Anaíde Barros de Souza foi demitida em 2019 acusada de ajudar um dono de bancas no Shopping Popular de Cuiabá. Delegada da Polícia Civil Anaíde Barros foi exonerada em 28 de fevereiro de 2019, depois de determinação da Justiça
Lenine Martins/Sesp-MT
O ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), negou o retorno da ex-delegada da Polícia Civil de Mato Grosso, Anaíde Barros de Souza, ao cargo. Ela foi demitida em 2019 acusada de ajudar um dono de bancas no Shopping Popular de Cuiabá a se livrar de um flagrante por venda de produtos piratas.
Ela teria o orientado a trocar os produtos falsificados por originais para ludibriar a perícia, segundo o Ministério Público Estadual (MPE).
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A ex-delegada ingressou com recurso de 23 de março, depois do Tribunal de Justiça ter negado outro recurso dela por meio do qual tentava reverter a decisão que determinou a demissão.
O g1 entrou em contato com a defesa da ex-delegada e não obteve retorno até a publicação desta reportagem.
Conforme o Ministério Público, no dia 7 de dezembro de 2005, Anaíde valeu-se da autoridade que lhe foi conferida em razão do cargo público, para praticar ato ilegal e arbitrário.
A então delegada foi condenada por improbidade administrativa, a perder o cargo e pagar multa. Ela foi demitida em 28 de fevereiro de 2019.
Na ocasião, segundo o MPE, foram apreendidos por uma equipe policial em duas bancas localizadas no Shopping Popular, 1.349 a 1.358 CDs, DVDs, respectivamente, e bolsas de marcas variadas. O material foi tido como de origem “pirata”, sendo apreendido, catalogado e encaminhado para a Unidade Regional de Criminalística de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá, para que fosse realizada a perícia técnica a fim de verificar a originalidade da mercadoria.
Conforme testemunhas, a então delegada estava de plantão e foi procurada pelo dono de uma das bancas onde os policiais haviam apreendido materiais.
Eles conversaram por horas e Anaíde teria orientado o homem a comprar material semelhante ao apreendido, mas original.
Ele comprou o material e entregou a então delegada, que compareceu pessoalmente na Gerência de Criminalística de Rondonópolis e efetuou a troca de material, fato consignado no respectivo ofício de encaminhamento, de acordo com a denúncia.