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Coletivos da Zona Oeste se unem em campanha solidária para combater avanço do coronavírus

Por Redação em 21/06/2020 às 07:20:57

A união de 15 grupos, que já ajudou cerca de 19 mil moradores por mês nas localidades de Santa Cruz, Paciência e Sepetiba, enfrenta dificuldades para conseguir doações para junho. Coletivos da Zona Oste se unem em campanha contra o avanço da Covid-19

Da necessidade de conter o avanço da Covid-19 em localidades como Santa Cruz, Paciência e Sepetiba, surgiu a União Coletiva da Zona Oeste (UCZO). Entre as mazelas das comunidades e periferias de uma das regiões mais populosas do Rio de Janeiro, 15 coletivos tentam fazer a diferença e já auxiliaram 19 mil pessoas com o mapeamento de necessidades e distribuição de donativos.

Entre as ruas, becos e vielas sem saneamento básico, falta de água e desemprego, dificuldades não faltam entre os vários problemas enfrentados pelos moradores. "A necessidade sempre existiu, agora ficou extremamente agravada", explica Day Medeiros, professora do coletivo artístico Plataforma Casa.

Day Medeiros entrega cestas básicas na Favela do Aço, Santa Cruz

Divulgação UCZO

Antes da pandemia do novo coronavírus, grande parte dos grupos realizava atividades culturais ou sócio-educativas na região, mas precisaram se adaptar a uma necessidade urgente de assistência direta. Para isso, a rede mapeou 3,2 mil famílias em situação de vulnerabilidade social que abrange cerca de 11 comunidades.

"A gente fica tentando conseguir cestas, juntar outros coletivos, mapear as famílias. A gente vê no olhar delas como essa cesta básica vai fazer diferença. O que estamos fazendo é uma rede de solidariedade, mas deveria ser o governo fazendo isso." analisa Gelson da Silva, 21 anos, do coletivo CIJoga.

Queda nas doações

As atividades da União começaram no fim de março, logo após o início da quarentena decretada pela prefeitura do Rio. Como os coletivos são pequenos e não possuem estrutura jurídica, como um CNPJ por exemplo, as dificuldades surgiram logo no começo. Principalmente para conseguir recursos de grandes campanhas de doação.

Jovens entregam cestas básicas.

Divulgação UCZO

"O auxílio emergencial não complementa as necessidades de uma família de 10 pessoas sem renda. A gente acabou se tornando essa linha de frente, essa mão de obra ativa e voluntária que está na rua fazendo essa distribuição de cestas. Nossa meta ainda é conseguir atender essas famílias até o final do mês", complementa Day Medeiros.

Até agora, esses coletivos conseguiram captar apenas um terço do necessário para atender as famílias no mês de junho. Cada cesta básica montada custa R$ 100 e iniciaram uma campanha de financiamento coletivo para manter a meta de atendidos.

Conscientização e pós-quarentena

Além das barreiras financeiras e estruturais que dificultam no isolamento, outro desafio foi vencer o ceticismo dos moradores que classificavam a Covid-19 como "doença de rico" ou "gripe". A Zona Oeste reúne o maior número de óbitos na cidade do Rio de Janeiro, com 2.192 mortes, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Até esta quinta-feira (18), a região tinha 15.128 casos confirmados.

As metodologias de entrega, prevenção e preparação das cestas precisaram ser criadas do zero. Os coletivos optaram por uma entrega individualizada nas casas das famílias ou com senhas em pontos de entrega. Todas as doações ficam concentradas na Igreja Batista de Vila Paciência, que encerrou as atividades para ser o centro de distribuição da União. A regra é não gerar aglomeração.

"A gente acabou criando uma potência de rede muito grande na região por a gente ter conseguido conectar todas essas favelas através dos coletivos. A gente imagina que isso seja uma potência para depois da pandemia muito grande", disse Day Medeiros.

Fonte: G1

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