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Em meio a escalada de ataques ao TSE, Planalto comemora desistência de general de assumir cargo no tribunal

Por Redação em 17/02/2022 às 09:31:51
Para militares da reserva ouvidos pelo blog, a saída de Azevedo facilitará a estratégia eleitoral do presidente Bolsonaro de divulgar fakenews sobre a confiabilidade do sistema eleitoral sem "constrangimento militar". O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva

Isac Nóbrega/Presidência da República

Os principais aliados militares do presidente Bolsonaro comemoram, nos bastidores, a desistência do general Fernando Azevedo e Silva de assumir o cargo de diretor-geral no Tribunal Superior Eleitoral durante as eleições.

Fernando, ontem, alegou motivos de saúde para deixar o cargo. No entanto, ele deixa o cargo em meio à mais nova estratégia de ataque de Bolsonaro às urnas eletrônicas, envolvendo militares: afirma que as "Forças Armadas" apontaram vulnerabilidades nas urnas eletrônicas, o que o TSE não só negou como disse que o presidente mente. São perguntas sobre o sistema eletrônico que foram oficiadas ao TSE.

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Para militares da reserva ouvidos pelo blog, a saída de Azevedo facilitará a estratégia eleitoral do presidente Bolsonaro de divulgar fakenews sobre a confiabilidade do sistema eleitoral sem "constrangimento militar".

Antes, a avaliação no Planalto era a de que havia um militar no TSE que atrapalhava a estratégia do colocar em dúvida as eleições, com patrocínio de militares - já que estaria sendo chancelado todo o trabalho da corte durante o pleito eleitoral por um representante respeitado das Forças Armadas.

"Agora, Bolsonaro está à vontade. Ninguém serve a dois senhores", comemorou ao blog um ministro de Bolsonaro.

A quem procurou Azevedo ontem, ouviu que não houve nenhum tipo de pressão das Forças Armadas para que ele deixasse o cargo - mas, sim, de sua família.

O recuo, no entanto, foi lamentado por integrantes do TSE, que se preocupam com a calibragem da "licença para mentir" do presidente Bolsonaro sobre a confiabilidade das urnas. O convite de Azevedo foi, exatamente, para blindar o TSE de ataques envolvendo militares - comandados pelo ministro da Defesa, Braga Netto, sucessor de Azevedo.

Braga Netto assumiu o cargo porque Azevedo se recusou a usar o ministério para missões políticas e eleitorais - como essa dos ataques às urnas - encomendadas por Bolsonaro.

Fora do governo e com bom trânsito no Judiciário, Azevedo foi, então, convidado pela cúpula do TSE para frear o que ministros da corte chamam de "ataques golpistas" com apoio de militares do governo. E também para funcionar como uma espécie de "ponte" com o Planalto. "Agora, a ponte implodiu", disse um interlocutor de Azevedo.

Quando aceitou o cargo, Azevedo repetiu a interlocutores que o fez por três motivos principais: não recusa missões, pelo prestígio de ser lembrado pelo convite e por prezar a democracia. Sempre disse que o auge da democracia era o voto - e lembrava que repetia isso a seus soldados: "o seu voto vale o mesmo que o meu".

Sobre a democracia, lembrava nos bastidores que "sempre preservou até onde pôde"- numa clara referência a sua demissão da Defesa exatamente por não querer se envolver em missões políticas de Bolsonaro com cunhos autoritários.

E arrematava Azevedo: o TSE é um órgão de estado, as eleições são limpas e corretas- independentemente de quem ganhar ou perder.

Por esses e outros motivos, o ex-ministro ter topado o cargo no TSE foi comemorado por autoridades do Judiciário e, agora, com sua recusa, virou motivo de preocupação.

Fonte: G1

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