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PF diz que cĂșpula atual da Abin dificultou investigação sobre monitoramento ilegal

Por Redação em 25/01/2024 às 17:04:32

A PolĂ­cia Federal afirmou ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que integrantes da atual cĂșpula da AgĂȘncia Brasileira de InteligĂȘncia (Abin), nomeados para os cargos pelo presidente Lula, adotaram postura que interferiu e até prejudicou as investigações sobre o monitoramento ilegal feito pelo órgão.

A pretexto de proteger informações sensĂ­veis, segundo a PF, a atual gestão da Abin estaria dificultando o acesso a dados relevantes para a apuração das responsabilidades dos gestores anteriores, nomeados pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.

"A preocupação de 'exposição de documentos' para segurança das operações de 'inteligĂȘncia', em verdade, é o temor da progressão das investigações com a exposição das verdadeiras ações praticadas na estrutura paralela, anteriormente, existente na Abin", diz relatório da PF.

"A gravidade Ă­mpar dos fatos é incrementada com o possĂ­vel conluio de parte dos investigados [da gestão anterior] com a atual alta gestão da Abin, cujo resultado causou prejuĂ­zo para a presente investigação, para os investigados e para a própria instituição", completa o documento.

Em uma das frentes, um ex-diretor da Abin, jĂĄ no governo Lula, deixou de fornecer à polĂ­cia informações sobre os acessos à ferramenta espiã FirstMile.

De acordo com a PF, Paulo MaurĂ­cio Fortunato, que era responsĂĄvel pelo FirstMile no governo Bolsonaro e virou o "nĂșmero 3" da Abin no governo Lula, "tinha a posse dos logs [do sistema], mas nos termos declarados pelo gestor Paulo Magno, teria se livrado [desses logs] antes de sair" da agĂȘncia.

Fortunato foi exonerado em outubro de 2023 depois de ter sido alvo da PF na Operação Primeira Milha, a primeira deflagrada para investigar o monitoramento ilegal de pessoas pela Abin.

Em outra frente de ação da atual cĂșpula da Abin, o diretor Alessandro Moretti, "nĂșmero 2" na estrutura da agĂȘncia, disse em reunião com os suspeitos que a investigação da PF teria "fundo polĂ­tico e iria passar".

Para a PF, a postura não condiz com o cargo ocupado por Moretti — além de diretor da Abin, ele é delegado da PolĂ­cia Federal e comandou, até o final de 2022, a ĂĄrea de InteligĂȘncia da corporação, a mesma que hoje apura o uso do FirstMile.

"A reverberação das declarações da direção da Abin possui o condão de influir na liberdade e na percepção da gravidade dos fatos pelos investigados ao afirmar a existĂȘncia de 'fundo polĂ­tico'", sustenta a PF.

Procurada por meio de sua assessoria de imprensa, a atual direção da Abin não se manifestou até a publicação deste texto.

Nesta quinta-feira (25), a PF realizou busca e apreensão contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). A Abin utilizou o FirstMile durante o perĂ­odo em que Ramagem foi o diretor-geral do órgão, no governo Jair Bolsonaro.

Fonte: G1

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