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Bolsas de valores fecham em queda no dia seguinte ao aumento dos juros nos EUA

Por Redação em 05/05/2022 às 22:19:32
Na Bolsa de São Paulo, a queda foi de 2,81%, um contágio do mau humor instalado em Wall Street, onde o Dow Jones encerrou com perdas de mais de 3%. Investidores voltam a reagir ao aumento dos juros nos EUA, mas dessa vez bolsas de valores fecham em queda

Pelo segundo dia seguido, investidores do mercado financeiro reagiram à decisão do Banco Central americano de aumentar a taxa básica de juros no país. Mas ao contrário de quarta-feira (4), as bolsas tiveram quedas.

É da natureza dos gráficos oscilar. Mas, depois de uma rodada de ganhos, devolver tudo no dia seguinte? A Bolsa de Valores de São Paulo fechou nesta quinta-feira (5) com queda de 2,81% – um contágio do mau humor instalado em Wall Street, onde o Dow Jones encerrou com perdas de mais de 3%, repercutindo ainda comentários do presidente do Banco Central americano, Jerome Powell, sobre o ritmo de alta dos juros nos Estados Unidos. O que os agentes do sistema financeiro se esforçam para entender.

“Existe uma preocupação com o cenário global. A inflação está subindo no mundo todo, os bancos centrais têm dado sinais de que vão subir a taxa de juros. Isso significa dizer, portanto, que o crescimento global vai esfriar. Isso acaba afetando países emergentes como o Brasil, que são grandes exportadores. O mundo crescendo menos, a gente exporta menos, cresce menos, e isso é ruim para os negócios”, ressalta o economista-chefe do BV, Roberto Padovani.

“Muitas vezes, a gente vê o investidor, e parece que ele saiu da bolsa. Na verdade, ele saiu de um ativo e foi para outro, e ele continua orbitando aqui dentro por algum tempo” Jason Vieira economista-chefe da Infinity Asset Management.

As telas dos pregões internacionais despertaram nesta quinta com o Brasil no topo do ranking de juros reais. A taxa é o resultado de uma conta: a projeção de juros para os próximos 12 meses menos a expectativa de inflação no mesmo período, que é o quanto vai valer, de fato, o dinheiro investido em renda fixa daqui a um ano. Nesse tema, não tem páreo para o Brasil na comparação mundial.

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“Juros elevados são consequência de inflação alta, e, numa situação normal, uma inflação alta vem de uma atividade econômica aquecida. O problema agora é que a inflação tem vindo não especificamente da atividade econômica aquecida, e sim de problemas de oferta. A invasão da Ucrânia pela Rússia acabou gerando problemas no gás e no petróleo e, também, algumas commodities agrícolas, como milho e trigo”, afirma Jason.

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A guerra sustentava os juros da Rússia em primeiro lugar, mas, no mês passado, o governo do presidente Vladimir Putin cortou a taxa básica de 20% para 14% ao ano, e isso mudou o cenário. Com a trajetória de alta da Selic, que na quarta-feira (4) voltou a subir, o Brasil volta para um lugar familiar: é o maior juro real entre 40 economias.

Para o investidor global, que olha para o mercado brasileiro de fora, essa taxa é como um “chamado”, uma promessa de que o país deve remunerar muito bem os investimentos. Vista do lado de dentro, aos olhos dos empresários e consumidores, a tradução da curva de juros é o custo elevado do crédito, o que pode ser um obstáculo para o crescimento da economia.

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“Taxa de juros subindo no Brasil não é bom para os empresários. Eles vão enfrentar custos financeiros mais elevados e uma economia que cresce menos. Portanto, ele vende menos, mesmo com tanta pressão de custos. É um cenário de muito desafio”, pontua Padovani.

“Nós temos não só os juros elevados, que trazem remuneração ao investidor, mas acabamos tendo também uma bolsa de valores barata e, com isso, uma valorização do câmbio. Ou seja, é um cenário que pode ser benéfico ao Brasil, porque o Brasil tem uma economia fechada, mas uma economia extremamente dolarizada, e quanto mais alto o dólar aqui, maior a inflação. Ou seja, o fluxo de capital estrangeiro acaba sendo benéfico para o país”, disse Jason.

E da roda de negócios que define o câmbio, nesta quinta, o dólar saiu mais caro: alta de 2,38%, acima de R$ 5.

Fonte: G1

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