Atualmente, tratamento é realizado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sem necessidade de internação, com uso de medicamentos combinados durante 6 a 12 meses. Pesquisa encontrou fórmula que envolve uso de apenas um remédio. Lesão causada pela Hanseníase
Divulgação/Prefeitura Municipal de Piracicaba
A Universidade de Brasília (UnB) coordenou um ensaio clínico que mostrou ser possível combater a hanseníase com um único regime de tratamento de curta duração, o U-MDT. O tratamento pode ser feito em todos os pacientes, independente da classificação clínica, e é composto por doses mensais e diárias de medicamentos administrados durante seis meses.
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Atualmente, o tratamento é realizado pelo SUS, sem necessidade de internação, com uso de medicamentos combinados durante 6 a 12 meses. Iniciada a medicação, a cadeia de transmissão é quebrada.
A hanseníase é uma doença crônica que pode afetar qualquer pessoa e é causada pela exposição prolongada à bactéria Mycobacterium leprae ou bacilo de Hansen. A principal característica é a alteração, diminuição ou perda da sensibilidade térmica, dolorosa, tátil e força muscular, principalmente em mãos, braços, pés, pernas e olhos e pode gerar incapacidades permanentes (veja mais detalhes abaixo).
O estudo da UnB envolveu cientistas de vários países e durou 15 anos. A universidade tem um ambulatório de referência para atender pacientes de hanseníase e integrar a Rede Universitária de Combate à Hanseníase (Rede Hans).
Hanseníase no Brasil
Casos de hanseníase
Reprodução/Redes Sociais
Quase eliminada no início dos anos 2000, mais de 150 mil brasileiros foram diagnosticados com a doença entre os anos de 2016 e 2020, segundo dados do último boletim epidemiológico sobre o tema publicado em janeiro pelo Ministério da Saúde.
Atrás apenas da Índia em registro de novos casos, a hanseníase segue sendo tratada como problema de saúde pública no Brasil.
Transmissão
A doença é transmitida através de gotículas de saliva eliminadas na fala, tosse ou espirro de pessoas não tratadas e em fases mais adiantadas da doença. Com o início do tratamento, a transmissão é interrompida.
A maioria das pessoas têm resistência à bactéria: a cada dez, apenas uma adoece. Em geral, é preciso uma relação próxima e frequente para que a doença se instale, por isso todas as pessoas que convivem com o doente devem ser examinadas. O contato com a pele ou objetos não transmite a doença.
Sintomas
A hanseníase pode afetar os nervos, comprometendo movimentos
GETTY IMAGES/BBC
Os nervos periféricos vão sendo afetados lentamente, por isso é preciso atenção a si mesmo para notar as alterações desde o início. Pode levar anos para os sintomas se tornarem evidentes:
Manchas em qualquer parte do corpo, com perda ou alteração de sensibilidade ao calor, dor ou tato (se queima ou machuca sem perceber);
Formigamentos, choques, agulhadas, câimbras ou dormência nos braços e pernas;
Diminuição da força muscular, dificuldade para pegar objetos, segurar chinelos nos pés;
Nervos engrossados e doloridos, feridas difíceis de curar, principalmente em pés e mãos;
Áreas da pele muito ressecadas, que não suam, com queda de pelos, (especialmente nas sobrancelhas), caroços pelo corpo;
Coceira ou irritação nos olhos;
Entupimento, sangramento ou ferida no nariz.
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