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Rapidez e dedicação de médicos e socorristas são determinantes para salvar vidas

Por Redação em 16/04/2022 às 23:27:06
Foi o caso do jornalista Gabriel Luiz, da TV Globo, que está se recuperando depois de ter sido esfaqueado. Um esforço que pode superar muitas vezes todas as dificuldades de um sistema de saúde que sofre com a falta de recurso e os cortes no orçamento. Rapidez e dedicação de médicos e socorristas são determinantes para salvar vidas

A rapidez no socorro e a dedicação de profissionais de saúde foram determinantes para salvar a vida do jornalista Gabriel Luiz, da TV Globo, que está se recuperando depois de ter sido esfaqueado numa tentativa de assalto, na noite de quinta-feira (14), em Brasília.

Um esforço de médicos e socorristas que pode superar muitas vezes todas as dificuldades de um sistema que sofre com a falta de recurso e os cortes no orçamento.

Jornalista Gabriel Luiz está consciente e dá os primeiros passos no quarto do hospital

Primeiro, o choque. “Foi um abalo, foi uma revolta, fiquei muito revoltada, e ao mesmo tempo abalada.” Mas depois a mãe de Gabriel foi pura gratidão.

“Esse atendimento rápido, esse comprometimento, esse carinho que teve com ele, sem saber quem era ele, de primeira mão. Foi, assim, humano mesmo”, diz Cácia Attias, mãe do Gabriel.

O crime brutal contra o jornalista de 29 anos, atacado com dez facadas perto da casa dele, no Sudoeste, bairro de classe média de Brasília, mostrou como uma pessoa em estado grave pode ser salva por um sistema público de saúde que funciona, apesar dos cortes e da redução de investimentos por parte do governo, e mesmo tendo o relógio como um inimigo a mais.

É como se um cronômetro definidor entre a vida e a morte fosse disparado no momento do ataque. Cada segundo passou a ser precioso. Quando Gabriel chegou em frente ao prédio dele tentando estancar o sangue com as próprias mãos, um grupo de moradores do edifício, vizinhos dele, deu início a uma virtuosa sucessão de atendimentos.

Uma vizinha, que também é brigadista e não quis dar entrevista, foi quem o acudiu primeiro.

“É moradora, desceu com a roupa do corpo que estava, ficou com ele ali”, conta o tenente-coronel do Corpo de Bombeiros Gustavo Moraes. Ele estava visitando a namorada quando ouviu a gritaria.

“Eu vim na janela, no segundo andar, e coloquei o rosto para fora para ver. Eu vi a marca de sangue e o corpo deitado”, diz. Imediatamente, ele acionou a sua própria corporação: “Está sangrando muito, deve ter umas três ou quatro perfurações. Está deitado aqui no chão, perdendo muito sangue. Vem rápido, vem rápido.”

O quartel dos bombeiros mais próximo fica a apenas um quilômetro e meio do prédio de Gabriel. Às 23h22, a ambulância chegou.

“Só colocou na maca e já seguiu para o hospital, porque você não pode perder tempo. Já presta os primeiros socorros com a viatura em deslocamento”, conta o tenente-coronel.

O sargento Márcio Alves estava na ambulância.

“O Gabriel já estava quase entrando em choque hipovolêmico, que é quando você perde uma grande quantidade de sangue do corpo, e eu também não sabia se o Gabriel tinha alguma hemorragia interna. Os sinais e sintomas dele rapidamente visíveis indicavam que sim”, afirma.

Gabriel foi levado para o Hospital de Base de Brasília, que atende 100% pelo SUS. É um dos cerca de 3 mil hospitais do Sistema Único de Saúde em todo país. O SUS foi criado pela Constituição de 1988 e reúne estruturas de municípios, pequenos ou grandes, estados, pequenos ou grandes, e do governo federal. O corte de recursos é uma constante. Apesar da crônica falta de orçamento, a abnegação dos servidores mantém o sistema funcionando.

Vítimas de acidentes e violência estão entre os principais atendimentos nos prontos-socorros. Os bombeiros do estado do Rio de Janeiro fazem mais 700 salvamentos por dia. No Distrito Federal, são mais de 200 salvamentos todos os dias.

“O paciente foi estabilizado, então o médico, enfermeiro segue na viatura para o hospital a fim de dar atendimento”, explica o tenente Marcelo de Abreu, do Corpo de Bombeiros do DF.

Só no Recife, o Samu fez 55 mil atendimentos de emergência no ano passado. Em 2021, o SUS fez mais de 9,5 milhões de atendimentos de urgência em todo o Brasil e quase 3 milhões de cirurgias em pacientes graves.

Em 2015, o Fantástico mostrou a medicina de emergência como atividade multidisciplinar salvando vidas nos hospitais públicos, como no caso de Gabriel, em que uma força-tarefa entrou em ação.

Ele recebeu o primeiro atendimento numa sala.

“Enquanto eu estava fazendo o atendimento na região da face do pescoço, a gente verificando essa região, o meu colega já estava avaliando a região do tórax, do abdômen, a enfermagem já estava coletando os exames. Então, isso é extremamente importante num centro de trauma para que quanto mais rápido a gente realize, menor seja a gravidade das lesões e melhor seja o prognóstico desse paciente”, conta o cirurgião Adriano Evangelista Borges.

Adriano, Carlos Alberto e Renato são os médicos dessa equipe que é a própria expressão do trabalho coletivo da saúde pública.

“Não é o serviço de uma pessoa só, é um serviço do conjunto e é isso que acaba fazendo a diferença mesmo. A gente acaba funcionando como uma orquestra, em que cada um tem o seu papel definido e todo mundo sabe o que fazer naquele momento, e ninguém atrapalha o serviço do outro”, afirma Renato Diniz Lins, chefe do serviço de cirurgia do Hospital de Base.

“A gente salvou a vida desse paciente, um paciente jovem, um paciente que tem uma vida pela frente. Eu, minha equipe, meus colegas, todo mundo, o esforço máximo no momento, e depois da cirurgia a gente termina com essa sensação de dever cumprido”, diz o cirurgião Carlos Alberto Toledo Martinez

Para a mãe de Gabriel, o repórter que faz matérias sobre cidadania, solidariedade e exemplos de empatia acabou sendo salvo pelos valores que mostra em suas reportagens.

“Esse ajudar os outros, esse partilhar, acho que veio tudo para ele agora. Essa mão de duas vias, acho que ele foi bem acolhido, bem recebido, querido. Agora ele deve saber o quanto ele é querido nesse momento”, afirma a mãe de Gabriel.

Enquanto ela falava em frente ao prédio do filho, o oficial bombeiro que chamou a ambulância apareceu.

Repórter: O acaso fez com que a senhora conhecesse uma das pessoas que ajudaram.

Mãe: Nossa, agradeço muito!

Gustavo Moraes: O meu interesse em parar foi para saber o estado dele. Graças a Deus, ele está bem.

Mãe: Deixa eu te dar um abraço.

Gustavo Moraes: Tudo de bom para vocês, viu?

A Globo agradece aos profissionais da saúde. Eles exercem um papel fundamental em todo o Brasil. Nosso respeito, nossa admiração.

Fonte: G1

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