Lauany Oliveira disse que repensou sobre o que queria para o futuro durante a pandemia e decidiu mudar de profissão. Lauany mudou de profissão após a pandemia da Covid-19
Devido à pandemia da Covid-19, Lauany Oliveira decidiu mudar de profissão. Ela deixou o trabalho de performance em uma casa noturna, em Cuiabá, fez cursos profissionalizantes e hoje é designer de unhas. A profissional contou que repensou sobre o que queria para o futuro, após o vírus chegar no Brasil e várias pessoas se isolarem em casa.
"No começo da pandemia eu me deparei com uma situação em que eu revi minha vida. Eu me enxerguei e eu pensei no que eu poderia fazer naquele momento. Eu era performance de casa noturna e estava cansada de perseguições, de comentários transfóbicos, gordofóbicos e não queria mais nada daquilo para mim", contou.
Lauany mudou de profissão após a pandemia da Covid-19
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Com o auxílio emergencial do governo, ela disse que começou a investir em cursos para seguir uma nova profissão.
"Eu tinha esperança que o mundo não estava acabando, que era algo momentâneo e eu queria me preparar para o futuro. Aproveitei o auxílio emergencial e pensei em fazer um investimento com esse dinheiro", disse.
Com um investimento, começou a fazer cursos para ser designer de unhas
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Lauany começou a fazer cursos básicos, intermediários e avançados para ser designer de unhas e, após alguns trabalhos, conseguiu montar um estúdio.
"A minha esperança é para que o ano que vem eu consiga oferecer esse trabalho e obter o meu mérito, que é fazer parte do mercado de trabalho como mulher trans e que a minha empresa seja reconhecida. Para que eu possa ter uma vida diferente ou dar uma vida melhor para minha família e para mim mesma", disse.
Tatiana ficou com o restaurante fechado por um mês devido à pandemia
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Setor de serviços afetado
As consequências da pandemia da Covid-19 foram drásticas para o setor de serviços. Inúmeros comércios foram fechados e vários outros abriram com o avanço da vacinação.
Durante os primeiros meses, a doença, que até então era pouco estudada, assustou comerciantes que acabaram que abrir um negócio. Como é o caso da empresária Tatiana Mesalira, que abriu um restaurante em dezembro de 2019, meses antes do novo coronavírus chegar ao Brasil.
"A gente estava super empolgado, tinha uma expectativa grande. Inauguramos no fim do ano, em dezembro de 2019. Trabalhamos três meses e veio a pandemia”, contou.
O restaurante tinha 60 funcionários.
“Várias vezes eu como a sócia e os gestores sentamos e pensamos se íamos fechar ou não. A gente não sabia o que era, o que ia dar e simplesmente a gente teve que fechar. Ficamos um mês com a casa totalmente fechada, dispensamos todos os funcionários para que fossem pra casa porque não tinha o que fazer", contou.
Para voltar a funcionar, Tatiana mudou o formato do restaurante e começou a atender por delivery. Com os decretos estaduais e municipais, o restaurante só poderia atender uma quantia limitada de clientes.
"Nós fomos trabalhando conforme os decretos. Com a redução de pessoas, foi muito difícil porque as pessoas estavam com medo de sair, as vezes a gente abria e dava até tristeza porque não tinha uma pessoa", disse.
Durante vários momentos na pandemia, Tatiana conta que chegou a ter apenas 10 funcionários no restaurante.
"Pra nós foi uma vitória conseguir hoje estar de portas abertas porque não foi fácil. Eu como sócia não tinha experiência nenhuma no ramo de restaurante e conseguir passar por tudo isso, estar aqui de portas abertas, de pé, para nós é uma vitória”, contou.
José Sérgio de Arruda Moraes Sobrinho se infectou com a Covid-19 e ficou nove dias internado
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Sequelas da Covid-19
José Sérgio de Arruda Moraes Sobrinho trabalhava com jardinagem antes da pandemia e com a chegada do vírus, ele foi demitido. Em outubro deste ano, ele se infectou com a Covid-19 e ficou nove dia internado em um hospital.
"Eu sempre fui um cara bem ativo, tinha meu trabalho e aí veio a Covid-19 e me debilitei muito. Fiquei com sequelas ainda, tenho um depressão, tosse e sinto cansaço ainda", contou.
José criou uma rifa para conseguir pagar os custos do hospital em que ficou internado.
"Quando saí do hospital, fiquei mais 15 dias me recuperando. Quando pedi para voltar para o meu emprego, meu patrão me disse que já havia outro em meu lugar. Eu fiquei desempregado, sem saber o que fazer", contou.
Desempregado, ele viu que uma conveniência próximo a casa onde mora estava a venda e ofereceu a proprietária a caminhonete em troca do espaço.
"Eu tive muita esperança, a minha esperança era muito grande em realizar este sonho e hoje eu me sinto um homem realizado. Hoje eu sou um comerciante. As pessoas têm que ter esperança que tudo dá certo na vida da gente. Essa é a esperança que nós temos que ter, que todo mundo sempre consegue seus objetivos", disse.