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Relator vota pela inelegibilidade de Bolsonaro por 8 anos

Por Redação em 27/06/2023 às 22:28:53

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) retomou na noite desta quinta-feira, 27, a votação da Ação de Investigação Judicial Eleitoral (Aije) movida pelo Partido DemocrĂĄtico Trabalhista (PDT) que pode tornar o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) inelegĂ­vel por oito anos, por suposto abuso de poder polĂ­tico e uso indevido dos meios de comunicação na reunião com embaixadores estrangeiros, em 28 de julho do ano passado, na qual o ex-presidente questionou a confiabilidade do sistema eleitoral brasileiro sem apresentar provas.Na abertura de seu voto, o relator da ação e corregedor-geral da Justiça Eleitoral, ministro Benedito Gonçalves votou pela aceitação parcial da denĂșncia apresentada pela sigla de esquerda e a favor da inelegibilidade de Bolsonaro "em razão de sua responsabilidade direta e pessoal" na realização de atos ilĂ­citos comprovados nos autos. A aceitação de maneira parcial da ação ocorre após o relator votar pela absolvição de Braga Netto, jĂĄ que, no entendimento de Gonçalves, não foi "demonstrada sua responsabilidade" na acusação impetrada pelo PDT e o corregedor-geral votou pela sua absolvição.

O documento completo de seu voto teve 382 pĂĄginas e, para facilitar e agilizar a sessão da Corte eleitoral, foi feito um resumo do entendimento. Na sequĂȘncia, Gonçalves explicou que a admissão da minuta do Estado de sĂ­tio encontrada na casa do ex-ministro da Justiça e Segurança PĂșblica do governo Bolsonaro, Anderson Torres – que previa uma intervenção no TSE após as eleições -, "não confronta e não contraria" a jurisprudĂȘncia da Corte e rechaçou haver similaridades entre a ação contra o ex-presidente com o julgamento da chapa Dilma Rousseff (PT) e Michel Temer (MDB), em 2014. "Não é possĂ­vel fechar os olhos a discursos que colocam em cheque a credibilidade da Justiça Eleitoral. […] A divulgação de notĂ­cias falsas é, em tese, capaz de vulnerar bens jurĂ­dicos eleitorais de carĂĄter difuso, desde que sejam efetivamente graves, e assim se amoldem ao conceito de abuso. […] JĂĄ assinalamos que um fato sabidamente inverĂ­dico justifica o direito de resposta de candidato candidato, partido ou coligação atingida", apontou o corregedor-geral em sua decisão antes de apontar ações do ex-presidente que colocaria a democracia em risco. "O primeiro investigado (Jair Bolsonaro) disparou alertas em relação ao risco de a democracia ruir, com a proclamação de um presidente que poderia não ser mais votado nas urnas", completou.

O corregedor-geral também apontou que o réu da ação se enxergava como um militar da ativa no comando de uma tropa. Em relação à reunião com embaixadores, Benedito considerou que o ex-mandatĂĄrio é "integral e pessoalmente responsĂĄvel pela concepção intelectual" do encontro ocorrido no PalĂĄcio do Planalto, em julho de 2022. O relator da ação também apontou que o ex-presidente demonstra "preocupante descaso" contra a democracia no paĂ­s e que houve difusão de informações falsas para convencer brasileiros de "graves riscos" durante o processo eleitoral. Segundo Gonçalves, hĂĄ sobre Bolsonaro uma "perturbadora interpretação da ideia de autoridade suprema de presidente da RepĂșblica". "O primeiro investigado (Jair Bolsonaro) difundiu informações falsas direcionadas a convencer que havia graves riscos que as eleições de 2022 fossem fraudadas. O evento foi transmitido ao vivo pela TV e provocando a remoção do conteĂșdo por iniciativa do YouTube. […] A conduta de severa desordem informacional sobre o sistema eletrônico de votação, sob o benefĂ­cio do investigado", pontuou.

Nas suas considerações finais, Gonçalves pontua que o ex-presidente da RepĂșblica criou uma série de "inimigos imaginĂĄrios" quando passou a realizar ataques aos membros do TSE e o sistema eletrônico de votação. Relator também citou "conspiracionismo" e "vitimização" ao difundir dĂșvidas sobre o processo eleitoral após levar a população a um "estado de paranoia coletiva" e a Justiça Eleitoral a um "completo descrédito". Por fim, Benedito considerou que as ações de Bolsonaro serviram de "combustĂ­vel para sentimento anti institucional" ao desprezar materiais produzidos pelo Tribunal Superior Eleitoral e optar por "exercitar prĂĄtica discursiva de lives em frente a embaixadores e reafirmar desconfiança infundada". "Com habilidade, costurou um retalho de informações falsas, tão natural de sua fala que soava legĂ­timo", analisou o ministro.

Fonte: JP

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