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Indígenas pedem exoneração de coordenador da Funai por ausência de órgão nas aldeias da região norte de MT

Por Redação em 20/11/2021 às 18:27:19
Para os indígenas, Gustavo Freire Borges, não trabalha pelo fortalecimento da cultura e não tem forte atuação em levar benefícios às aldeias. Coordenador regional da Funai foi liberado por indígenas após negociação com a PM

Reprodução

Depois da liberação do coordenador regional da Fundação Nacional do Índios (Funai), Gustavo Freire Borges, os indígenas continuam ocupando a sede regional do órgão, em Colíder, a 648 km de Cuiabá. Eles pedem a exoneração do coordenador do cargo, para os indígenas, Gustavo não gosta de índios e faz com que políticas públicas não chegue às aldeias de Mato Grosso, segundo membros da etnia Kayapó.

O coordenador regional chegou a ser feito de refém pelos indígenas durante a ocupação e sofreu agressões por parte de indígenas da etnia Kayapó nesta sexta-feira (19), na sede da instituição no município. O servidor ficou ferido e recebeu atendimento médico, mas já está em casa.

Patxon era coordenador regional da Funai desde 2015

Patxon Metuktire/Arquivo pessoal

O indígena Patxon Metuktire, informou ao g1 que um nome já foi enviado ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido), mas ainda não tiveram resposta sobre a demanda. Também tentaram falar com o presidente da Funai, Marcelo Augusto Xavier da Silva.

Para Patxon, faltou articulação de Gustavo e Marcelo em prol dos indígenas e por conta disso chegou ao ponto de ocuparem a sede regional da Funai e colocar Gustavo Freire como refém. Segundo ele, os indígenas não negam isso e afirmam que só houve agressão depois que o coordenador regional usou o spray de gengibre contra um indígena. Por conta disso, membros da família do indígena agrediram o coordenador.

Ele conta que a situação é bastante delicada nas aldeias. Segundo ele, coisas que são consideradas simples são uma barreira para os indígenas, como a atualização do Cadastro Único, para o recebimento de benefícios do governo federal e a atualização de dados dos aposentados e pensionistas das aldeias, nem apoio logístico a Funai está disponibilizando aos índios, segundo Patxon.

Sequestrado por indígenas, coordenador da Funai em colíder pede exoneração

Sequestro e agressão

As polícias Civil e Militar disseram que o funcionário foi feito refém pelos indígenas por volta das 8h, na sede da Funai. Aproximadamente 50 indígenas estavam no local, exigindo que Borges fosse exonerado do cargo de coordenador regional.

Segundo a Polícia Civil, um antigo coordenador da Funai tentou negociar a libertação da vítima, mas os indígenas negaram o pedido e impediram a entrada dos policiais para conversar.

Borges contou aos policiais que conseguir fugir, por volta das 19h40, espirrando spray de gengibre nos indígenas. Ele chegou a entrar dentro de uma viatura de agentes de trânsito, mas foi retirado pelos kaiapós e agredido com socos, chutes e empurrões, sendo levado de volta à sede da Funai.

Após negociações da PM e Polícia Civil com os indígenas, a vítima foi liberada, já por volta das 22h30, depois de ter assinado um pedido de exoneração da função de coordenador regional.

O funcionário público foi encaminhado para atendimento médico em um hospital do município, mas já foi liberado. Ele está com ferimentos e hematomas pelo corpo.

Coordenador

Gustavo Freire Borges é indigenista especializado, servidor concursado e ocupa o cargo de coordenador regional desde 2019.

Segundo a Funai, a Regional Norte do Mato Grosso atua junto aos povos indígenas das etnias Apiaká, Mebêngokré (Kayapó), Panará, Kayabi, Trumai, Yudjá (Juruna), Terena, Tapirapé, Tapayuna e Munduruku.

A unidade foi criada em 1994, é responsável por coordenar e monitorar a implementação de ações de proteção e promoção dos direitos de povos indígenas nos estados de Mato Grosso e Pará. Atua nos municípios de Apiacás (MT), Peixoto de Azevedo (MT), Matupá (MT), Guarantã do Norte (MT), Santa Cruz do Xingu (MT), São Félix do Xingu (PA), Jacareacanga (PA) e Altamira (PA), onde vivem aproximadamente 4,5 mil indígenas.

Fonte: G1/MT

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