A licença ambiental é o último obstáculo para a construção do circuito, que conta com forte apoio do prefeito do Rio, Marcelo Crivella, e do presidente Jair Bolsonaro.
"Há forte indício de que outras alternativas locacionais apresentadas possuem características ecológicas menos complexas e provavelmente com menor biodiversidade, o que resultaria em menores impactos no meio ambiente", diz o texto.
Questionado pela AFP, o consórcio Rio Motorsports alegou "segue aguardando a conclusão de licenciamento ambiental e não emitirá qualquer manifestação sobre o tema até que o processo esteja concluído".
O coletivo SOS Floresta Camboatá, que se opõe à construção da pista em um terreno de quase 200 hectares de floresta, acolheu o relatório do Inea.
"Cada uma das 192 páginas deste relatório é claramente a favor da preservação da floresta", reagiu em nota. De acordo com esta organização civil, o projeto implicaria o corte de cerca de 180 mil árvores.
Lewis Hamilton é contra o projeto
O Rio teria sido incluído, em reunião na segunda-feira, como uma das 23 etapas do calendário provisório da temporada de 2021 da Fórmula 1, segundo o site especializado Motorsports.com. A designação da cidade como sede de uma prova da F1 estaria sujeita à aprovação ambiental do autódromo.
O Grande Prêmio do Brasil era realizado no circuito de Interlagos, em São Paulo. A corrida de 2020 foi cancelada devido à nova pandemia de coronavírus e o contrato expira este ano.
O seis vezes campeão mundial Lewis Hamilton, um fervoroso defensor do meio ambiente, disse no início de outubro que era contrário à construção da pista no Rio de Janeiro.
"Minha opinião é que o mundo não precisa de um novo circuito, o mundo está cheio de circuitos muito bons. Adoro Interlagos", afirmou o piloto da equipe Mercedes no Grande Prêmio de Eifel, na Alemanha.
"Não sei quais são os detalhes (do projeto). Ouvi dizer que seria potencialmente amigo do ambiente. Mas a coisa mais sustentável que se pode fazer é não cortar árvores, especialmente em tempos de pandemia e crise global", acrescentou.
Em audiência pública em agosto passado, Viviane Senna, irmã do lendário piloto brasileiro Ayrton Senna, falecido em 1994, disse que se ele "estivesse vivo, certamente não aprovaria o uso desse terreno para a fazer um circuito de Fórmula 1".
Fonte: Gazeta Esportiva