O novo procurador-geral da RepĂșblica, Paulo Gonet, toma posse nesta segunda-feira (18) e escolhe novos nomes para sua equipe mirando pacificar e virar a pĂĄgina no Ministério PĂșblico, acabando com a guerra entre grupos.
Alexandre Feitosa vai ser seu vice-procurador-geral Eleitoral, e Raquel Branquinho comandarĂĄ a Escola Superior do Ministério PĂșblico da União.
Gonet jĂĄ havia definido também o seu sub na PGR. Hindemburgo Chateaubriand serĂĄ o vice-procurador-geral, nome de sua confiança e seu amigo pessoal.
Hindemburgo é visto como procurador que tem o mesmo perfil de Gonet: garantista, pacificador e que buscarĂĄ uma PGR sem operações pirotécnicas, mas rigorosa na proteção à democracia e contra a corrupção.
Senado aprova Paulo Gonet para PGR
Alexandre Feitosa e Raquel Branquinho são dois nomes que não tiveram atuação em operações criticadas tanto dentro da Procuradoria-Geral como no Congresso, como a Lava Jato. Os dois foram escolhidos na mesma linha definida por Gonet, de trazer equilĂbrio e tranquilidade para a PGR, para que não haja uma divisão que prejudique os trabalhos do Ministério PĂșblico.
Gonet também jĂĄ definiu sua secretĂĄria-geral. Vai ser mantida a atual, que trabalhou no perĂodo de Augusto Aras, a subprocuradora Eliana Torelly.
Paulo Gonet foi escolhido por Lula e teve 65 votos de senadores a favor de sua indicação pelo presidente da RepĂșblica. Ele contou com o apoio dos ministros Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, do STF, mas também de outros integrantes da Suprema Corte.
O nome de Gonet também foi bem recebido entre procuradores que eram opositores a Augusto Aras. Na avaliação de integrantes da Associação Nacional de Procuradores da RepĂșblica, o novo PGR vai trabalhar para unificar a categoria, o que é visto como essencial para fortalecer e melhorar a imagem do Ministério PĂșblico da União.
Durante o perĂodo Augusto Aras, que esteve no comando da PGR durante o mandato do ex-presidente Bolsonaro, o Ministério PĂșblico da União esteve em pé de guerra. Aras decidiu acabar com a Força Tarefa da Lava Jato e isolar os procuradores que nela trabalharam e os que a apoiaram nos Ășltimos anos.
Isso criou um clima de turbulĂȘncia dentro da PGR. Segundo um procurador, Augusto Aras instalou um perĂodo de perseguição dentro do Ministério PĂșblico.