Bandos destroem plantações no noroeste de SP. Maritacas tiram sono de agricultores
Reprodução/TV TEM
As maritacas chegam fazendo um barulho inconfundível. Elas vivem em grupo e estão sempre à procura de alimento. Quando encontram uma plantação como a de sorgo, com bastante fartura, costumam fixar território.
Na propriedade de Carlos Missiagia, no município de Neves Paulista (SP), as maritacas estão atacando o cereal que ele plantou em uma área de 16 hectares.
O agricultor diz que, em muitas plantas, a perda chega a 100%, tendo sobrado apenas a palha, sem aproveitamento de grão.
As maritacas se reproduzem bem e são excelentes pais para os filhotes. Por isso, os bandos aumentam com uma rapidez impressionante.
O médico veterinário Halim Atique Neto lembra que lidar com o problema não é fácil e que o manejo deve estar de acordo com o Ibama. Ele sugere o uso de espantalho, rojões, predadores (como aves de rapina) e varais com papéis ou metais que reflitam a luz, embora alerte que nenhuma medida seja totalmente eficaz.
(Vídeo: veja a reportagem exibida no programa em 19/07/2020)
Maritacas tiram sono de agricultores
Enquanto o sorgo está verdinho, as aves nem aparecem. O ataque ocorre quando o grão começa a ficar maduro, com cor amarelada.
Eraldo Sérgio Cruciol planta sorgo no município de José Bonifácio (SP) e conhece muito bem o comportamento das maritacas. Todo fim de safra é a mesma história. Ele diz que, sempre no início da manhã e no final da tarde, as aves chegam para a "refeição". Na safra passada, o impacto foi de 30%.
O agricultor José Carlos Bereta, de Mendonça (SP), tinha sete hectares de sorgo e conta que as maritacas vieram com força este ano, atacando no momento da formação dos cachos. José Carlos perdeu quase tudo que plantou para a produção de silagem para o gado.
A maritaca é da família dos psitacídeos e é parente dos periquitos e papagaios. No Brasil, três espécies são encontradas.
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