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No Senado, Major Olimpio priorizou propostas sobre segurança pública e defesa das carreiras policiais

Por Redação em 18/03/2021 às 18:05:40
Senador teve a morte cerebral confirmada nesta quinta-feira (18), após complicações da Covid-19. Ele integrava o grupo 'Muda Senado', favorável ao fim do foro privilegiado para políticos e à prisão após condenação em segunda instância. No período de pouco mais de dois anos em que esteve no Senado, o senador Major Olimpio (PSL-SP) priorizou propostas relacionadas à segurança pública e pautas em defesa das carreiras policiais. Olimpio teve a morte cerebral confirmada nesta quinta-feira (18), após complicações da Covid-19.

De acordo com o site do Senado, o senador apresentou 52 projetos de lei. Grande parte deles relacionada à segurança pública e aos sistemas penal e carcerário. Ele era autor, por exemplo, de um projeto para pôr fim à saída temporária de presos e de uma proposta para obrigar condenados a custearem tornozeleiras eletrônicas, caso necessárias.

Também era signatário de um texto para criminalizar a prática de caixa 2 nas eleições e de outro para revogar o impedimento de prisão de eleitores às vésperas das eleições. Ainda sobre processo eleitoral, apresentou projeto para extinguir o fundo especial de financiamento de campanhas – bancado com recursos públicos.

Ao lado de Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ), apresentou projeto para flexibilizar o acesso a armas de fogo e munições no país.

Foi autor de textos que previam a indenização de profissionais da segurança pública permanentemente incapacitados para o trabalho em virtude de contaminação pela Covid-19; e para regulamentar a prisão especial de integrantes dessas categorias.

Major Olimpio é o terceiro senador a morrer vítima da Covid-19. Antes dele, faleceram Arolde de Oliveira (PSD-RJ), aos 83 anos, em outubro do ano passado; e José Maranhão (MDB-PB), aos 87 anos, em fevereiro de 2021.

Comissão de Segurança Pública

Olimpio se elegeu senador por São Paulo, em 2018, com mais de 9 milhões de votos. Foi o candidato mais votado, superando 19 adversários, entre os quais Mara Gabrilli (PSDB-SP), que também foi eleita senadora, e o veterano Eduardo Suplicy (PT-SP) – que não conseguiu uma cadeira na Casa.

No Senado, o parlamentar afastou-se do governo Bolsonaro após a saída do ex-ministro da Justiça Sergio Moro e por desentendimentos com Flávio Bolsonaro (Republicanos-RJ).

Foi um dos responsáveis pela criação da Comissão de Segurança Pública do Senado, aprovada em março deste ano, quando Olimpio já estava internado. Era, inclusive, um dos cotados para presidir o colegiado.

Do leito hospitalar, o senador, que liderou o PSL no Senado, chegou a tentar participar das discussões sobre a PEC Emergencial.

O parlamentar por São Paulo fazia parte do grupo informal Muda Senado, que reivindica o fim do foro privilegiado, a prisão após condenação em segunda instância, e mudanças no Supremo Tribunal Federal (STF).

Afável com colegas

Durante discursos nas tribunas da Câmara e do Senado, com frequência, repetia aos gritos a palavra “vergonha” para demonstrar insatisfação com votações e alguns acordos partidários.

Era famoso pela potência vocal. Muitas vezes, colegas diziam que Major Olimpio não precisava de microfones para ser ouvido. Apesar da postura incisiva, era afável no trato com os parlamentares e com a imprensa.

Lançou-se candidato à presidência do Senado duas vezes: 2019 e 2021. Nas duas ocasiões, contudo, retirou a candidatura no dia da eleição.

Além da defesa de policiais, Olimpio foi um dos protagonistas na articulação pela derrubada do veto do presidente Jair Bolsonaro à prorrogação, até 2021, da desoneração da folha de pagamentos de empresas de 17 setores da economia.

VEJA AQUI COMO OLIMPIO SE POSICIONOU NAS VOTAÇÕES DO SENADO

Covid-19

Olimpio anunciou o diagnóstico de Covid-19, por meio da assessoria, em 2 de março – depois de uma semana marcada por aglomerações no Congresso, com a visita de prefeitos de várias regiões do país em busca de recursos de emendas parlamentares ao Orçamento de 2021.

Pelo menos outros dois senadores se contaminaram naquele período: Lasier Martins (PSD-RS) e Alessandro Vieira (Cidadania-SE). Ambos integram o grupo Muda Senado.

Integrantes do gabinete de Olimpio, como o assessor de imprensa do parlamentar, também se contaminaram com o coronavírus e precisaram de internação.

Além de senador, Olimpio era instrutor de tiro, autor de livros na área de segurança pública e defensor da flexibilização do acesso a armas no país. Em 2018, Major Olímpio declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 594 mil em bens.

Câmara

Major Olimpio foi eleito, em 2014, deputado federal pelo partido Solidariedade e, na Câmara, votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Em março de 2016, um mês antes da votação do impeachment na Câmara, Olimpio foi vaiado, durante cerimônia Palácio do Planalto, após protestar contra a posse do ex-presidente Lula como ministro da Casa Civil.

Suplentes

Com a morte de Olimpio, o Senado deverá convocar o primeiro suplente do parlamentar. Trata-se do empresário Alexandre Luiz Giordano. Em 2018, Giordano, que também é filiado ao PSL, declarou à Justiça Eleitoral ter R$ 1,5 milhão em bens.

O segundo suplente na chapa é o atual ministro Marcos Pontes (Ciência e Tecnologia).

Fonte: G1

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