A Justiça do Rio de Janeiro aceitou denĂșncia nesta quinta, 10, contra trĂȘs policiais civis acusados de matar o adolescente João Pedro Matos Pinto, de 14 anos. João Pedro foi morto por um tiro de fuzil dentro da casa onde vivia, no Complexo do Salgueiro, em São Gonçalo, em 18 de maio de 2020. Mauro José Gonçalves, Maxwell Gomes Pereira e Fernando de Brito Meister serão réus por homicĂdio duplamente qualificado e por fraude processual, jĂĄ que o Ministério PĂșblico alega que eles alteraram a cena do crime para simular um confronto com traficantes. A juĂza Juliana Grillo El-Jaick, da 4ÂȘ Vara Criminal de São Gonçalo ainda determinou que os trĂȘs sejam suspensos das funções pĂșblicas, não tenham contato com testemunhas do caso e familiares do rapaz e não frequentem dependĂȘncias da PolĂcia Civil do Rio. Caso descumpram essas medidas, serão presos preventivamente.
A operação no Complexo do Salgueiro tinha o objetivo de cumprir quatro mandados de prisão e foi realizada de forma conjunta pela PolĂcia Civil e a PolĂcia Federal. Após entrarem na casa de João Pedro e alvejĂĄ-lo pelas costas, os policiais civis teriam plantado uma pistola e vĂĄrios explosivos no local, além de dispararem contra o portão da garagem da casa para simular um confronto. O Ministério PĂșblico considerou que o homicĂdio foi duplamente qualificado por ter motivo torpe (os policiais acharam que havia criminosos na casa, o que não era real) e dificultaram a defesa da vĂtima, por entrarem na residĂȘncia de surpresa e com ampla superioridade de meios e recursos.
Fonte: JP