Lucas Nunes da Silva, de 31 anos, voltava para a casa quando foi atingido por disparos de arma de fogo, perdeu o controle da direção e bateu a moto que dirigia na traseira de um caminhão. Isabel Cristina Nunes, de 52 anos, infartou assim que descobriu que filho tinha sido baleado e levado para o hospital. Lucas ao lado da mãe Isabel
Arquivo pessoal
A mulher que infartou após descobrir que o filho tinha sido baleado durante o mega-assalto a duas agências bancárias de Araçatuba (SP) morreu na tarde de segunda-feira (29).
O metalúrgico Lucas Nunes da Silva, de 31 anos, voltava para a casa quando foi atingido por disparos de arma de fogo, perdeu o controle da direção e bateu a moto que dirigia na traseira de um caminhão.
Ele foi socorrido e encaminhado para a Santa Casa de Araçatuba, onde ficou internado por mais de duas semanas, passou por procedimentos cirúrgicos e recebeu alta no dia 18 de setembro.
Isabel Cristina Nunes, de 52 anos, infartou assim que descobriu que o filho tinha sido baleado e levado para o hospital.
“Ela infartou exatamente no dia 30 de agosto porque ficou sabendo que eu estava internado sob escolta policial. A notícia pegou minha mãe desprevenida”, diz Lucas.
O metalúrgico explica que a mãe sofria com alguns problemas de saúde, mas nunca tinha infartado.
“O infarto acabou agravando o quadro um pouco mais. Fiquei internado de um lado, e minha mãe do outro. Ela recebeu alta, voltou para a casa e foi piorando”, conta Lucas.
Isabel foi internada na Santa Casa novamente, piorou repentinamente e morreu na tarde da última segunda-feira.
“O coração da minha mãe estava muito fraco, e o rim parou. Ela estava sofrendo. Foi difícil a perda, mas acho que minha mãe descansou”, diz o metalúrgico.
Recuperação
Terror em Araçatuba: saiba como foi o mega-assalto a agências bancárias
Lucas descobriu que tinha sido baleado durante o mega-assalto somente quando saiu da Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e foi encaminhado para a enfermaria.
“Não me recordo de nada do assalto. Só lembro que subi na moto e acordei no hospital. Estava no lugar errado na hora errada”, afirma.
O metalúrgico foi atingido por disparos no braço e na boca. Ele ainda se recupera dos ferimentos e dos traumas sofridos no dia 30 de agosto.
“A minha recuperação está sendo boa. Ainda não voltei a trabalhar, mas estou bem melhor do que estava”, conta.
Terror em Araçatuba
Câmeras de segurança flagraram abordagem a reféns de ataque em Araçatuba (SP)
Reprodução/TV Globo
Criminosos fortemente armados atacaram três agências bancárias no Centro de Araçatuba, no início da madrugada do dia 30 de agosto. A ação durou duas horas entre ataque às agências, tiroteio e fuga.
A quadrilha rendeu moradores e os usou como escudo humano. Imagens feitas por câmeras de segurança mostram alguns moradores andando pelas ruas sob a mira das armas dos criminosos e outros sobre os carros durante a fuga.
Dois moradores morreram durante a ação criminosa, além de um criminoso. Outra cinco pessoas ficaram feridas, entre elas um jovem que teve os pés amputados após ser atingido por um explosivo deixado nas ruas pela quadrilha.
O grupo criminoso espalhou quase 100 bombas que eram acionadas por sensor e celular.
Reféns são colocados em cima de carros durante ataque a bancos em Araçatuba, SP
Veja o resumo do crime:
Grupo de 30 criminosos atacou três agências bancárias. Em duas delas, os bandidos conseguiram levar dinheiro; a terceira teve apenas os vidros atingidos por tiros; o valor não foi informado;
Veículos foram incendiados para fechar vias e atrapalhar a chegada da polícia;
Criminosos fizeram moradores e motoristas reféns, sendo que algumas das vítimas foram feitas de “escudo humano”; grupo também usou drone para monitorar a chegada da polícia;
Três pessoas morreram na cidade, entre elas, um criminoso; outras cinco ficaram feridas, incluindo o jovem que teve os pés amputados;
Suspeitos de participar do crime morreram em outras cidades, sendo um em Sumaré e outro em Piracicaba;
17 suspeitos foram presos;
Ruas do Centro de Araçatuba foram isoladas, pois explosivos foram espalhados pela cidade; Gate apreendeu 98 bombas; trabalho para detonar e desativar levou mais de 30 horas;
Explosivos deixados por criminosos tinham sensores para ativar explosões; outros eram acionados a distância (mensagem ou ligação).
Criminosos fizeram 'escudo humano' com moradores de Araçatuba (SP)
Arquivo pessoal
Material explosivo apreendido pela polícia em Araçatuba (SP)
Polícia Militar/Divulgação
Gate usa robô para manejar explosivos apreendidos em Araçatuba
Reprodução
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