Segundo a Empresa de Pesquisa AgropecuĂĄria e Extensão Rural de Santa Catarina, o prejuĂzo no cultivo do milho pode ser de R$ 1 bilhão por conta dos efeitos da seca. Ministra da Agricultura esteve em propriedades rurais afetadas pela estiagem em Chapecó
A ministra da Agricultura, PecuĂĄria e Abastecimento, Tereza Cristina, visitou na quarta-feira (12) uma das propriedades rurais afetadas pela falta de chuva no Oeste catarinense.
Ao menos 70 municĂpios catarinenses estão em situação de seca severa, e dez em extrema. Durante a visita, não foi anunciada nenhuma ação efetiva do governo federal para mitigar os efeitos da estiagem.
A ministra desembarcou no aeroporto de Chapecó por volta das 14h30 e seguiu para a propriedade rural na comunidade de Rodeio Bonito.
Durante a visita a ministra avaliou as perdas agrĂcolas em função da seca, entre elas os impactos da estiagem na cultura de milho da região. Segundo a Empresa de Pesquisa AgropecuĂĄria e Extensão Rural de Santa Catarina (Epagri), o prejuĂzo no cultivo do grão pode ser de R$ 1 bilhão.
"Eu vim muito mais para ouvir e ver [a situação da estiagem]. Trouxe comigo uma equipe do Ministério da Agricultura para que a gente possa ouvir, traçar o que vamos poder ajudar. Montamos um comitĂȘ de acompanhamento sobre a estiagem e vamos trazer o que o Governo [Federal] pode fazer em conjunto para ajudar a produção brasileira", disse a ministra.
A Ășltima estimativa de perda agrĂcola em Santa Catarina com a seca nas regiões mais atingidas é de receita superior a R$ 1,5 bilhão. Sem ações imediatas previstas, Tereza Cristina pretende levar a BrasĂlia um diagnóstico da situação para elaborar soluções conjuntas com estados e municĂpios.
Também foi realizado um encontro entre as autoridades presentes, estavam o governador Carlos Moisés, a vice-governadora Daniela Reinehr, os senadores Esperidião Amin e Jorginho Mello, e o secretĂĄrio de Agricultura, Altair Silva. Dezenas de parlamentares, prefeitos e lideranças do agronegócio também acompanharam o evento realizado no Centro de Eventos PlĂnio de Nes.
A visita a Chapecó faz parte de uma agenda de viagens a regiões afetadas pela estiagem. Durante a manhã de quarta, ela esteve em Santo Ăngelo, no Rio Grande do Sul. Nesta quinta-feira (13), a ministra deve visitar cidades do ParanĂĄ e do Mato Grosso do Sul.
O secretĂĄrio de Estado da Agricultura, Pesca e Desenvolvimento Rural, Altair Silva, também esteve no encontro com a ministra.
"A ministra pôde ouvir e receber pautas da nossa entidade. Avançamos com ela em pontos interessantes. Um deles a questão do Pró agro", avaliou o secretĂĄrio.
No encontro, o governo estadual divulgou as ações sobre o investimento de ao menos R$ 350 milhões até o fim do próximo ano em medidas de resiliĂȘncia hĂdrica. Neste ano, o programa" SC Mais Solo e Água" destinarĂĄ R$ 150 milhões aos produtores rurais, subsidiando a instalação de cisternas, poços artesianos, entre outras medidas.
De forma emergencial a pasta estĂĄ reconhecendo os decretos de emergĂȘncia dos municĂpios e liberando as lavouras o Programa de Garantia da Atividade AgropecuĂĄria (Proagro), que garante a exoneração de obrigações financeiras relativas a operação de crédito rural de custeio, em que a liquidação seja dificultada pela ocorrĂȘncia de fenômenos naturais, pragas e doenças que atinjam rebanhos e plantações, na forma estabelecida pelo Conselho MonetĂĄrio Nacional.
Estiagem
Ao menos 18 estações hidrológicas de Santa Catarina estão em situação de alerta ou emergĂȘncia, segundo os dados do boletim da Epagri/Ciram, que faz o acompanhamento nas bacias e complexos do estado, divulgados na manhã destas quinta-feira (13).
Em situação de emergĂȘncia estão estações nos municĂpios de Guaraciaba, MondaĂ, Romelândia, Curitibanos, Canoinhas, Alfredo Wagner, Chapadão do Lageado, São João Batista, Coronel Freitas, Pinhalzinho, Saudades, São Carlos, Joaçaba, Concórdia e Itapiranga.