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Sob benção de Haddad, Lula e Campos Neto se encontram nesta quarta sem consenso sobre juros

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Por Redação em 27/09/2023 às 03:58:50
Ritmo de queda de juros ainda é ponto de discórdia entre presidente da República e presidente do Banco Central. Julia Dailibi comenta encontro entre Lula e Campos Neto

Após quase 10 meses de governo, o presidente Lula se encontra nesta quarta-feira (27), pela primeira vez, com o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto.

O encontro entre os dois foi articulado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, numa tentativa de aproximação e de relaxar a tensão entre os dois.

Haddad aguardou o momento mais propício para articular o encontro: após duas quedas consecutivas de 0,5 ponto percentual na taxa de juros.

O ministro da Fazenda almoçou na quinta-feira passada com Campos Neto para falar sobre a viagem que fez a Nova York com Lula. Estava particularmente animado com o que considerou interesse dos investidores no Brasil — e a possibilidade de os Estados Unidos investirem na agenda verde brasileira.

O encontro entre Lula e Campos Neto, no entanto, acontece diante de um novo impasse: o ritmo de queda da taxa de juros.

A equipe econômica avalia hoje que há espaço para que a taxa de juros chegue ao final do ano que vem abaixo de 9% — e que não há no cenário uma ameaça inflacionária.

Em sua ata divulgada nesta terça-feira (26), porém, o Banco Central falou em manutenção do ritmo de corte.

"Os membros do Comitê concordaram unanimemente com a expectativa de cortes de 0,5 ponto percentual nas próximas reuniões e avaliaram que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário", disse o BC na ata.

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Reuters/Arte g1

Após a ata do BC, integrantes do mercado veem como cenário mais provável a Selic entre 9% e 10% até o final de 2024 — e não abaixo de 9% como parte do governo avalia ser possível.

Campos Neto já se mostrava aberto a se encontrar com Lula desde o início da gestão petista, mas o presidente, crítico do alto patamar dos juros, resistia. Chegou a chamar o presidente do BC de "esse rapaz" e dizer que ele não conhecia o Brasil.

Campos Neto foi indicado para chefiar a política monetária por Jair Bolsonaro, com quem chegou a colaborar informalmente durante a campanha eleitoral, de acordo com aliados do ex-presidente.

Diante da queda dos juros e da proposta de encontro de Haddad, Lula topou encontrar o presidente do BC. Para Campos Neto, uma eventual aproximação é interessante em razão do calendário de nomeações.

Até o final do ano, o presidente da República terá de indicar dois novos diretores do BC: o de Assuntos Internacionais e de Gestão de Riscos Corporativos, e o de Relacionamento, Cidadania e Supervisão de Conduta.

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Fonte: G1

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