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Haddad afirma não pressionar Banco Central, mas diz que órgão deve 'fazer a sua parte' para equilíbrio da economia

Por Redação em 01/03/2023 às 12:05:39
Ministro da Fazenda também disse que o atual patamar da taxa de juros é o principal problema da economia atualmente, e que eventual mudança da meta de inflação 'não vai ser o que vai fazer o juro cair". O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, voltou a criticar nesta quarta-feira (1) o patamar da taxa de juros brasileira que, em 13,75% ao ano, representa a maior do mundo em termos reais (quando descontada a inflação estimada para os próximos doze meses) - ficando entre 6,5% e 8% ao ano.

Segundo ele, o alto nível da taxa de juros é o "principal problema econômico" do país atualmente. Apesar disso, afirmou que não está pressionado o Banco Central.

"O que eu fiz ontem não foi pressionar [o Banco Central], foi lembrar o que está escrito na ata [do Copom, documento que detalha as decisões sobre a taxa de juros]", disse ao Uol, em referência à entrevista concedida nesta segunda-feira, quando disse esperar que os juros sejam reduzidos.

Haddad voltou a dizer que, ao elevar os impostos sobre combustíveis, o governo federal está atuando para conter a inflação no médio e longo prazos, ao equilibrar o orçamento público.

"Eu, como ministro da Fazenda, tenho de tomar medidas compensatórias para equilibrar o jogo e permitir, e até contar, que o BC faça parte dele e comece a restabelecer o equilíbrio da política econômica com vistas a um crescimento sustentável", declarou Haddad.

Mas acrescentou que se os juros vão cair, ou não, e quando isso pode acontecer, é um papel da "política monetária" - que é definida pelo Banco Central, por meio da definição da taxa de juros, para conter a inflação.

O Banco Central tem autonomia aprovada em lei, e o presidente da instituição, Roberto Campos Neto, indicado por Jair Bolsonaro, tem mandado fixo até o fim de 2024.

Nas últimas semanas, integrantes do Partido dos Trabalhadores, e até mesmo o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, tem criticado o alto nível da taxa de juros brasileira. O receio é que juros elevados desacelerem demais a economia e afetem a geração de empregos.

Meta de inflação

O ministro Haddad afirmou também que uma eventual mudança das metas de inflação "não vai ser o que vai fazer o juro cair". Essa possibilidade entrou em discussão por conta de críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Levei ao presidente uma tabela(...) mostrando que os países tinham uma meta de inflação menor que a nossa, hoje é 3,25%, outros tinham meta de 3%, índia de 4%, tinham inflação maior que a nossa e uma taxa de juros menor que a nossa. A meta não vai ser o que vai fazer o juro cair, é a gente seguir o plano de 12 de janeiro [pacote fiscal]", declarou ele.

O presidente do BC tem alertado que um aumento da meta de inflação, neste momento, pode ter o efeito contrário ao desejado, ou seja, impulsionaria ainda mais a alta dos preços.

Em 2020, CMN definiu a meta para 2023: 3,25% - com intervalo de tolerância de 1,5 p.p. pra mais ou pra menos, então, será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,75% e 4,75%.

Em 2021, CMN definiu a meta para 2024: 3% - com intervalo de tolerância de 1,5 p.p. pra mais ou pra menos, então, será considerada formalmente cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,50%.

Petrobras

O ministro Haddad afirmou, também, que havia uma expectativa de corte nos preços dos combustíveis pela Petrobras que já dura semanas por conta da queda dos preços internacionais do petróleo, seguindo a política de preços da estatal.

"Ficamos aguardando a Petrobras tomar a medida. A MP [que prorrogava impostos zerados sobre combustíveis] ia vencer [no fim de fevereiro]. O pedido que foi feito à Petrobras foi para divulgar os preços", disse.

Após o anúncio da empresa, o governo elevou a tributação sobre combustíveis no fim desta terça-feira.

Ele acrescentou, porém, que a decisão foi tomada dentro da política de preços da empresa estatal, sem "intervenção nenhuma" por parte do governo.

A atual política de preços da estatal estabelece que, se o preço do petróleo subir no mercado internacional, a alta deve ser repassada para os preços dos combustíveis nas refinarias da estatal no Brasil, ou vice-versa.

Fonte: G1

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