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Júri da Kiss: sobrevivente e testemunha de acusação são ouvidos no 4º dia; total de depoentes foi reduzido

Por Redação em 04/12/2021 às 04:36:31
No total do julgamento, serão ouvidas 12 sobreviventes, 16 testemunhas e um informante, além dos quatro réus. Julgamento do incêndio na boate Kiss: 3º dia

No total do julgamento, serão ouvidas 12 sobreviventes, 16 testemunhas e um informante, além dos quatro réus. Julgamento do incêndio na boate Kiss: 3º dia

Alexandre Marques, testemunha arrolada pela defesa de Elissandro Spohr, e Maike Ariel dos Santos, sobrevivente indicado pelo assistente de acusação, serão ouvidos neste sábado (4).


O julgamento do incêndio da boate Kiss deve ter mais duas pessoas ouvidas neste sábado (4), no Foro Central de Porto Alegre. Alexandre Marques, testemunha arrolada pela defesa de Elissandro Spohr, e Maike Ariel dos Santos, sobrevivente indicado pelo assistente de acusação, serão os depoentes.

Até o momento, seis sobreviventes, três testemunhas e um informante já passaram pelo plenário desde o início do júri. Como os depoimentos são longos e a previsão inicial de duas semanas não deve se confirmar neste ritmo, o Ministério Público propôs que cada parte reduzisse o número de testemunhas e vítimas a ser ouvidas.

A proposta foi apresentada em plenário, acordada pelas partes e autorizada pelo juiz Orlando Faccini Neto. Com isso, três testemunhas e um sobrevivente foram descartados e, no total, serão ouvidas 12 sobreviventes, 16 testemunhas e um informante.

O Ministério Público desistiu da testemunha Stenio Rodrigues Fernandes, mas a defesa de Elissandro Spohr solicitou que ele permanecesse. Portanto, abriu mão de escutar Roberto Carlos Meza Niella.

Já assistência de acusação abriu mão de ouvir a vítima Gustavo Cadore, e a defesa de Mauro Hoffmann desistiu de ouvir a testemunha Audrey Tessele Borin.

A advogada Tatiana Borsa, defensora de Marcelo de Jesus dos Santos, informou que já havia desistido de uma testemunha na fase processual e manteve as quatro já previstas. Luciano Bonilha Leão não tem testemunhas arroladas no processo.

Nesta sexta-feira foram ouvidas duas testemunhas, um informante e um sobrevivente.

O primeiro a ser ouvido foi o gerente da loja onde foram comprados os artefatos pirotécnicos que deram ao início ao incêndio na boate Kiss foi o primeiro a ser ouvido, nesta sexta-feira. Daniel Rodrigues da Silva disse que os artefatos Sputnik e Chuva de Prata, usados no dia do incêndio, não podem ser usados indoor, ou seja, dentro de locais fechados.

Segundo Daniel, o artefato foi comprado por um dos réus, Luciano Bonilha, produtor e auxiliar de palco da banda Gurizada Fandangueira. A nota fiscal de aquisição dos artefatos e do dispositivo que aciona eles foi apresentada no julgamento.

O gerente ainda afirmou que Luciano foi orientado sobre a utilização correta dos fogos. "O funcionário teve o diálogo com o Luciano, sempre instruímos". O fogo do tipo Sputnik deve ser acionado à distância e possui instruções na embalagem, detalhou o depoente.

Depois, ainda durante a manha, foi a vez de Gianderson Machado da Silva, funcionário de uma empresa de extintores de incêndio, que revisou os equipamentos usados na boate Kiss. Ele foi convocado pela acusação.

Durante a tarde, o júri ouviu o ex-patrão do vocalista da banda, Marcelo de Jesus, Pedrinho Antônio Bortoluzzi.

O músico trabalhou para uma empresa de construção de propriedade da testemunha na colocação de azulejos. Segundo a defesa de Marcelo, Pedrinho Antônio Bortoluzzi não comenta sobre o incêndio, mas sobre a conduta do réu.

"O que ele me disse chorando é que ele jamais acenderia aquele fogo se ele tivesse imaginado que aquilo se ele tivesse imaginado que aquilo poderia acontecer", afirmou.

Ex-vocalista 'jamais acenderia aquele fogo' se imaginasse tragédia, diz testemunha

Por fim, o policial militar Érico Paulus Garcia, que na época era barman na casa noturna, contou o que testemunhou na noite. Ele que teve a iniciativa de usar uma picareta para quebrar uma parede de madeira e liberar janelas para a evacuação da fumaça.

Érico ainda retornou para a parte interna, após o fogo, para ajudar a resgatar pessoas que estava desacordadas. Ele acredita que tenha buscado de 15 a 20 pessoas, mas também lamenta que, ao longo daquele dia, ajudou a carregar corpos para caminhões do Exército que levaram as vítimas ao ginásio municipal.

"Lembro de ajudar a carregar os corpos para os caminhões e ajudar lá no Farrezão. Mas não lembro como cheguei lá. Simplesmente apaguei", descreve.

Nesta etapa do julgamento, sobreviventes e testemunhas são questionados pelo juiz, pelo Ministério Público, pelo assistente de acusação e pelos defensores dos réus, nessa ordem. Depois, ocorrem os interrogatórios dos quatro réus e, ao final, os debates entre MP e defesas.

Quem são os réus?

Elissandro Callegaro Spohr, conhecido como Kiko, 38 anos, era um dos sócios da boate

Mauro Lodeiro Hoffmann, 56 anos, era outro sócio da Boate Kiss

Marcelo de Jesus dos Santos, 41 anos, músico da banda Gurizada Fandangueira

Luciano Augusto Bonilha Leão, 44 anos, era produtor musical e auxiliar de palco da banda

Entenda o caso

Os quatro réus são julgados por 242 homicídios consumados e 636 tentativas (artigo 21 do Código Penal). Na denúncia, o Ministério Público havia incluído duas qualificadoras — por motivo torpe e com emprego de fogo —, que aumentariam a pena. Porém, a Justiça retirou essas qualificadoras e converteu para homicídios simples.

Para o MP-RS, Kiko e Mauro são responsáveis pelos crimes e assumiram o risco de matar por terem usado "em paredes e no teto da boate espuma altamente inflamável e sem indicação técnica de uso, contratando o show descrito, que sabiam incluir exibições com fogos de artifício, mantendo a casa noturna superlotada, sem condições de evacuação e segurança contra fatos dessa natureza, bem como equipe de funcionários sem treinamento obrigatório, além de prévia e genericamente ordenarem aos seguranças que impedissem a saída de pessoas do recinto sem pagamento das despesas de consumo na boate".

Já Marcelo e Luciano foram apontados como responsáveis porque "adquiriram e acionaram fogos de artifício (...), que sabiam se destinar a uso em ambientes externos, e direcionaram este último, aceso, para o teto da boate, que distava poucos centímetros do artefato, dando início à queima do revestimento inflamável e saindo do local sem alertar o público sobre o fogo e a necessidade de evacuação, mesmo podendo fazê-lo, já que tinham acesso fácil ao sistema de som da boate".



Fonte: G1

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