O diretor-presidente da AgĂȘncia Nacional de Vigilância SanitĂĄria (Anvisa), Antonio Barra Torres, afirmou nesta quarta-feira (23) que espera ter uma "ótima relação" com o governo do presidente eleito Luiz InĂĄcio Lula da Silva (PT).
Almirante da reserva da Marinha, Barra Torres foi nomeado para presidir a Anvisa pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), porém a relação esfriou ao longo da pandemia de Covid-19. Bolsonaro criticou em mais de uma oportunidade a atuação da Anvisa na liberação das vacinas.
Nesta quarta, Barra Torres e os demais diretores da agĂȘncia se reuniram com os integrantes do grupo de saĂșde da equipe de transição no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB). O presidente da agĂȘncia disse esperar uma boa relação com o governo que se inicia em janeiro de 2023.
"As minhas expectativas são as melhores possĂveis, sou pessoa otimista, positiva. Acredito que a relação seja boa. Diga-se de passagem, não tenho queixa da relação anterior com o governo atual. Acredito que teremos uma ótima relação com o governo que entra. A agĂȘncia é uma agĂȘncia de Estado, objetivos são nacionais", disse.
Concurso pĂșblico
Barra Torres afirmou que discutirĂĄ com a equipe de Lula a realização de novo concurso pĂșblico para recompor o quadro de servidores da Anvisa. Segundo ele, o Ășltimo concurso ocorreu em 2005.
O presidente da Anvisa disse afirmou que a Anvisa tem cerca de 1,6 mil servidores, dos quais 600 jĂĄ podem se aposentar. O ideal seria ter cerca de 2,2 mil funcionĂĄrios na agĂȘncia.
"É um nĂșmero difĂcil de ser atingido para um primeiro concurso, mas na medida que não hĂĄ concurso nenhum desde 2005, a gente precisa concurso pĂșblico com nĂșmero de vagas que possa pelo menos a curtĂssimo prazo mitigar problemas", declarou.
Equipe de Lula
Integrante do grupo de saĂșde na transição, o ex-ministro Arthur Chioro disse que a Anvisa precisa "trabalhar com autonomia" e que a ideia é atuar em "harmonia" com a agĂȘncia.
"A ideia é trabalhar em grande harmonia. Trabalhar juntos, orientados através dos fundamentos cientĂficos, da saĂșde pĂșblica brasileira, mas sem oposição, sem antagonismo, sem confronto como a gente viu ao longo dessa gestão".
O senador Humberto Costa (PT-PE), que também integra o grupo de saĂșde, declarou que "faz parte das preocupações" da equipe a reposição de servidores da Anvisa e a AgĂȘncia Nacional de SaĂșde (ANS).
"Certamente a gente tem um diagnóstico, e hoje deve ser reafirmado. O próprio setor regulado, medicamentos, cosméticos, nas conversas que tivemos, todos eles demandam que a Anvisa seja mais ĂĄgil, tenha mais gente para poder emitir os pareceres. Certamente, essa é uma preocupação que estarĂĄ nos relatórios", declarou.