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'Responsável, ética, correta e dedicada', diz amigo de professora morta em ataque em Aracruz

Por Redação em 27/11/2022 às 16:05:43
Flavia Amboss Merçon Leonardo de 38 anos trabalhava na Estadual Primo Bitti e morreu neste sábado (26). Flavia Amboss Merçon Leonardo

Reprodução

Amigos de Flavia Amboss Merçon Leonardo de 38 anos, quarta vítima do ataque as escolas de Aracruz, falaram sobre a perda da amiga durante o velório dela na manhã deste domingo (27). A morte da professora foi confirmada na tarde deste sábado (26) pela Secretaria da Saúde do Espírito Santo (Sesa).

Flávia era professora de sociologia na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio (EEFM) Primo Bitti, primeira a ser invadida pelo atirador, um adolescente de 16 anos, preso horas após o crime. Além dela, outras três pessoas morreram e mais de 10 ficaram feridas.

A professora e a família moravam em Regência, distrito de Linhares onde fica a foz do Rio Doce, e um dos principais pontos atingidos pelos rejeitos de minério do rompimento da barragem de Mariana (MG) em 2015.

Ela e o companheiro atuavam no Movimento de Atingidos por Barragens (MAB), em que ela era ativista pela reparação total dos danos provocados pelo rompimento da barragem de Mariana. A professora ainda foi uma das criadoras do coletivo de Mulheres Atingidas por Barragens.

Corpo de Flavia Amboss foi velado no cemitério Jardim da Paz, na Serra

Caíque Verli/TV Gazeta

Coordenador do Movimento dos Atingidos por Barragens e amigo de Flávia, Eider Boza lembrou como o a amiga era responsável e dedicada ao trabalho.

"Pra gente é algo inacreditável, porque a gente imagina que as pessoas podem partir desta vida de várias formas, mas desta forma nunca. Uma pessoa muito responsável, muito ética, muito correta, dedicada no trabalho. Ela também estudava muito. Ela tinha acabado de fazer o doutorado, que é sobre o tema dos atingidos. Ela é formada em Ciências Sociais, foi mestranda e doutoranda em Sociologia. Uma pessoa muito dedicada a estudar, a dar uma contribuição pra toda essa situação que a gente vive, do Rio Doce e de outros crimes ambientais", contou Eider Boza.

Luis Fernando Barbosa, professor e amigo de Flávia, também falou sobre a perda da amiga.

"É uma tristeza acompanhada de uma angústia. Nunca íamos imaginar que a nossa profissão de professor fosse ser alvo do discurso de ódio. A gente entende a escola como sendo um templo, um local de paz em que você vai buscar a verde, o conhecimento, entender o outro, entender o mundo. Era uma pessoa que buscava justiça e como professora sempre calorosa, professora de sociologia, tinha esse real entendimento", disse o professor.

Ataque a escolas de Aracruz (ES): professora que estava internada morre

Outras vítimas

Selena Zagrillo, Maria da Penha Banhos e Cybelle Bezerra foram mortas em ataques a escolas em Aracruz

Reprodução/TV Gazeta

Além de Flavia, morreram nos ataques a estudante Selena Zagrillo, de 12 anos, e as professoras Maria da Penha Pereira de Melo Banhos de 48 anos, conhecida como Peinha, e Cybelle Passos Bezerra, de 45 anos.

Os corpos de Selena e Maria da Penha foram enterrados no início da tarde de sábado. Já a família de Cybelle preferiu que o corpo dela fosse cremado e levado para Pernambuco, onde a família mora.

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O ataque

Entenda como foi o ataque em Aracruz

O ataque a duas escolas deixou quatro mortos e outros 12 feridos em Aracruz, nesta sexta-feira (25). A investigação apontou que o ataque foi planejado por dois anos e que o criminoso usou duas armas do pai, um policial militar. O assassino tem 16 anos e estudou até junho no colégio estadual atacado, segundo o governador do estado, Renato Casagrande (PSB).

Os disparos aconteceram por volta das 9h30 na Escola Estadual Primo Bitti e em uma escola particular que fica na mesma via, em Praia de Coqueiral, a 22 km do centro do município. Aracruz, onde o ataque aconteceu, fica a 85 km ao norte da capital.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública, o assassino invadiu a escola estadual com uma pistola e fez vários disparos assim que entrou no estabelecimento de ensino. Depois, foi até a sala dos professores e fez novos disparos. Na unidade, duas professoras foram mortas.

Na sequência, o atirador deixou o local em um carro e seguiu para a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral, que fica na região. Na unidade, uma aluna foi morta. Após o segundo ataque, o assassino fugiu em um carro. Ele foi apreendido ainda na tarde de sexta.

Neste sábado, a Polícia Civil informou que o criminoso vai responder por ato infracional análogo a três homicídios e a 10 tentativas de homicídio qualificadas.

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Fonte: G1

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