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Cúpula das Américas: entenda por que Biden quer se aproximar de países latino-americanos e saiba quais serão as dificuldades

Por Redação em 06/06/2022 às 00:45:32
Joe Biden quer reconstruir a relação após os anos de Donald Trump, que tinha sua política de 'EUA em primeiro lugar'. Líderes de países latino-americanos não concordam com a ausência de Cuba, Nicarágua e Venezuela. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em março de 2022

AP

Quando os Estados Unidos anunciaram, no ano passado, que sediariam a Cúpula das Américas de 2022, as autoridades tinham grandes esperanças de que o evento ajudasse a reparar danos da era Donald Trump às relações e reafirmar a primazia dos EUA sobre a crescente influência da China na América Latina.

Mas, às vésperas da reunião da próxima semana em Los Angeles, o presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta uma luta para fazer que a cúpula seja um sucesso: os problemas surgiram antes mesmo do evento começar.

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Por um lado, os EUA indicaram que não convidariam Cuba, Nicarágua e Venezuela por discordâncias ideológicas (os americanos consideram que os regimes desses países não são democráticos).

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E os países da América Latina são céticos em relação ao compromisso dos EUA e não têm expectativas quanto a grandes acordos em políticas para migração ou cooperação econômica.

A lista de convidados

Os americanos basicamente interpretaram mal a situação por não terem previsto que haveria um alvoroço em relação a quem estaria presente", disse Andres Rozental, ex-vice-ministro das Relações Exteriores do México.

Uma autoridade EUA, sob condição de anonimato, admitiu que os preparativos foram "mais confusos do que imaginávamos".

Como anfitrião, os EUA podem escolher quem convidar.

Os primeiros planos indicavam que Cuba, Venezuela e Nicarágua, antagonistas dos EUA, seriam excluídos por serem antidemocráticos. Isso incomodou líderes como o presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, que disse que não iria a menos que todos os países das Américas fossem convidados.

Washington descartou a participação da Venezuela e da Nicarágua. Ainda não está claro se Cuba, governada pelos comunistas, estará representada.

Autoridades dos EUA dizem que a confusão da lista de convidados vai acabar e que a cúpula trará progresso, não importa quem compareça.

Biden só chega na quarta-feira

Eventos de nível inferior começam já nesta segunda-feira (6). Biden deve chegar na quarta-feira para abrir formalmente a primeira cúpula sediada pelos EUA desde a reunião inaugural em 1994.

Biden quer forjar uma visão comum após anos de relativa negligência gerada pela política 'EUA primeiro' de seu antecessor, Donald Trump, que não participou da última cúpula, em Lima, em 2018.

Países latinos mais reticentes

A reação de parte dos líderes de países latino-americanos à falta de convite para três nações sugere que muitos países latino-americanos não estão mais dispostos a seguir a liderança de Washington tão inquestionavelmente quanto no passado.

Biden enfrenta um problema político com o número recorde de migrantes na fronteira sul. Espera-se que ele busque compromissos para conter esses fluxos, especialmente do México e da América Central.

Assessores de Biden dizem estar trabalhando em uma declaração de migração "ambiciosa", mas um grande avanço parece improvável.

Um funcionário de alto escalão do governo Biden procurou minimizar a centralidade da migração para a cúpula, dizendo que as relações dos EUA com a América Latina eram muito mais amplas.

China na América

As autoridades dos EUA também querem defender Washington como principal parceiro econômico da América Latina para neutralizar as incursões da China.

Especialistas que participaram de uma audiência do subcomitê do Senado dos EUA na cúpula repreenderam o governo por não fazer mais para melhorar as relações com o resto das Américas.

O governo de Biden tem como alvo iniciativas regionais para reforçar a proximidade das cadeias de suprimentos, incluindo equipamentos médicos, e expandir a internet e a energia limpa.

Guerra da Rússia

Paralelamente, há um esforço dos EUA para aprofundar os suprimentos regionais de petróleo e gás para secar o fluxo de caixa usado para financiar a guerra do governo da Rússia contra a Ucrânia e afastar o Ocidente da energia russa.

Marcos Caramuru, ex-embaixador do Brasil na China e na Malásia, disse não esperar que a cúpula produza grande melhora nas relações diplomáticas, argumentando que a América Latina simplesmente não importa tanto quanto a Ásia para Washington.

Fonte: G1

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