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Anderson Torres descarta golpe e diz que forças policiais foram insuficientes para conter manifestantes

Por Redação em 08/08/2023 às 16:36:42

O ex-secretĂĄrio de Segurança do Distrito Federal Anderson Torres segue sob interrogatório nesta terça-feira, 8, na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os atos do 8 de Janeiro. Embora tenha obtido autorização pelo Supremo Tribunal Federal (STF) para permanecer calado, Torres decidiu responder às perguntas dos parlamentares e esclareceu que a minuta "do golpe" se trata de documento apócrifo que não foi descartado por acidente e que o baixo efetivo policial, apontado como um dos fatores que permitiu a invasão das sedes dos TrĂȘs Poderes, foi um problema de responsabilidade da PolĂ­cia Militar do Distrito Federal.

Torres argumentou que a Secretaria de Segurança era responsĂĄvel pelo planejamento da operação, inicialmente pensada para garantir a segurança dos manifestantes, não a execução. "O que o protocolo colocou para a PM: tem que cumprir; o que o protocolo colocou para a PolĂ­cia Civil: tem que cumprir. Meios, efetivos, nĂșmero de homens, é com cada instituição", explicou o ex-secretĂĄrio. Em sua primeira manifestação pĂșblica após os atos — e os quatro meses nos quais ficou preso acuso de leniĂȘncia os fatos —, Torres negou ter participado de qualquer planejamento para os atos e que havia assinado um Protocolo de Ações Integradas (PAI), que, caso cumprido, "serĂ­amos poupados dos lamentĂĄveis atos do dia 8 de Janeiro".

Torres foi criticado à época por ter viajado de férias para os Estados Unidos, no dia 6 de janeiro. Ele alega se ausentou do Brasil "tranquilo" porque não tinha informações sobre risco de ação radical em BrasĂ­lia, uma vez que recebeu informações do Comandante Militar do Planalto, general Dutra, de que o acampamento em frente ao Quartel General estava "praticamente desmontado". Ele também descartou ter recebido informações da Abin (Associação Brasileira de InteligĂȘncia), contradizendo informações do ex-diretor da agĂȘncia Saulo Moura da Cunha.

Torres destacou, em inĂșmeras afirmações, que faltaram policiais para conter os manifestantes no episódio. Para a relatora do colegiado, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), as declarações revelam "jogo de responsabilidade" entre as autoridades que atuavam no comando da segurança à época. Por isso, ela também ameaçou pedir acareação entre Torres e Leandro Almada, que chefiava a superintendĂȘncia da PolĂ­cia Federal na Bahia. À época dos atos, Almada acusou Torres de orientar ações da PF no Estado e de influenciar a PolĂ­cia RodoviĂĄria Federal (PRF) para realizar blitze no segundo turno das eleições, o que o ex-ministro negou à CPMI. "Fica um jogo de responsabilidade e o que a gente vĂȘ é o cenĂĄrio que acompanhamos, de destruição das sedes dos poderes do paĂ­s", afirmou Eliziane.

Minuta de golpe

Anderson Torres chamou de "fantasiosa" e de "aberração" a suposta "minuta de golpe de Estado" que foi encontrada entre os seus documentos pessoais. Torres permaneceu preso por quatro meses acusado de ser omisso em relação aos atos que culminaram na invasão aos prédios dos TrĂȘs Poderes. "Durante uma operação de busca e apreensão em minha casa, a polĂ­cia encontrou um texto apócrifo, sem data, uma fantasiosa minuta, que vai para a coleção de absurdos que constantemente chegam aos detentores de cargos pĂșblicos. VĂĄrios documentos vinham de diversas fontes para que fossem submetidos ao ministro. Um desses documentos deixado para descarte foi um texto chamado de "minuta do golpe". Basta uma breve leitura para que se perceba ser imprestĂĄvel para qualquer fim. Uma aberração jurĂ­dica", afirmou em seu pronunciamento inicial à CPMI.

Em outro momento, o ex-secretĂĄrio disse que "nunca questionou" o resultado das eleições conquistadas pelo presidente Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT), durante depoimento à Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que apura os atos de 8 de Janeiro. "Fui o primeiro ministro a receber a equipe de transição. No caso, o atual ministro FlĂĄvio Dino, que seria meu sucessor. Entreguei relatórios, agi de forma transparente, sempre no sentido de facilitar. Durante a transição, não foi registrado qualquer contratempo e tudo ocorreu dentro da normalidade em relação ao Ministério da Justiça", declarou Torres.

Fonte: JP

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