Bolsonaro concedeu perdão a Silveira, aliado do presidente, um dia depois de o STF condenar o deputado à prisão por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros e instituições. Bolsonaro concede perdão a Daniel Silveira e provoca crise com STF
Pré-candidatos à Presidência da República nas eleições deste ano se manifestaram sobre a decisão do presidente Jair Bolsonaro de conceder perdão da pena aplicada ao deputado aliado Daniel Silveira (PTB-RJ), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por estímulo a atos antidemocráticos e ataques a ministros do tribunal e instituições.
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Por dez votos a um, Silveira foi condenado na quarta (20) pelo Supremo a oito anos e nove meses de prisão em regime fechado, além de perda do mandato e dos direitos políticos e multa de cerca de R$ 200 mil.
Veja o que disseram os pré-candidatos:
Ciro Gomes, pré-candidato a presidente da República pelo PDT
"Acostumado a agir em território de sombra entre o moral e o imoral, o legal e o ilegal, Bolsonaro acaba de transformar o instituto da graça constitucional em uma desgraça institucional. Tenta, assim, acelerar o passo na marcha do golpe. Mas não terá sucesso. Seu ato espúrio de favorecimento absurdo e imoral a Daniel Silveira, ou qualquer outro tipo de desvio autoritário, serão rechaçados pelos defensores do estado de direito. Amanhã o PDT entrará com medida no STF para anular mais este desatino."
Simone Tebet, senadora e pré-candidata à Presidência da República pelo MDB
"Dar graça, por decreto, a um condenado pelo STF por atentado à democracia, é desvio de finalidade e um ato inconstitucional. O PR violou, ele próprio, a Constituição. Um golpe contra a democracia. Crime de responsabilidade."
João Doria, ex-governador de São Paulo e pré-candidato a presidente pelo PSDB
"Eleito presidente, não haverá indulto a condenados pela justiça. Também vou acabar com a 'saidinha de presos'. A sociedade não aguenta mais a impunidade."
Até a última atualização desta reportagem, o pré-candidato do PT, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, não havia se manifestado sobre o perdão concedido por Bolsonaro a Silveira.
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