Em coletiva de imprensa, TĂŒrk destacou que as ofensas são um "lembrete gritante" da prevalĂȘncia do racismo no esporte. "Apelo aos organizadores de eventos desportivos para que tenham estratégias de prevenção e combate ao racismo", disse.
"Muito mais precisa ser feito para erradicar a discriminação racial – e isso precisa começar ouvindo as pessoas de ascendĂȘncia africana, envolvendo-as significativamente e tomando medidas genuĂnas para agir de acordo com suas preocupações", concluiu.Desde o ocorrido, o atleta tem recebido apoio de autoridades do Brasil, personalidades do esporte e colegas do clube espanhol. O governo brasileiro divulgou, no inĂcio da semana, nota de repĂșdio aos ataques racistas.
O governo federal cobrou urgĂȘncia na adoção de medidas sobre a recorrĂȘncia de casos de racismo cometidos contra o atleta na Espanha. Assinam a nota os Ministérios das Relações Exteriores, da Igualdade racial, da Justiça e Segurança PĂșblica, do Esporte e dos Direitos Humanos e da Cidadania.
"Insta as autoridades governamentais e esportivas da Espanha a tomarem as providĂȘncias necessĂĄrias, a fim de punir os perpetradores e evitar a recorrĂȘncia desses atos". As instituições citadas no texto são a Federação Internacional de Futebol (Fifa), a Federação Espanhola e La Liga.
Em publicação nas redes sociais, o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, cobrou uma postura mais firme de entidades esportivas, governos, patrocinadores e da imprensa. Ele criticou a posição do presidente da La Liga, Javier Tebas.
"Em vez de se solidarizar com Vini JĂșnior, o presidente de La Liga resolve atacar o atleta pelas redes sociais. Para além do destempero do cartola, seria o caso de se perguntar como as empresas que patrocinam a La Liga se posicionam", afirmou o ministro.
O ministro da Justiça e Segurança PĂșblica, FlĂĄvio Dino, prestou solidariedade ao jogador atacado e exigiu ações concretas dos empresĂĄrios que financiam eventos futebolĂsticos. "Isso é deplorĂĄvel, inaceitĂĄvel e deve ter consequĂȘncias. Espero que essas empresas façam alguma coisa de sério e efetivo sobre o inaceitĂĄvel e reiterado racismo contra Vinicius JĂșnior".
O Ministério da Igualdade Racial afirmou, em seu perfil no Twitter, que o Brasil vai notificar oficialmente as autoridades espanholas e a La Liga, responsĂĄvel pelo torneio de futebol profissional espanhol.
"O governo brasileiro não tolerarĂĄ racismo, nem aqui, nem fora do Brasil! Trabalharemos para que todo atleta brasileiro negro possa exercer o seu esporte sem passar por violĂȘncias". JĂĄ a ministra Anielle Franco postou: "InaceitĂĄvel! O peito chega aperta de tanta indignação! Até quando teremos que lidar com isso!? Chega de racismo!"
O vice-presidente da RepĂșblica e ministro do Desenvolvimento, IndĂșstria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, no Twitter, considerou inaceitĂĄveis os ataques racistas sofridos por Vini Jr. "O racismo deve ser combatido ativamente e rechaçado em todos os cantos do mundo".
Em nota, a La Liga, liga de futebol profissional de clubes da Espanha, informou que solicitou todas as imagens disponĂveis para investigar o ocorrido. "ConcluĂda a investigação, caso seja detectado um crime de ódio, a La Liga passarĂĄ a tomar as medidas legais cabĂveis".
Fonte: AgĂȘncia Brasil