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Navio que bateu na Ponte Rio-Niterói já admitiu em processo que embarcação poderia ficar à deriva

Por Redação em 15/11/2022 às 14:18:58
A Navegação Mansur S/A é parte de dezenas de processos judiciais, tanto na esfera estadual como federal, em disputas trabalhistas e empresariais. O navio São Luiz estava ancorado entre os armazéns 13 e 14, no Porto do Rio, na manhã desta terça-feira (15)

Reprodução

O navio granjeiro São Luiz, que colidiu com a Ponte Rio Niterói nesta segunda-feira (14), é de propriedade da empresa de Navegação Mansur S/A que foi fundada em 1966 e está instalada no Rio, segundo documentos da Receita Federal. A embarcação foi levada para o Porto do Rio na manhã desta terça.

A empresa se apresenta como armadora e proprietária da embarcação de 42 mil toneladas, construída em 1994 e que está desde abril de 2016 na área de fundeio 2F06.

A Navegação Mansur S/A é parte de dezenas de processos judiciais, tanto na esfera estadual como federal, em disputas trabalhistas e empresariais. Em vários desses processos, o navio é alvo de controvérsias sobre a responsabilidade de sua manutenção e destinação. São tantas ações paralelas, em diferentes varas judiciais, que até especialistas e advogados têm dificuldade de entender a atual situação da embarcação.

Em um dos processos na Justiça, a própria Mansur declara estar ciente de que o navio poderia ficar à deriva.

Segundo ela, a corrente da âncora, que, em tese, garantiria o fundeio seguro da embarcação, encontra-se retorcida pelos inúmeros giros de 360 graus que a embarcação faz em torno de seu próprio eixo, podendo se partir a qualquer momento e, com isso, deixar a embarcação à deriva, podendo ocasionar acidentes na Baía de Guanabara e, até mesmo, interrupção do canal de navegação, pondo, desta forma, o tráfego das embarcações em risco.

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Em um desses processos, da 16ª Vara Federal do Rio de Janeiro, a disputa é entre a Companhia Docas do Rio de Janeiro e a empresa. Desde 2019, a Docas tentava receber da empresa R$ 6,6 milhões pela utilização da infraestrutura portuária.

Inicialmente, a empresa Navegação Mansur S/A oferecia o próprio navio como garantia pelos débitos, e afirmava que, para assegurar o pagamento, deixaria a embarcação na Baía de Guanabara. Depois de um tempo, a justiça declarou a empresa revel, ou seja, afirmou que ela teria sumido do processo.

Mesmo assim, em uma decisão em setembro do ano passado, o juiz Wilney Magno de Azevedo Lima determinou que a Navegação Mansur S/A, além de pagar R$ 6,6 milhões, retirasse a embarcação da área de fundeio, para local seguro de sua escolha, fora da área do Porto.

No mês passado, diante da falta de comunicação com a empresa, a justiça ainda tentava encontrar bens da Navegação Mansur S/A para um eventual bloqueio para a quitação da dívida, segundo o despacho do magistrado.

O g1 entrou em contato com Fábio Simão Mansur um dos proprietários do navio. Entretanto, ele não atendeu as ligações ou respondeu as mensagens.

O que se sabe sobre o navio que atingiu a ponte Rio-Niterói

Fonte: G1

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