O colombiano Andres Eduardo Oñate Carrillo prestou depoimento nesta segunda (16). Sobre os estupros das pacientes, disse que aguardava a melhor hora, quando estava sozinho com elas. Médico anestesista preso no Rio confessou ter violentado mulheres sedadas para cirurgias
O médico anestesista que foi preso nesta segunda-feira (16) no Rio confessou que estuprou mulheres sedadas para cirurgias e que pedia vídeos de pornografia para crianças na internet.
A prisão de Andres Eduardo Oñate Carrillo foi em casa, nas primeiras horas da manhã. As investigações mostraram que o médico colombiano produzia, compartilhava e armazenava vídeos de pornografia infantil. Imagens íntimas de meninas de 9, 10 anos, com quem ele conversava por um perfil falso, fingindo ser um adolescente. Nas mensagens, ele pedia que as meninas gravassem vídeos. Enquanto a polícia investiga os casos de pedofilia, o anestesista foi preso por outro crime: estupro de vulnerável.
Andres chegou ao Brasil em 2017, vindo da Colômbia, para se especializar em anestesiologia na Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele está em situação regular no país, mas começou a ser investigado pela Polícia Civil a partir de dezembro de 2022, depois de um alerta da Polícia Federal como suspeito de armazenar 20 mil vídeos de pornografia infantil.
Os investigadores, então, acessaram a nuvem de dados do celular e dos computadores de Andres e descobriram que, de acordo com o inquérito, além de vídeos de pedofilia, ele também guardava gravações de mulheres sedadas, sendo abusadas sexualmente por ele, durante as cirurgias.
“Tem comprovação de ele ter violentado, estuprado pelo menos duas pacientes. Com a apreensão de celular e computador, vai ser possível identificar outras vítimas”, diz o delegado Luiz Henrique Marques.
Segundo a polícia, um dos vídeos mostra o estupro enquanto uma mulher fazia laqueadura no Hospital Estadual Nossa Senhora de Nazareth, em Saquarema, na Região dos Lagos. A polícia diz que uma outra mulher foi estuprada durante a cirurgia para retirar o útero, no Hospital Universitário da UFRJ, na Ilha do Fundão. Ela estava intubada durante o abuso e continuou muito sedada depois.
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“Eu lembro que minha filha fica fazendo perguntas. Por que a minha mãe está assim? Aí o doutor falou assim: "Tem tipo de cirurgia que a gente tem que dar um pouco mais de anestesia porque é prolongada"”, conta um parente de uma das vítimas, que não quis ser identificado.
O Hospital Estadual dos Lagos e o Hospital Universitário da UFRJ disseram que colaboram com as investigações e que o médico não atua mais nas unidades.
Andres prestou depoimento nesta segunda (16) e confessou os crimes. Sobre os estupros das pacientes, disse que aguardava a melhor hora, quando estava sozinho com elas.
“Eu fiquei muito revoltada. Ele estudou o quê? Para ser bicho, para ser monstro ou ele estudou para ser médico? Que para mim um homem desse não é médico não. Para mim uma pessoa dessa é um monstro”, diz o parente da vítima.
O Conselho Regional de Medicina do Rio vai pedir a suspensão do exercício profissional do anestesista. E declarou que ele não tinha registro de médico no Brasil na época dos casos investigados pela polícia
