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Temporais no RS: especialistas analisam possibilidade de inundações em Cuiabá; entenda

Por Redação em 13/05/2024 às 10:06:19

Em meio aos temporais que tem atingido o Rio Grande do Sul, o g1 conversou com dois especialistas sobre a possibilidade inundações semelhantes em Cuiabá. Em março de 1974, a capital mato-grossense sofreu com enchentes que fizeram o Rio Cuiabá chegar aos 10,87 metros.

O geólogo Caiubi Kuhn disse que pelo estado já possuir um histórico de inundações existe sim a possibilidade de ocorrer novamente, principalmente por causa das mudanças climáticas. No entanto, ele afirmou que não inundaria a capital por completo.

"É muito difícil um evento que consiga alagar toda a região de Cuiabá, mas as regiões mais baixas estão suscetíveis. Áreas próximas ao rio que foram impactadas em 74 voltaram a ser ocupadas por moradores, então hoje, caso viesse a ocorrer uma nova enchente, essas áreas seriam impactadas também", disse.

Ainda de acordo com o geólogo, caso um episódio de inundação acontecesse nos dias atuais, a barragem da Usina Hidrelétrica de Manso, em Chapada dos Guimarães, ajudaria a conter o impacto.

Já o arquiteto urbanista, Enodes Soares, contou que após a inundação de 74, o governou municipal investiu na construção da Avenida Beira Rio, de maneira mais alta, como forma de evitar novas enchentes.

"Infelizmente, nem Cuiabá e Várzea Grande possuem grandes obras contra esse processo de cheia dos rios. É necessário que as cidades façam planos de drenagem municipal e esses planos precisam levar em consideração as cheias do rio Cuiabá", disse.

A Casa Civil do Governo Federal realizou um levantamento em 2023 apontando que 1,9 mil cidades em todo o país estão suscetíveis a desastres ocasionados por chuvas e devem ser priorizadas nas ações da União em gestão de riscos e desastres naturais.

Em Mato Grosso, 40 municípios têm maior risco de deslizamentos de solo e de inundações. Cuiabá e Várzea Grande estão entre as cidades citadas. O estudo levou em consideração quatro critérios: cidades que tiveram mortes relacionadas a desastres no período entre 1991 e 2002; que tiveram 900 ou mais pessoas desalojadas; pelo menos 500 em áreas de risco; mais de 400 dias com chuvas acima de 50 milímetros entre 1981 e 2022.

No dia 18 de março de 1974, o Rio Cuiabá atingiu 10,87 metros depois de fortes chuvas, que protagonizaram a maior enchente da capital mato-grossense.

Segundo a Defesa Civil estadual, à época, 24 mil pessoas ficaram desabrigadas após a água invadir casas e regiões. A força da água foi tão grande que inundou e fez desaparecer até alguns bairros ribeirinhos como Barcelos, Várzea Ana Poupino e o Bairro Terceiro.

O Bairro Novo Terceiro e Grande Terceiro foram construídos para receberem a comunidade desabrigada atingida pela enchente. As famílias receberam indenizações e casas para morar, mas, que de acordo com as famílias, não foram suficientes.

A situação de calamidade pública não foi apenas em Cuiabá. O caos também atingiu Várzea Grande, região metropolitana, e outros seis municípios ribeirinhos abastecidos pelo Rio Cuiabá.

Após a enchente e desapropriação, o cais na beira do Rio Cuiabá é o único lugar do Bairro Velho Terceiro que permanece até os dias de hoje e virou local símbolo do que foi um dia a comunidade que viveu na região.

A chuva que persiste há mais de uma semana colocou o estado do Rio Grande do Sul em situação de calamidade e deve continuar pelos próximos dias, causando mais estragos.

Cerca de 441,3 mil pessoas estão fora de casa. Desse total, são 71,3 mil pessoas em abrigos e 339,9 mil pessoas desalojadas (na casa de parentes ou amigos).

Do total de 497 municípios gaúchos, 444 relataram problemas decorrentes da chuva. A situação afeta 1,95 milhão de pessoas.

Mortes: 136

Desaparecidos: 125

Feridos: 756

Pessoas em abrigos: 71.398

Pessoas desalojadas: 339.928

Pessoas resgatadas: 74.153

Animais resgatados: 10.348

Pessoas afetadas: 1.951.402

Municípios afetados: 444

Fonte: G1/MT

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