imprensa em Washington D.C., nos Estados Unidos, que as tropas russas estão "atrasadas" no planejamento, mas seguem avançando na direção da capital ucraniana Kiev.

Segundo ele, imagens de satélite mostram comboios terrestres das forças russas se aproximando da cidade. As tropas russas viajam em um comboio militar que se estende por pelo menos 27 quilômetros.

Esta imagem de satélite fornecida pela Maxar Technologies mostra o desdobramento de forças terrestres em Zdvyzhivka, noroeste de Kiev, Ucrânia, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2022.

Satellite image ©2022 Maxar Technologies via AP

Já o presidente dos EUA, Joe Biden, disse que os americanos não devem se preocupar com uma guerra nuclear no planeta.

A fala de Biden aconteceu um dia depois que o presidente russo, Vladimir Putin, colocar as equipes nucleares da Rússia em alerta máximo.

Biden durante evento na Casa Branca nesta segunda-feira (28).

REUTERS/Kevin Lamarque

Discurso ao Congresso

De forma muito tradicional para os americanos, o presidente da república sempre discursa para o Congresso americano uma vez por ano. Joe Biden, irá falar com a Casa nesta terça-feira (1).

Normalmente, o discurso é focado em capacidades do país, promessas para o ano seguinte e comemorações sobre promessas cumpridas no discurso anterior.

Neste ano, porém, o esperado é que Biden comente também sobre a crise de segurança que está acontecendo na Ucrânia.

Espionagem russa

Os Estados Unidos expulsaram do país 12 diplomatas russos acusados de espionagem. Segundo documento divulgado pela Casa Branca nesta segunda (28), os representantes russos teriam abusado do seu privilégio de residência ao se envolverem com movimentos de espionagem.

"Estamos tomando esta decisão de acordo com o Acordo da ONU. Esta ação está em desenvolvimento há vários meses", diz o comunicado.

O embaixador da Rússia na ONU, Vassily Nebenzia, disse que a explicação sobre as expulsões "não era satisfatória".

Primeiro dia da Assembleia da ONU

A Assembleia Geral da ONU fez, nesta segunda-feira, uma sessão extraordinária sobre a invasão da Ucrânia pela Rússia. O encontro, que aconteceu em Nova York, foi aprovado pelo Conselho de Segurança da organização.

No encontro, o Brasil reforçou a posição do país contra a Guerra na Ucrânia e, durante discurso, o embaixador brasileiro Ronaldo Costa Filho pediu uma negociação diplomática "a favor da paz" no país invadido por tropas da Rússia.

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"Reiteramos nosso pedido para um cessar-fogo imediato", disse Costa Filho durante a sessão que discute a crise no leste da Europa.

"Estamos com um aumento rápido das tensões, que podem colocar toda a humanidade em risco, mas ainda temos tempo para parar com isso. Acreditamos que o Conselho de Segurança ainda não exauriu os instrumentos que tem a disposição para contribuir para uma solução negociada e diplomática, a caminho da paz", completou (veja vídeo acima).

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Sanções e economia

O dia também começou com sanções da União Europeia ao Banco Central russo. Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, as restrições incluem uma proibição de transações com o instituto financeiro. Já o Japão sancionou o Banco Central da Rússia e limitou as transações que a entidade russa pode fazer, disse o primeiro-ministro Fumio Kishida.

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Nas maiores cidades russas, longas filas têm se formado na porta dos bancos, onde a população busca sacar recursos diante da crise financeira que se forma. As retiradas significativas fragilizam o sistema bancário, que pode ficar sem fluxo de caixa – e correr o risco de quebrar. E outras consequências financeiras da guerra já são vistas (e sentidas) pela população, como a desvalorização do rublo e a disparada dos juros (leia mais detalhes aqui).

Os presidentes de oito países da União Europeia publicaram uma carta aberta pedindo a abertura de um processo para que a Ucrânia faça parte do bloco.

"Apelamos aos Estados-Membros da UE para que consolidem o maior apoio político à Ucrânia e permitam que as instituições da UE tomem medidas para conceder imediatamente à Ucrânia o estatuto de país candidato à UE e abram o processo de negociações", disse a carta.

Os países que assinaram a carta foram Bulgária, República Tcheca, Estônia, Letônia, Lituânia, Polônia, Eslováquia e Eslovênia.

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Fechamento do espaço aéreo

Enquanto vê lideranças mundiais impor sanções ao país, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, proibiu aviões da Alemanha, França, Espanha, Itália e de outros 32 países de sobrevoar seu território. Trata-se de uma medida de retaliação, já que diversos países da Europa já haviam fechado seu espaço aéreo a aeronaves russas depois da invasão da Ucrânia.

