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Demora de mais de trĂȘs meses na entrega de canetas de insulina e tiras para medir glicemia gera reclamação de pacientes

Por Redação em 27/08/2022 às 11:12:12
Mesmo com ordem judicial, uma paciente de 54 anos de Palmas aguarda pelos medicamentos e conta que chega a gastar cerca de R$ 600 por mês com os itens. Prefeitura diz que um dos tipos de insulina está em processo de compra e que irá voltar a ofertar as tiras na próxima semana. Canetas utilizadas diariamente custam entre R$ 120 e 130, diz paciente

Arquivo pessoal

Há 11 anos, a moradora de Palmas Maria das Dores de Freitas, de 54 anos, foi diagnosticada com diabetes tipo 1 Lada, que geralmente atinge adultos. Sabendo que o tratamento para a doença seria caro, entrou na Justiça para conseguir receber pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas mesmo com ordem judicial em mãos, não é sempre que Maria consegue os medicamentos através da assistência farmacêutica do município.

Ela relatou que faz três meses que não consegue retirar os dois tipos de insulina necessários para o tratamento e as tiras para medição da glicemia no sangue. Por isso, precisa desembolsar para comprar remédios, que deveriam ser gratuitos. Ela está desempregada e por isso a dificuldade se torna maior.

“Todo ano eu tenho essa dificuldade tremenda. Você recebe pelo menos seis meses por ano e o restante é aquela luta. Entro na Justiça, eles mandam esperar, que não estão conseguindo a demanda. E sempre assim, você que tem que arcar com as insulinas, que não são nada baratas”, disse.

Maria também sofre de problemas cardíacos e quando tem alguma alteração na glicemia, o coração pode passar por uma arritmia. Por isso, ela não pode de forma alguma ficar sem os dois tipos de insulinas receitadas. A Levemir deve ser aplicada à noite e a Humalog precisa administrar quatro vezes durante o dia.

Sem os medicamentos, que deveria ser fornecido pelo município, ela tem que desembolsar cerca de R$ 600 por mês para o tratamento. Isso quando consegue encontrar nas farmácias da capital.

A paciente contou ainda que tem dificuldade com o tratamento recebido na Secretaria Municipal de Saúde (Semus).

“Eles nunca te dão um parecer, nunca têm nada para te falar. Sempre é "está em compra", "semana que vem você liga", e nisso passa um, dois, três meses. É terrível”, reclamou.

Outro relato da moradora é que na última vez que conseguiu pegar as canetas de insulina, que tem um valor mais elevado, elas estavam perto do vencimento, ou seja, ficaram perdidas, pois ela não conseguiu aproveitar. Maria também nunca conseguiu receber as agulhas necessárias para aplicação e precisa comprar.

“Eu fico gastando com agulha, com tira. Então já foi mais uns R$ 300. É um desgaste. Isso é um direito que você tem, passa a vida pagando impostos. Acho que isso não é falta de dinheiro, é falta de administrar” lamentou sobre a situação.

Há um ano, os moradores de Palmas enfrentaram o mesmo problema e os medicamentos, que podem ser retirados nos postos de saúde, também estavam em falta há cerca de três meses.

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Um ano de espera

A mãe de uma paciente que também foi diagnosticada com diabetes tipo 1 e não quis se identificar, relatou ao g1 que chegou a receber um medidor da glicemia, mas que há um ano espera pelo objeto usado para furar a ponta dos dedos e outros itens necessários ao tratamento. “Eles alegam que nunca tem. Só recebo as tiras e faltam as agulhas e seringas”.

Já o dificuldade da dona de casa Adriana Silva Pina, de 40 anos, é em conseguir as tiras para medição da glicemia da filha de 12 anos. Ela contou que desde os 7 anos a menina recebe tratamento e sempre ocorrem faltas dos insumos entregues pelo município. "Faz uns três ou quatro meses que não recebo as tiras. As agulhas acontece algumas vezes de faltar", reclamou.

Legislação

De acordo com a lei federal lei nÂș 11.347, de 27 de setembro de 2006, os portadores de diabetes podem receber, gratuitamente, os medicamentos necessários para o tratamento de sua condição e os materiais necessários à sua aplicação e à monitoração da glicemia capilar.

No tipo 1 da diabetes, o corpo não produz ou não consegue utilizar a insulina da forma que seria necessária. Sem ou com pouca insulina, o açúcar fica em excesso na corrente sanguínea.

O que diz a prefeitura

A Secretaria Municipal de Saúde de Palmas informou que a insulina Humalog está disponível para atender os pacientes que necessitam deste medicamento e que as demais insulinas estão em processo de compra. A prefeitura não deu um prazo para a conclusão do processo de compra dos medicamentos.

Sobre as tiras para medição de glicemia, dispensada pelo Centro de Logística da Semus, a pasta informa que a partir de segunda-feira (29), as entregas serão normalizadas.

Veja mais notícias da região no g1 Tocantins.

Fonte: G1

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