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'Me agarrou pelos braços e começou a me puxar', diz mulher que denuncia agressão de motorista da Uber em BH

Por Redação em 30/11/2020 às 02:41:32
Passageira contou que motorista foi grosseiro desde o início da viagem. Na versão do motorista, a passageira ficou nervosa por ele ter se recusado a seguir trajeto diferente do que foi indicado pelo aplicativo. Samantha contou que motorista foi grosseiro e a agrediu

Arquivo pessoal / Samantha Silvério

A faxineira Samantha Silvério, de 40 anos, não imaginava que a volta para a casa, na sexta-feira (27), depois de levar a mãe para a prova de um vestido de festa, terminaria na delegacia, com o registro de um boletim de ocorrência. A mulher alegou que as duas foram agredidas por um motorista da Uber, na Região de Venda Nova, em Belo Horizonte.

Samantha contou que o homem teve um comportamento que ela considerou agressivo desde o momento em que elas entraram no veículo.

“Ele já foi falando para a gente não bater a porta do carro dele. Extremamente rude”.

Ainda segundo o relato da passageira, ao perceber o trajeto destacado pelo aplicativo de localização, o motorista informou que não faria o percurso sugerido.

“Eu disse para ele que eu tinha uma outra sugestão. Para virar a segunda rua à direita, para fugirmos do congestionamento. As ruas estavam cheias por causa da black friday. Nem eu, nem minha mãe lembramos disso. Nós não saímos com o intuito de ir às compras. Mas ele se negou, queria fazer um outro trajeto e fez”, afirmou.

Samantha contou que o homem não deu ouvidos à sua sugestão e, tampouco, seguiu o que foi indicado pelo aplicativo. Pegou uma via que, segundo ela, causaria um trajeto mais longo para chegar à casa da mãe. Ela relatou, ainda, que reclamou para o homem, dizendo que nunca teve uma experiência na Uber com "um motorista tão grosseiro".

“Foi aí que ele decidiu parar o carro. Ele disse que não era meu motorista particular e fez com que minha mãe e eu saíssemos do carro. Eu disse para ele que só sairia quando ele encerrasse a corrida, mas ele se recusou”, afirmou.

'Ele puxou meus braços', diz passageira

De acordo com a faxineira, o motorista Carlos Henrique de Lima, de 48 anos, desceu do carro, abriu a porta traseira, onde ela estava, e começou a puxá-la para fora do veículo, à força.

“Ele me agarrou pelos braços e começou a me puxar. Minha mãe, vendo aquilo, desceu sozinha. Ele puxou meus braços, a minha bolsa, até a alça arrebentar. Quando ele fez isso, jogou a minha bolsa na minha mãe e acertou a cabeça dela”.

A ação provocou um corte na cabeça da idosa. A essa altura, segundo Samantha, moradores da rua em que eles estavam perceberam a confusão e intervieram na briga. A faxineira contou que conseguiu tirar a chave da ignição do veículo antes que ele a retirasse do carro.

“Eu saí para conferir o que tinha acontecido com a minha mãe. Tirei a chave da ignição e ele voltou para o carro. Soltou o freio de mão. Quando ele tentou ligar o carro, percebeu que a chave não estava mais lá. Ele voltou até mim e me agrediu”, relatou a passageira.

Samantha contou que, pouco tempo depois, seis viaturas da Polícia Militar chegaram ao endereço. Ela informou ter descoberto que o motorista de aplicativo também era policial e que, por isso, os militares que atenderam a ocorrência agiram de maneira ríspida com ela.

“Um deles [policial] me obrigou a devolver a chave para ele mesmo. Eu disse que devolveria para o dono. Ele afirmou que era um superior e que eu deveria obedecê-lo. Em seguida, quando estávamos dentro da viatura, a caminho da UPA Venda Nova, outro militar disse que "ocorrências como essa são boas para movimentar o plantão"”, relatou.

Idosa recebeu dois pontos na cabeça após corte provocado pela bolsa arremessada

Arquivo pessoal / Samantha Silvério

A faxineira contou que a mãe levou dois pontos na cabeça, devido ao corte provocado pela bolsa. Ainda foi receitado para a idosa um remédio anti-inflamatório. Samantha registrou o boletim de ocorrência e foi para a casa com escoriações.

Trajeto do aplicativo

O G1 tentou contato com Carlos Henrique, mas o motorista não foi encontrado. À polícia, o homem contou que Samantha sugeriu uma rota alternativa e ele se negou a fazer o trajeto, informando à passageira que deveria seguir o aplicativo.

De acordo com o boletim de ocorrência, o motorista relatou que a mulher ficou nervosa e começou a discutir com ele e que, só então, decidiu parar o veículo e encerrar a corrida. Ainda conforme o registro da PM, Carlos Henrique contou que Samatha se recusou a descer do veículo e brigou com ele, momento em que começaram as agressões.

Segundo o documento, o motorista disse que a passageira arrancou uma corrente de ouro que ele usava e a pochete. Relatou, ainda, que esses objetos foram levados por pessoas que ele não identificou, no momento em que essas pessoas tentavam apartar a briga.

O G1 entrou em contato com a Polícia Militar para apurar as denúncias feitas pela passageira de que Carlos Henrique também atua como policial militar, além da abordagem dos militares durante a ocorrência. A reportagem aguarda o retorno da corporação.

O que diz a Uber

O G1 entrou em contato com a Uber. A empresa lamentou o ocorrido, mas não tomou nenhuma providência com relação ao caso. Veja a nota na íntegra:

“A Uber lamenta o caso e considera inaceitável o uso de violência. Esperamos que motoristas parceiros e usuários não se envolvam em brigas e discussões e que contatem imediatamente as autoridades policiais sempre que se sentirem ameaçados. No caso específico, os relatos do usuário e do motorista parceiro apresentam contradições, que só poderão ser elucidadas pelas investigações. A Uber está à disposição das autoridades competentes para colaborar com a apuração, nos termos da lei”.

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Fonte: G1

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