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E sites de vários meios de comunicação russos foram invadidos, conforme apurou a agência Reuters. Suas páginas regulares foram substituídas por uma mensagem antiguerra e pedidos para parar a invasão da Ucrânia.

O grupo hacker-ativista Anonymous anunciou, no domingo (27) que está em andamento um "cyber ataque contra a Rússia". De acordo com o perfil da organização, a TV estatal russa foi hackeada e está transmitindo "a realidade do que está acontecendo na Ucrânia". O governo ucraniano conta com voluntários para travar uma guerra cibernética contra os russos.

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Avanço das tropas russas

Segundo o divulgado pela agência russa Interfax, e que cita como fonte o Ministério de Defesa da Rússia, duas cidades da Ucrânia foram tomadas por tropas russas (são elas: Berdyansk, na costa do Mar de Azov, e Enerhodar).

Apesar de imagens de satélite mostrarem o comboio russo se movendo em direção a Kiev (veja vídeo aqui), o governo da Ucrânia afirma que militares do país seguem conseguindo conter o avanço até a capital. .

Policiais ucranianos revistam suspeito em Kiev, durante a invasão russa na Ucrânia.

REUTERS/Umit Bektas TPX IMAGES OF THE DAY

De acordo com as autoridades ucranianas, o número total de civis mortos até agora é de 352, incluindo 14 crianças.

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Envio de armas

Os parceiros da Otan afirmaram que vão fornecer mísseis de defesa contra ataques aéreos e armas contra tanques de guerra, segundo o divulgado pelo secretário-geral da entidade, Jans Stoltenberg, em uma rede social.

Josep Borrell, alto representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, disse que a União Europeia também aprovou envio de caças à Ucrânia.

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Armas nucleares em posição de alerta

Neste domingo (27), Vladimir Putin, presidente da Rússia, disse que colocou equipes de armas nucleares em posição de alerta. Segundo a agência de notícias Reuters, ele tomou a decisão depois de ouvir declarações que considerou agressivas de representantes dos países que fazem parte da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

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Para o ministro de Defesa do Reino Unido, Ben Wallace, entretanto, a fala do russo é distração. "O objetivo é disfarçar que suas tropas não estão progredindo na Ucrânia", disse ele.

"Ele fez esse comentário, nós vamos avaliar, mas, sabe, o que nós não podemos nos esquecer é que essa é uma grande tentativa de causar distração em relação aos problemas que ele tem na Ucrânia só por empregar esse tipo de frase na mídia", disse Wallace.

Quem também classificou as declarações de Putin como distração foi Boris Johnson, primeiro-ministro britânico. "Acho que é uma distração do que realmente ocorre na Ucrânia. É um povo inocente, que enfrenta uma agressão não provocada. O que acontece de verdade é que estão se defendendo com mais eficácia, com mais resistência", acrescentou Boris Johnson.

O chefe de política externa da União Europeia, Josep Borrell, disse que o bloco não se envolverá após as declarações de Putin. "Não vamos continuar com essa escalada", disse Borrell à BBC.

Já a embaixadora dos Estados Unidos na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, afirmou que a ordem de Putin mostra que o líder russo está escalando o conflito de uma maneira que é inaceitável.

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Brasil

O Ministério das Relações Exteriores informou neste domingo (27), em nota, que 80 brasileiros já deixaram a Ucrânia e foram para países fronteiriços. Ainda, segundo o Itamaraty, cerca de 100 brasileiros registrados na embaixada do Brasil em Kiev ainda estão em solo ucraniano.

Já o presidente Jair Bolsonaro disse que o Brasil irá adotar um posicionamento neutro em relação à invasão russa à Ucrânia, pois não quer "trazer as consequências do embate para o país".

Segundo o blog do Valdo Cruz, o governo brasileiro está em alerta e deve se colocar contra o que classifica de "sanções seletivas" que podem vir a ser adotadas por outros países contra a Rússia e que prejudiquem o Brasil. A principal preocupação é que essas medidas inviabilizem a importação de fertilizantes e de trigo da Rússia pelo Brasil, tema que foi discutido durante o encontro do presidente Jair Bolsonaro com Vladimir Putin.

Resumo dos últimos acontecimentos:

Rússia e Ucrânia fazem primeira reunião após início dos confrontos. Encontro terminou sem acordo, mas com uma nova rodada de negociações agendada.

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Número de refugiados já passa de 500 mil

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A União Europeia aprovou envio de caças à Ucrânia.

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Fonte: G1

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