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MT tem 170 mil alunos cursando o ensino superior; idosa que voltou a estudar após 51 anos e entrou na faculdade é uma delas

Por Redação em 28/05/2021 às 19:12:33
Maria Isaura, de 71 anos, concluiu o ensino fundamental e médio e hoje está fazendo serviço social. Estado tem mais alunos matriculados na rede particular que na rede pública. Isaura da Silva Martins voltou a estudar após os 70 anos

Sesi/Divulgação

Mato Grosso tem 170 mil alunos matriculados no ensino superior. Destes, 120,8 mil estudam na rede privada e 46,7 mil na rede pública. O estado ocupa o 15º lugar entre os estados em matrículas na rede privada e pública em cursos presenciais de graduação, segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).

Entre os alunos está a dona de casa Izaura da Silva Martins, que aos 71 anos está cursando uma faculdade. Ela voltou a estudar em 2018, por meio do EJA – Ensino de Jovens e Adultos -, e, neste ano, começou a cursar serviço social.

“Eu resolvi estudar e comecei desde a 5° série do ensino fundamental até o ensino médio e agora estou cursando a faculdade. Vou fazer serviço social para ajudar as pessoas, até trabalhar depois que me formar”, afirmou.

Ela também está tirando carteira de habilitação para que possa fazer as atividades com mais autonomia.

Mãe de quatro filhos e avó de nove netos, Izaura é motivo de orgulho na família. O filho dela, Pedro Ferreira Martins Filho, conta que a mãe sempre foi muito esforçada e dedicada.

“Ela já era catequista há muitos anos, sempre se dedicou às crianças e à igreja e teve a oportunidade de terminar os estudos. Ela começou na 5° série, fez o ensino médio no EJA e sempre teve a vontade de ingressar na faculdade. É uma fonte de inspiração para os filhos e netos”, declarou.

Avanço na rede privada

A rede privada está em crescente expansão. Em 2018, o número de matrículas aumentou 8,7%. E, em 2017, quando comparado com 2016, o aumento foi de 7,3%. Em 2014, estavam matriculados 162 mil estudantes no ensino superior, entre cursos de bacharelado, técnico e tecnológico presencial e à distância.

Desses, 41,8 mil estavam na rede pública e 120,3 mil nas instituições privadas.

Segundo o último Censo da Educação Superior, do Inep, no estado a taxa é de 1,6 aluno na rede privada para cada estudante na rede pública, ou seja, tem mais pessoas nas faculdades particulares que nas unidades públicas. No país, em cursos presenciais, há 2,4 universitários matriculados na rede privada para cada aluno matriculado na rede pública.

Gráfico mostra o avanço do ensino superior no país

Inep/Reprodução

Em uma década, entre 2008 e 2018, a rede privada cresceu 59,3%. A rede pública aumentou 7,9% no mesmo período.

O cenário do estado é semelhante ao nacional. Em 2018, 3,4 milhões de alunos ingressaram em cursos de educação superior de graduação, no Brasil. Destes, 83,1% em instituições privadas.

A taxa média de crescimento anual é de 3,7%. A matrícula na educação superior cresceu 43,7% naquele ano. Já em 2019, o aumento foi de 1,8%.

A importância do ensino superior

Edson com os dois filhos

Arquivo pessoal

O vendedor de amendoim, Edson Miranda, considera o estudo o maior legado que um pai pode dar para um filho. Com o suor do trabalho, ele paga a faculdade do filho mais velho.

Com o dinheiro que ganha vendendo amendoim nas ruas de Cuiabá, Edson, conhecido como o “Rei do Amendoim”, quer formar o filho em direito. Edson parou de estudar na 8ª série do ensino fundamental, porque à época precisava trabalhar para ajudar a família e não teve apoio para continuar os estudos.

O filho dele, de 20 anos, estuda em uma faculdade particular em Cuiabá. Ele está no 7º semestre do curso.

“Os bens materiais, se você não cuidar, desabam, mas o estudo, não. O estudo você atravessa fronteira. A maior riqueza que um pai dá para um filho é o estudo”, afirmou.

Edson tem dois filhos, os quais ele criou sozinho, sem a ajuda da mãe. Hoje, ele projeta neles a importância de estudar e se colocar no mercado de trabalho.

“Tive que trabalhar cedo para ajudar meus avós. Tive poucas oportunidades de estudar. Através do meu trabalho, no ano que vem vou ter um filho formado em direito”, conta, com orgulho.

A vida de Edson não foi fácil. Ele começou a trabalhar quando tinha 6 anos.

Hoje, ele percorre cerca de 20 km a pé todos os dias com o carrinho de amendoim.

“Durmo todos os dias à meia noite e acordo às 4h da manhã. Eu falo para os meus filhos que a oportunidade que eu não tive, eu quero dar para vocês. Sou uma pessoa persistente, nunca abaixei a minha cabeça porque a única riqueza da nossa vida chama-se família”, disse.

EJA é alternativa para quem concluir os estudos de forma mais rápida

Sesi/Divulgação

Ganhando tempo

O EJA, que Isaura cursou para ingressar mais rápido à faculdade, é ofertado de forma gratuita pelo Serviço Social da Indústria (Sesi MT).

A coordenadora regional de Educação do Sesi, Cintia Silva, explica que a instituição, em parceria com o Senai, dá a oportunidade para que as pessoas que não tiveram condições de concluir os estudos antes dos 18 anos possam voltar a estudar.

“O projeto EJA Profissionalizante é uma possibilidade que o aluno tem de terminar o ensino médio e ter um curso totalmente gratuito pelo Senai”, enfatizou.

Antes de o aluno começar a estudar, é feita uma análise do conhecimento para identificar a série na qual será inserido. A conclusão dos estudos é bem mais rápida que o ensino convencional.

“Um projeto de conclusão de 12 meses pode ser eliminado em um mês, dependendo das competências que ele concluir ou se só vai fazer aquelas competências que realmente precisa para poder concluir. A nossa proposta é personalizada. O aluno vai estudar aquilo que de fato ele ainda precisa”, detalhou.

Fonte: G1/MT

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