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Após derrota de MP, Bolsonaro envia ao Congresso PL que altera o Marco Civil da Internet

Por Redação em 19/09/2021 às 22:57:21

O presidente Jair Bolsonaro encaminhou ao Congresso Nacional, neste domingo, 19, um projeto de Lei que altera o Marco Civil da Internet e limita a remoção de conteĂșdo das redes sociais. Segundo o anĂșncio feito pela Secretaria Especial de Comunicação da PresidĂȘncia, por meio das redes sociais, a proposta segue a mesma linha da Medida Provisória 1068/21, que nem chegou a ser votada no Congresso após ser devolvida pelo presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco (DEM). O texto havia sido editado pelo presidente na véspera dos atos de 7 de setembro e, por se tratar de uma MP, as regras jĂĄ entraram em vigor assim que foram publicadas. Mas para que se tornassem lei e continuassem valendo, as mudanças precisavam ser aprovadas pelos parlamentares. Após a devolução, a medida provisória deixou de valer. Com a elaboração do projeto de lei, o governo retoma a discussão que, segundo ele, tem como objetivo "garantir direitos dos brasileiros na redes".

"A medida não impede a remoção de conteĂșdos e perfis, apenas combate as arbitrariedades e as exclusões injustificadas e duvidosas, que lesam os brasileiros e suas liberdades", diz o anĂșncio da Secretaria de Comunicação da PresidĂȘncia. Ainda segundo a publicação, o projeto de lei propõe que o provedor das redes terĂĄ de notificar de forma clara o usuĂĄrio antes de removĂȘ-lo ou excluir seus conteĂșdos, além de oferecer meios para contestação. "ConteĂșdos criminosos seguem sendo criminosos e jĂĄ existe amparo legal para combatĂȘ-los. O PL vem justamente para evitar que conteĂșdos e perfis idôneos recebam – de forma injusta – o mesmo tratamento de criminosos". Para a pasta, a proposta darĂĄ mais segurança jurĂ­dica aos brasileiros, uma vez que estabelece mais transparĂȘncia quanto ao papel das redes sociais no controle de conteĂșdo. "Até hoje não hĂĄ regras bem definidas que exijam justificativa clara para exclusão de conteĂșdo e contas em redes sociais. Sem clareza sobre os critérios para exclusões e suspensões, hĂĄ possibilidade de ações arbitrĂĄrias e violações do direito à livre expressão".

Reações à MP

A publicação da MP que propunha a limitação da remoção de conteĂșdo das redes sociais, na véspera das manifestações de 7 de setembro, provocou muitas reações de parlamentares de oposição e entidades. O relator do Marco Civil da Internet, o deputado federal Alessandro Molon (PSB-RJ), lĂ­der da Oposição na Câmara, enviou ofĂ­cio a Pacheco pedindo que o texto fosse devolvido. O próprio procurador-geral da RepĂșblica, Augusto Aras, defendeu a suspensão da norma. Partidos acionaram o Supremo Tribunal Federal para contestar a medida. Ao suspender os efeitos da MP, a ministra Rosa Weber afirmou que os direitos fundamentais, sobretudo os relacionados às liberdades pĂșblicas, são pressupostos para o exercĂ­cio do direito à cidadania e que a Constituição Federal afasta a veiculação, por meio de medida provisória, de matérias atinentes a direitos e garantias fundamentais. "A meu juĂ­zo, somente lei em sentido formal, oriunda do Congresso Nacional, pode fazĂȘ-lo, por questões atinentes à legitimidade democrĂĄtica, por maior transparĂȘncia, por qualidade deliberativa, por possibilidade de participação de atores da sociedade civil e pela reserva constitucional de lei congressual", escreveu no despacho.


Fonte: JP

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