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Capitais têm protestos contra restrição ao uso de canabidiol

Por Redação em 22/10/2022 às 03:25:44
Em São Paulo, familiares e pacientes que utilizam remédios à base da cannabis medicinal fizeram manifestação em frente ao Conselho Regional de Medicina. Pacientes protestam contra restrição ao uso de canabidiol

A sexta-feira (21) foi marcada por protesto em três capitais contra restrição imposta ao uso medicinal do canabidiol. Em São Paulo, familiares e pacientes que utilizam remédios à base da cannabis medicinal protestaram em frente ao Conselho Regional de Medicina.

O ato foi contra a resolução publicada, na semana passada, que restringe a prescrição da substância pelos médicos. A nova norma do Conselho Federal de Medicina só permite, a partir de agora, a indicação para dois tipos de epilepsia.

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"Só no CuraPro, são aproximadamente 730 pacientes com várias outras patologias que não são epilepsia refratária e esclerose tuberosa. Temos pacientes com Alzheimer, com autismo, com outros tipos de esclerose, temos gente com HIV e outras doenças", diz o presidente do Instituto CuraPro: Acolhe Vidas, Marco Antônio Cunha Carbone.

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Os protestos se repetiram em outras capitais. No Distrito Federal, 20 entidades com representantes de várias regiões do país protocolaram um manifesto com estudos e pesquisas científicas sobre o uso do canabidiol. Em Salvador, o pedido era para que os pacientes possam continuar tendo acesso a esse tipo de tratamento.

Como o João, de 9 anos e com autismo leve. Ele tomou remédios convencionais para controlar as crises, mas depois de um tempo começou a ter reações. Foi aí que a mãe decidiu fazer o uso de óleo de canabidiol, prescrito por um médico que acompanha a família.

"Ele ficou extremamente mais tranquilo, com melhor concentração nas coisas que faz, ele tinha voltado a desenhar. Até quebra-cabeça e coisas que exigem mais paciência ele estava fazendo", conta Daniele Bueno, mãe de João.

O canabidiol é uma das substâncias extraídas da planta da maconha, e é utilizado no tratamento de vários tipos de doenças, transtornos e distúrbios como Alzheimer, Parkinson, artrite e esclerose múltipla, e até mesmo contra a ansiedade.

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Segundo o Conselho Federal de Medicina, no entanto, a prescrição para essas doenças só poderá ser feita se o tratamento fizer parte de um estudo científico. E ainda de acordo com o CFM, os médicos que não cumprirem as novas normas ficam sujeitos a punição, que pode ser desde uma advertência até a cassação do registro profissional.

Depois da repercussão, o Conselho anunciou que vai realizar uma consulta pública, aberta à população, mas já adiantou que essa consulta pública não tira a validade da resolução.

"Muitas pessoas são beneficiadas. Meu filho toma o óleo e está na paz, e se ele não tiver como tomar, não tiver uma receita daqui para frente, porque eu ainda tenho, como que eu faço? Eu vou ter que voltar a dar remédio, e eu não quero dar remédio para o meu filho", desabafa Daniele Bueno.

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Fonte: G1

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