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Guedes diz que governos têm 'fetiche' por estatais e volta a defender privatizações

Por Redação em 01/12/2021 às 12:04:39
Ministro deu declaração em evento da Secretaria de Desestatização. No discurso, disse que irá propor criação do Ministério do Patrimônio da União em eventual 2º mandato de Bolsonaro. Ministro Paulo Guedes (Economia), em imagem de novembro

Billy Boss/Câmara dos Deputados

O ministro da Economia, Paulo Guedes, afirmou nesta quarta-feira (1) que as empresas estatais registraram um lucro de R$ 135 bilhões nos nove primeiros meses deste ano, mas acrescentou que, mesmo assim, é preciso vendê-las para continuar com o processo de transformação do Estado brasileiro.

"Isso é um fetiche do passado, que acometeu tanto o governo militar durante 20 anos quanto os novos governos civis. O que tinham em comum? O fetiche das estatais. Petrobras, Eletrobras, Siderbras, Telebras, Portobras. Acabou a Telebras, tem telefone pra todo mundo", disse ele, acrescentando que é preciso "acabar com esse fetiche".

Ele defendeu, durante evento da Secretaria Especial de Desestatização da pasta, que os recursos das privatizações sejam usados em um fundo de erradicação da pobreza, ou para realizar investimentos em infraestrutura.

Guedes avaliou que esses valores não estariam dentro do teto de gastos (que limita a maior parte das despesas à inflação do ano anterior), pois, segundo ele, esse mecanismo foi feito para impedir o crescimento do Estado. "Se quiser diminuir o Estado, não se aplica o teto", concluiu.

Ministério do Patrimônio da União

O ministro da Economia informou, ainda, que para um eventual futuro governo do presidente Jair Bolsonaro, está propondo a criação do Ministério de Patrimônio da União para gerir os R$ 2 trilhões em ativos, sendo R$ 1,2 trilhão em imóveis e R$ 800 bilhões em empresas estatais.

"Uma fortuna incalculável, e o povo pobre, e tem um negócio chamado de fundo de erradicação de pobreza sem dinheiro, vende ativos e coloca lá", afirmou.

Guedes declarou que tanto o governo militar quanto a social democracia brasileira, durante 40 anos de governo, usaram as empresas estatais.

"Os militares deixaram o legal da infraestrutura, sem corrupção. Só que elas cumpriram a missão, e agora foram aparelhadas politicamente, viraram foco de corrupção, assalto. Chega! O Estado se hipertrofiou. O que vamos fazer é transformar o Estado, gerir melhor o que está conosco, ganhar valor de mercado, desinvestir isso".

Correios, Petrobras e Eletrobras

O ministro citou o caso da Eletrobras e dos Correios, que estão em processo de privatização, e também da Petrobras. Segundo ele, a Eletrobras não tem capacidade de investimento para manter seus ativos, enquanto que os Correios e a Petrobras, em sua visão, tendem a perder valor de mercado com as mudanças tecnológicas.

"Correios, vende rápido, pois corre um risco de daqui a dois, três anos estar irrelevante. Empresas privadas estão criando empresas de logística. Isso vale para a Petrobras também. O mundo inteiro está indo em direção ao verde. O futuro não é com mão suja de graça. Quer de volta [o petróleo] para que? Para saquear? Vai morrer sentado em cima desse petróleo. Daqui a 10, 15 anos, o mundo vai fazer transição para fora do petróleo, e isso vai desaparecer", disse.

De acordo com Guedes, ou a estatal "ajuda a sociedade" derrubando os preços artificialmente e quebra, como a Eletrobras e Petrobras no governo petista, ou "vai ao mercado, coloca o preço lá em cima e, entre aspas, aperta o consumidor, como a Petrobras agora".

"Não satisfaz ninguém, e a bomba fica no colo do governo. Fora os efeitos do dia a dia sobre a corrupção, petróleo, mensalão", concluiu.

Fonte: G1

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